Por Henrique Martin, g1


g1 testou: tecnologia para vestir

g1 testou: tecnologia para vestir

Usar um produto tecnológico no dia a dia não significa apenas tirar o celular do bolso. Ou o notebook da mochila.

Um anel, um par de óculos e um relógio podem esconder segredos bem interessantes.

O Guia de Compras testou três produtos feitos para serem “invisíveis” em suas funcionalidades principais. Veja a seguir.

Samsung Galaxy Ring

Galaxy Ring tem sensores na parte interna para medir batimentos cardíacos e oxigenação do sangue. — Foto: Henrique Martin/g1

O Samsung Galaxy Ring é um anel cheio de sensores que medem diversos recursos de saúde.

O Ring checa os batimentos cardíacos, acompanha exercícios físicos e, o mais interessante, avalia a qualidade do sono.

Os sensores ficam na parte de dentro do anel. A ideia aqui é usar e esquecer, o resto ele faz sozinho.

O acessório conseguiu detectar exercícios (caminhada e corrida) de forma automática, com resultados parecidos no número de passos dados com um smartwatch de outra marca (Apple Watch Ultra 2) para referência.

Durante os exercícios, o Ring acompanha os batimentos cardíacos e a oxigenação do sangue.

Dormir com o Galaxy Ring é confortável, muito mais do que ficar com um smartwatch no punho a noite toda.

Após as primeiras 7 noites de avaliação da qualidade do sono, o app Samsung Health, que sincroniza os dados com o celular, informa qual animal representa seu perfil noturno – pode ser leão, pinguim e até ouriço.

Medição de sono no app Galaxy Wear após usar o Galaxy Ring — Foto: Reprodução

A qualidade do sono indicada foi boa em geral, mas existiu um problema na métrica de medição do que a Samsung entende o que é passar uma boa noite na cama.

Uma das noites foi interrompida várias vezes pela festa de um vizinho. No dia seguinte, deu aquela sensação de “não dormi direito mesmo”, mas a pontuação de noite era excelente.

Definitivamente poderia ter sido considerado ruim, mas não foi.

Tem um outro problema que pode incomodar (ou assustar) no escuro: os LEDs dos sensores piscam em verde e vermelho o tempo todo. Então, caso você acorde durante a madrugada, pode perceber uma iluminação fraca no dedo, o que é meio esquisito.

Galaxy Ring: os sensores ficam ativos a noite toda e quem está dormindo pode se assustar — Foto: Henrique Martin/g1

Em um segundo momento do teste, o Ring foi usado em conjunto com o relógio Galaxy Watch Ultra, da própria Samsung.

A companhia indica o uso conjunto dos seus smartwatches com o Ring, para melhorar o resultado, já que os sensores de um complementam o do outro.

A grande diferença foi passar a ter os mapas de acompanhamento de exercícios ativos, já que o relógio tem o GPS integrado e segue todo o trajeto.

A bateria dura bastante, cerca de uma semana.

Mas não é um produto para todo mundo. Além de funcionar somente com celulares da marca, não cabe no dedo de toda pessoa.

São vários tamanhos para usar no dedo indicador, mas o teste foi feito com o maior deles e ficou apertado.

Então, é o caso de ir a uma loja experimentar pessoalmente para avaliar.

O anel custava R$ 3.500 em dezembro, mas não estava disponível nas lojas on-line, exatamente por conta dessa questão do tamanho.

O Galaxy Ring também não tem concorrentes no Brasil. A Oura, principal marca de "smart rings" no exterior, não conta com um representante local.

Os JBL Soundgear Frames são óculos escuros para ouvir música. Peraí, como assim?

As hastes dos óculos – que são bastante estilosos – escondem alto-falantes e microfones. Para ligar, basta tirar da caixinha protetora e abrir as hastes que ele começa a funcionar.

