12/01/2017 14h20 - Atualizado em 12/01/2017 16h41

Empresário Mariano Ferraz é denunciado pelo MPF na Lava Jato

Suspeito chegou a ser preso e foi liberado após pagar fiança de R$ 3 milhões.
Empresário admitiu ter pagado propina no esquema ilegal da Petrobras.

Bibiana DionísioDo G1 PR

Foto do empresário foi anexada no documento no MPF (Foto: Reprodução)Foto do empresário foi anexada no documento no MPF (Foto: Reprodução)

O empresário Mariano Marcondes Ferraz foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) por corrupção ativa e lavagem de dinheiro em meio às investigações da Operação Lava Jato. Ele é acusado de pagar propina de US$ 868.450,00 para que a empresa Decal do Brasil renovasse contrato com a Petrobras.

O empresário foi preso em 26 de outubro de 2016 no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo. Em 3 de novembro, ele pagou fiança de R$ 3 milhões e deixou a prisão. O G1 tenta contato com o advogado que representa o empresário.

A denúncia foi protocolada na Justiça Federal na quarta-feira (11). Ferraz é representante da Decal do Brasil. Conforme a Operação Lava Jato, a vantagem indevida foi paga entre 2011 e 2013 ao ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa.

Mariano Ferraz era executivo do Grupo Trafigura, mas, em novembro do ano passado renunciou aos cargos que ocupava nas diretorias do grupo.

 

De acordo com a força-tarefa da Lava Jato, em 2006, a Petrobras contratou a Decal do Brasil para a prestação de serviços de armazenagem e acostagem de navios no Porto de Suape, em Pernambuco.

O contrato tinha validade de cinco anos.

As investigações indicam que, terminado o prazo, havia resistência da estatal em relação à renovação.

Ainda conforme a Lava Jato, diante do impasse, Mariano Marcondes Ferraz ajustou o pagamento de propina com Paulo Roberto Costa.

"O então diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa não só solicitou e aceitou o oferecimento da vantagem indevida em razão do cargo, como efetivamente recebeu a vantagem indevida repassada por Mariano Marcondes Ferraz e, além disso, praticou e omitiu atos de ofício com infrações aos deveres funcionais no interesse do referido contrato e da empresa contratante", diz trecho da denúncia.

O MPF afirma que os US$ 868.450,00 foram pagos via offshore no exterior.

Ao oferecer a denúncia, os procuradores pediram à Justiça o perdimento do produto e proveito dos crimes, ou do seu equivalente, no montante de, pelo menos, R$ 3 milhões e mais R$ 3 milhões como dano mínimo, a ser revertido em favor da Petrobras.

Confissão
Por meio de uma petição, a defesa de Mariano Ferraz admitiu que o empresário pagou propina no esquema de corrupção na Petrobras ao ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa.

Costa foi o primeiro acusado da Operação Lava Jato a fechar acordo de colaboração com o Ministério Público Federal.

O MPF deixou de denunciar  Paulo Roberto Costa e Humberto Mesquita, que é genro de Costa e acusado de ter envolvimento na negociação e pagamento da propina, em virtude do acordo de colaboração que ambos têm.

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