Deve ser retomado às 9h da quinta-feira (17) o julgamento do caso Jota Cândido, no Fórum Rodolfo Aureliano, no Recife. Os acusados de matar o vereador e radialista começaram a ser julgados nesta quarta-feira (16), dez anos depois do crime, mas os trabalhos devem ser interrompidos por volta das 23h. O júri já foi adiado cinco vezes.
Jota Cândido foi executado em 2005, em Carpina, na Mata Norte de Pernambuco. Em outubro a defesa dos acusados -- três policiais militares e um motorista -- havia solicitado o quinto adiamento, cobrando diligências em operadoras de telefonia para reforçar as provas que seriam apresentadas pela acusação e provocaram o adiamento anterior. O juiz acatou o pedido.
A filha do radialista, Karolinne Cândido, tem esperança de finalmente ver um desfecho para a história. "Tenho fé em Deus que vamos ter justiça com esse juri", afirmou.
Segundo a promotoria, registros telefônicos indicam a participação dos réus no crime, mostrando que eles conversaram intensamente nos minutos que antecederam o homicídio e estiveram no local em que o radialista foi morto. Em junho, no entanto, a acusação alegou que essas provas haviam sumido do processo -- eram mais de 600 folhas -- e solicitou que o júri fosse adiado.
A defesa, que sempre assegurou que essas provas não existiam e que apenas xerox haviam sido apresentadas pela acusação, achou estranha essa atitude e decidiu pedir o adiamento para investigar esses documentos.
Entenda o caso
Jota Cândido foi morto no momento em que chegava para o trabalho, em uma rádio da cidade de Carpina, na Zona da Mata Sul de Pernambuco, em 1º de julho de 2005. Ele levou vinte tiros ainda dentro do carro, por volta das 6h30. Antes disso, o radialista já havia escapado de outro atentado.
O crime chocou a sociedade local e, segundo a polícia, teve motivação política. O radialista denunciava problemas da prefeitura de Carpina na rádio. Dias antes de ser executado, também havia apresentado, na Câmara de Vereadores, um projeto de lei contra o nepotismo.
Dias depois do homicídio, a polícia chegou a prender os quatro réus deste julgamento. Foram indiciados pelo crime os policiais militares Edilson Soares Rodrigues, Tairone César da Silva Pereira e André Luiz de Carvalho e o motorista Jorge José da Silva. Todos eles, no entanto, foram liberados e até hoje aguardam o júri em liberdade.
De acordo com a justiça, os réus teriam recebido dinheiro para matar o radialista e, para cometer o homicídio, usaram de meio que impossibilitou a defesa da vítima. Por isso, são acusados de homicídio qualificado e podem pegar uma pena de até 30 anos de reclusão.
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