A Líbia vai eleger uma assembleia em 20 de fevereiro para elaborar uma Constituição a fim de fazer avançar a transição para a democracia e romper o impasse político mais de dois anos depois da revolta que derrubou Muammar Kadhafi.
O país do norte da África está tomado pelo caos, com um impasse no Congresso entre islamitas e um partido nacionalista líder, enquanto o novo Exército luta para se afirmar contra ex-rebeldes indisciplinados, grupos tribais e militantes islâmicos.
Horas antes da decisão do Congresso, homens armados sequestraram o filho do comandante das forças especiais da Líbia em Benghazi, exigindo mais tarde que o coronel retire as tropas em troca da libertação de seu filho, disse a agência estatal de notícias Lana.
Pelo menos um soldado foi morto, disseram fontes médicas e de segurança, depois que as tropas entraram em confronto com homens armados na cidade oriental. Militantes do grupo islâmico linha-dura Ansar al-Sharia têm combatido tropas lá.
Definir a data para a votação foi um pequeno passo para uma transição que tem frustrado os líbios desde a queda de Kadhafi, com um governo frágil muitas vezes à mercê de bandos rivais de ex-rebeldes que se recusam a aceitar a autoridade de Trípoli.
"Queremos que todas as pessoas da Líbia e grupos se reconciliem e apoiem estas eleições", disse o presidente do Congresso Geral Nacional, Nouri Abusahmain, após o anúncio da data da votação nesta quinta-feira.
Uma vez que a Assembleia Constituinte de 60 membros seja eleita, terá 120 dias para elaborar uma nova Carta, que seria, então, submetida a um referendo popular. Se o documento for aprovado, uma eleição para um Parlamento será realizada no fim de 2014.
Mas esse processo de elaboração poderá ser complicado devido às diversas exigências e interesses de grupos tribais, regionais e étnicos que já disputam influência sobre o governo de Trípoli.