23/05/2013 06h35 - Atualizado em 23/05/2013 06h52

Secretaria mantém proibição de trabalho a Bruno, mas libera visitas

Goleiro também terá banho de sol depois de 30 dias com direito suspenso.
Decisão faz parte da punição do atleta por discutir com outros presos.

Sara AntunesDo G1 MG

Bruno Fernandes poderá receber visitas nos finais de semana e ter banhos de sol a partir desta quinta-feira (23), após suspensão de 30 dias dos direitos, informou a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds). O goleiro está detido na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, Região Metropolitana de Belo Horizonte. Ele foi proibido de ter os benefícios depois de discutir com outros presos da unidade, com quem trabalhava na lavanderia. A decisão prevê ainda que ele fique impedido de retornar ao serviço por tempo indeterminado. Ele foi afastado do trabalho no dia 1º de abril. Em março de 2013, o jogador foi condenado a 22 anos e três meses de prisão pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado de Eliza Samudio.

07/03//2013 - Bruno de cabeça baixa durante o depoimento (Foto: Renata Caldeira / TJMG)07/03//2013 - Bruno de cabeça baixa durante o depoimento (Foto: Renata Caldeira / TJMG)

No dia 29 de abril, a Subsecretaria de Administração Prisional (Suapi) informou que Bruno também fez ameaças a dois agentes penitenciários e a outros detentos, motivando a suspensão do trabalho. A cada três dias trabalhados na lavanderia, Bruno tinha um dia reduzido à pena. A penalidade foi acrescida pelo impedimento de frequentar o banho de sol e receber visitas no dia 26 do mesmo mês.

Quando o prazo de suspensão do trabalho foi prorrogado, no dia 29 de abril, por decisão de uma comissão interna da penitenciária, o advogado Lúcio Adolfo questionou a decisão. Segundo o defensor de Bruno falou à época, a acusação de ameaças verbais a um agente penitenciário e a outros dois detentos é uma “mentira”. E disse ainda que a única testemunha da suposta confusão é um preso. “Julgamento sem prova nenhuma. Ele não sabe nem a data que isso teria acontecido”, disse Adolfo.

O caso
Eliza desapareceu em 2010 e seu corpo nunca foi achado. Ela tinha 25 anos e era mãe do filho recém-nascido do goleiro Bruno, de quem foi amante. Na época, o jogador era titular do Flamengo e não reconhecia a paternidade.

Em março deste ano, Bruno foi considerado culpado pelo homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado da jovem. A ex-mulher do atleta, Dayanne Rodrigues, foi julgada na mesma ocasião, mas foi inocentada pelo conselho de sentença. Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, amigo de Bruno, e Fernanda Gomes de Castro, ex-namorada do atleta, já haviam sido condenados em novembro de 2012.

O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, foi condenado a 22 anos de prisão. Enfrentarão júri ainda Elenílson Vitor da Silva, caseiro do sítio, e Wemerson Marques de Souza, amigo do goleiro. O julgamento, marcado inicialmente para 15 de maio, foi remarcado para 28 de agosto.

Sérgio Rosa Sales, primo de Bruno, foi morto a tiros em agosto de 2012. Outro suspeito, Flávio Caetano Araújo, que chegou a ser indiciado, foi absolvido. Jorge Luiz Rosa, outro primo do goleiro, que era menor de idade na época da morte, cumpriu medida socioeducativa por crimes similares a homicídio e sequestro. Atualmente tem 19 anos e é considerado testemunha-chave do caso.

 

 

Shopping
    busca de produtoscompare preços de