Você sincroniza com o celular por bluetooth, como se fosse um fone de ouvido sem fios convencionais. E sai na rua ouvindo músicas, podcasts ou até fazendo ligações.

Para um par de óculos, a qualidade sonora é boa, e surpreende ouvir músicas vindo do redor do rosto. Vale ressaltar que os óculos ficaram um pouco pequenos para a cabeça do repórter.

Um botão nas hastes permite ajustar volume, atender ligações e pular músicas – tudo isso sem perder atenção ao ambiente ao redor, já que o canal auditivo não está bloqueado.

Funciona direito, mas deu para perceber que a qualidade do som fica melhor dentro de locais fechados – sendo passageiro dentro de um carro, por exemplo.

Quem está ao redor mal percebe o som.

Detalhe da haste do JBL Soundgear Frames — Foto: Henrique Martin/g1

Andar na rua (ou tentar fazer esportes) pode ser um pouco frustrante, já que o som pode sumir bastante por causa dos ruídos da cidade.

A JBL diz que dá para trocar as lentes por versões com grau, se for necessário.

A bateria dura até 8 horas e é recarregada por um cabo USB-C com duas pontas – uma para cada haste.

Os óculos que tocam música eram vendidos em dezembro na faixa dos R$ 620 nas lojas da internet.

Um dos concorrentes mais conhecidos dos JBL Soundgear Frames são os óculos Ray-Ban Meta Smart Glasses, com câmera integrada para tirar fotos e gravar vídeos.

O dispositivo permite enviar as fotos e vídeos direto para as redes sociais da Meta (Facebook e Instagram), mas não é vendido no Brasil.

O Huawei Watch D2 é um smartwatch convencional (saiba como escolher um) que também mede a pressão. É uma tecnologia útil, mas que nem todo mundo precisa.

Ele infla no punho, medindo a pressão arterial como se fosse um equipamento doméstico. Outros smartwatches também medem pressão, mas apenas com os sensores do relógio.

A pulseira do Watch D2 tem uma espécie de airbag na parte de dentro. Ao acionar a medição, esse airbag infla do mesmo modo que o aparelho convencional, medindo batimentos cardíacos e a pressão arterial.

Huawei Watch D2 simulando medição de pressão — Foto: Henrique Martin/g1

O Watch D2 não pretende substituir a medição feita por médicos especialistas, mas sim acompanhar a evolução da pressão durante o dia e até à noite, o tempo todo.

A ideia é fazer uma medição a cada meia hora, durante 24 horas, para gerar um histórico. E depois fazer medições pontuais apenas pressionando um botão no relógio.

Huawei Watch D2: app Saúde mostra os resultados das medições de pressão — Foto: Reprodução

A única coisa que o portador do relógio precisa fazer é levantar o braço esquerdo em direção ao peito e ficar parado por alguns instantes. É muito rápido e leva menos de um minuto o processo todo.

Esse é um diferencial em relação a outros smartwatches que medem pressão, como o Galaxy Watch7 Ultra, da Samsung (veja o teste), que realizam essa avaliação apenas por sensores em contato com a pele.

Nos relógios da Samsung, é preciso usar um medidor convencional (saiba como escolher um) para fazer uma calibração mensal, checar os números e tentar manter os dados mais precisos.

Além da medição de pressão, o relógio da Huawei também é um smartwatch convencional, com acompanhamento de batimentos cardíacos, oxigenação do sangue e recebimento de notificações do celular.

Essas são funções comuns em relógios de concorrentes, como os Apple Watch.

O Watch D2 consegue sincronizar dados com iPhones e com sistema Android, mas tem algumas limitações de apps, por exemplo. Não tem integração com streamings de música ou aplicativos de transporte, por exemplo.

Nas lojas da internet, o Huawei Watch D2 custava entre R$ 3.000 e R$ 4.000 em dezembro. É um pouco menos que o Samsung Galaxy Watch7 Ultra, que saía por R$ 5.000.

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