Ribeirão das Neves, na Grande BH.
(Foto: Reprodução TV Globo)
A ex-mulher do goleiro Bruno Fernandes, Dayanne Rodrigues, presta depoimento na manhã desta quinta-feira (8) na Delegacia de Homicídios de Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. De acordo com a Polícia Civil, ela depõe a respeito do inquérito da morte da irmã da mulher que cuidou do filho do goleiro com a ex-amante, Eliza Samudio.
O delegado Márcio Rocha disse que Dayanne foi intimada para confirmar ou refutar as declarações do atleta e do principal suspeito do crime. O suspeito declarou à polícia que Bruno é o mandante do assassinato e que a vítima era babá dos filhos de Dayanne, no Rio de Janeiro.
Suspeitos
Três homens estão em prisão temporária por suspeita de matar a irmã da "babá". O último a ser preso foi capturado no dia 22 de outubro. Segundo o delegado, naquele dia, o suspeito apontado pela polícia como mandante do assassinato de Graziele Betariz Leal disse que Bruno estaria envolvido com o crime. Conforme a corporação, ele afirmou ainda que o atleta tinha mandado matar Graziele porque ela "sabia demais" e tinha atuado como babá de suas duas filhas com Dayanne.
Para Rocha, o suspeito pode ter citado Bruno no caso para tirar o foco de si. O delegado diz que não pretende mais ouvir o goleiro nessas investigações e que faltam poucas semanas para conclusão do inquérito e indiciamento dos três suspeitos.
Com o depoimento desta terça-feira (6), o delegado afirmou que a primeira linha de investigação está mantida: a de que os três suspeitos assassinaram Graziele por engano, quando, na verdade, queriam matar sua irmã Geisla, que devia a eles R$ 600. Tanto Geisla quanto os três estavam envolvidos com de tráfico de drogas, de acordo com a polícia. O delegado disse que há provas materiais, testemunhais e motivação que sustentam esta tese.
A morte
Segundo a Polícia Civil, Graziele Beatriz Leal foi morta na casa de Geisla Leal, no bairro Liberdade, na em Ribeirão das Neves, na Grande BH, em janeiro de 2011. A polícia afirmou que Geisla estava sendo procurada pelos suspeitos por um suposto envolvimento com tráfico de drogas.
Geisla é uma das pessoas citadas no processo de desaparecimento e morte de Eliza Samudio. Segundo a polícia, ela teria cuidado do filho de Eliza no início de junho de 2010, mesma época em que a jovem desapareceu.
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Caso Eliza Samudio
O goleiro Bruno Fernandes e mais sete réus foram pronunciados a júri popular no processo sobre o desaparecimento e morte de Eliza Samudio. Para a polícia, a ex-namorada do jogador foi morta em junho de 2010 na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e o corpo nunca foi encontrado.
Após um relacionamento com o goleiro Bruno, Eliza deu à luz um menino em fevereiro de 2010. Ela alegava que o atleta era o pai da criança. Atualmente, o garoto mora com a mãe da jovem, em Mato Grosso do Sul.
Entenda as acusações
Em 19 de novembro, Bruno Fernandes e mais quatro réus serão julgados no Tribunal do Júri de Contagem. O goleiro e o amigo Luiz Henrique Romão vão a júri popular por sequestro e cárcere privado, homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. A Justiça havia atribuído as mesmas acusações a Sérgio Rosa Sales, que morreu neste ano, mas ele respondia ao processo em liberdade. Já o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos também está preso e vai responder no júri popular por homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver.
Na fase de inquérito sobre o desaparecimento e morte de Eliza, Sales e o outro primo do goleiro Bruno – Jorge Luiz Rosa – contribuíram com informações à polícia. Segundo a investigação, eles estiveram com Eliza no sítio do jogador, em Esmeraldas (MG).
Dayanne Rodrigues, ex-mulher do goleiro; Wemerson Marques, amigo do jogador, e Elenílson Vítor Silva, caseiro do sítio em Esmeraldas, respondem pelo sequestro e cárcere privado do filho de Bruno. Já Fernanda Gomes de Castro, outra ex-namorada do jogador, responde por sequestro e cárcere privado de Eliza e do filho dela. Eles foram soltos em dezembro de 2010 e respondem ao processo em liberdade. Flávio Caetano Araújo, que chegou a ser indiciado, foi inocentado.
O julgamento de Elenilson Silva e Wemerson Marques será realizado em data ainda não confirmada.
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