júri do caso Eliza (Foto: Renata Caldeira / TJMG)
O goleiro Bruno Fernandes voltou a trabalhar dentro do Complexo Penitenciário Nelson Hungria, em Contagem, nesta sexta-feira (24), de acordo com a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds). Ele vai fabricar vassouras artesanais para uso no presídio. O trabalho não é remunerado, mas contribui para a redução da pena. Ainda segundo a secretaria, a direção do presídio reavaliou a condição do jogador, que estava impedido de trabalhar até esta quinta-feira (23) depois de se envolver em uma discussão com outros presos, e liberou o retorno.
Em março deste ano 2013, o jogador foi condenado a 22 anos e três meses de prisão pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado de Eliza Samudio.
Bruno havia sido afastado do trabalho no dia 1º de abril. A partir de agora, vai ter uma ocupação diária, das 8h30 às 15h30. Ele também vai estudar na cadeia, cursando o 2º ano do Ensino Médio. conforme informou a Seds. As aulas tem início nesta sexta-feira (24). Visitas e banhos de sol estão liberados.
Nesta quinta-feira (23), a secretaria responsável pelo sistema prisional confirmou que o goleiro tomou dois tranquilizantes sem indicação médica, passou mal e foi levado para a enfermaria do Complexo Penitenciário Nelson Hungria, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O incidente aconteceu no domingo (19). Ainda segundo o comunicado, Bruno foi atendido e liberado. A unidade prisional instaurou um procedimento interno para apurar como os medicamentos chegaram até o goleiro.
O G1 entrou em contato com advogado de Bruno, Lúcio Adolfo, mas ele não foi encontrado nesta sexta-feira (24).
O caso
Eliza desapareceu em 2010 e seu corpo nunca foi achado. Ela tinha 25 anos e era mãe do filho recém-nascido do goleiro Bruno, de quem foi amante. Na época, o jogador era titular do Flamengo e não reconhecia a paternidade.
Em março deste ano, Bruno foi considerado culpado pelo homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado da jovem. A ex-mulher do atleta, Dayanne Rodrigues, foi julgada na mesma ocasião, mas foi inocentada pelo conselho de sentença. Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, amigo de Bruno, e Fernanda Gomes de Castro, ex-namorada do atleta, já haviam sido condenados em novembro de 2012.
O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, foi condenado a 22 anos de prisão. Enfrentarão júri ainda Elenílson Vitor da Silva, caseiro do sítio, e Wemerson Marques de Souza, amigo do goleiro. O julgamento, marcado inicialmente para 15 de maio, foi remarcado para 28 de agosto.
Sérgio Rosa Sales, primo de Bruno, foi morto a tiros em agosto de 2012. Outro suspeito, Flávio Caetano Araújo, que chegou a ser indiciado, foi absolvido. Jorge Luiz Rosa, outro primo do goleiro, que era menor de idade na época da morte, cumpriu medida socioeducativa por crimes similares a homicídio e sequestro. Atualmente tem 19 anos e é considerado testemunha-chave do caso.