A partir desta quinta (17), a Secretaria Estadual de Saúde (SES) distribui, de forma gratuita, três tipos de medicamentos para pacientes com hepatite C. Os remédios, vindos do exterior, fazem parte do novo protocolo de atendimento feito pela saúde pública e irão beneficiar, inicialmente, 409 portadores da doença. Segundo especialistas, as drogas representam uma revolução importante no tratamento de hepatites virais. A entrega dos medicamentos será realizada no Instituto do Fígado de Pernambuco, no bairro de Santo Amaro, no Centro do Recife.
Produzidos no Canadá, Estados Unidos e Holanda, os remédios sofosbuvir, daclatasvir e simeprevir sódico irão dobrar as chances de cura da hepatite em relação ao tratamento realizado até agora, que incluía a ingestão de remédios por via subcutânea, com chance de efeitos colaterais. “Antes o tratamento durava de 24 a 48 semanas. Agora a terapia irá durar de 12 a 24 semanas. Além de reduzir o tempo da terapia, as chances de cura serão ampliadas”, explica a médica Leila Beltrão, presidente do Instituto do Fígado de Pernambuco.
Os primeiros pacientes que receberão o tratamento foram escolhidos pela SES de acordo com o estágio da doença. A prioridade dos remédios também foi dada a indivíduos transplantados e portadores de outros vírus, como o HIV e o da hepatite B. “Os 400 pacientes são um número inicial. Com certeza o número de contemplados pelo tratamento vai aumentar no ano seguinte”, pontua Leila.
A doença
Transmitida através de relações sexuais ou de objetos cortantes que entrem em contato com o sangue, como alicates de unha, barbeadores, agulhas de tatuagem, piercings e instrumentos para tratamento dentário, a hepatite C é uma doença silenciosa. Segundo a médica Leila Beltrão, os primeiros sintomas podem começar a aparecer quando o fígado já se encontra fortemente debilitado.
Segundo dados da SES, foram confirmados, em 2013, 385 casos da doença em Pernambuco. Em 2014, há registro de 387 diagnósticos da doença. Até agora, em 2015, há a confirmação de 112 casos e outros 129 estão sendo investigados. Apesar da dificuldade de perceber os sintomas, é possível diagnosticar a doença em estágio inicial através de testes rápidos, realizados em campanhas de unidades de saúde.