A juíza Marixa Fabiane Rodrigues, da comarca de Contagem, desmembrou o processo de desaparecimento e morte de Eliza Samudio nesta segunda-feira (8). Com a decisão da magistrada, o julgamento, marcado para o dia 19 de novembro, terá como réus o goleiro Bruno Fernandes e outras quatro pessoas. Inicialmente, o processo tinha sete réus.
De acordo com Tribunal de Justiça de Minas Gerais, Bruno, Luiz Henrique Romão - o Macarrão -, Marcos Aparecido dos Santos - o Bola -, Dayanne de Souza e Fernanda Gomes vão ser julgados pelo júri popular no dia 19 de novembro. Elenilson Vitor da Silva e Wemerson Marques - o Coxinha -, serão julgados, também pelo júri popular, em outra data, ainda sem previsão.
Segundo o TJ, o pedido de desmembramento do julgamento partiu do advogado de Luiz Henrique Romão - o Macarrão. Leonardo Diniz disse que ficou satisfeito com a decisão, mas pretende estudar a possibilibilidade de recorrer quanto ao número de testemunhas. Ele explica que, de acordo com a lei, para cada crime a desfesa tem direito a cinco testemunhas. No caso de seu cliente, como são três crimes, o ideal seria ter 15, mas a juíza autorizou apenas cinco.
A marcação do júri de Bruno foi confirmada pelo Fórum de Contagem nesta segunda-feira (8), dois anos e quatro meses após a morte da jovem, segundo o processo.
Segundo o tribunal, a decisão da juíza foi baseada em uma questão administrativa. O tribunal indica um grupo de 25 pessoas para formarem o júri. Na escolha do corpo de jurados, cada advogado de cada réu pode recusar três pessoas, que são liberadas do júri. Se o julgamento fosse mantido com sete réus - Bruno e os outros seis - poderia se chegar a um número inferior a sete, que é o grupo de jurados final, o que não é permitido pela legislação brasileira.
Entenda as acusações
O goleiro e o amigo Luiz Henrique Romão vão a júri popular por sequestro e cárcere privado, homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. A Justiça havia atribuído as mesmas acusações a Sérgio Rosa Sales, que morreu neste ano, mas ele respondia ao processo em liberdade. Já o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos também está preso e vai responder no júri popular por homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver.
Na fase de inquérito sobre o desaparecimento e morte de Eliza, Sales e outro primo do goleiro Bruno – Jorge Luiz Rosa, 19 anos – contribuíram com informações à polícia. Segundo a investigação, eles estiveram com Eliza no sítio do jogador, em Esmeraldas (MG). Jorge Rosa, que era adolescente na época do crime, cumpriu medida socioeducativa por participar de atos infracionais análogos a homicídio triplamente qualificado e a sequestro e cárcere privado de Eliza Samudio, e foi liberado da punição em setembro de 2012, com 19 anos.
Dayanne Rodrigues, ex-mulher do goleiro; Wemerson Marques, amigo do jogador, e Elenílson Vítor Silva, caseiro do sítio em Esmeraldas, respondem pelo sequestro e cárcere privado do filho de Bruno. Já Fernanda Gomes de Castro, outra ex-namorada do jogador, responde por sequestro e cárcere privado de Eliza e do filho dela. Eles foram soltos em dezembro de 2010 e respondem ao processo em liberdade. Flávio Caetano Araújo, que chegou a ser indiciado, foi inocentado.
Caso Eliza Samudio
O goleiro Bruno Fernandes e mais sete réus foram pronunciados a júri popular no processo sobre o desaparecimento e morte de Eliza Samudio. Para a polícia, a ex-namorada do jogador foi morta em junho de 2010 na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e o corpo nunca foi encontrado.
Após um relacionamento com o goleiro Bruno, Eliza deu à luz um menino em fevereiro de 2010. Ela alegava que o atleta era o pai da criança. Atualmente, o garoto mora com a mãe da jovem, em Mato Grosso do Sul.
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