Depois de perder o grau de investimento pela Fitch e ter sua nota cortada pela Standard and Poors, a Samarco teve seu rating rebaixado pela terceira das três grandes agências internacionais de risco. Nesta sexta-feira (4), a Moody's informou que decidiu cortar a nota da empresa, ujos donos são a Vale a anglo-australiana BHP Billiton, de Ba1 para Caa1.
Isso coloca a Samarco na categoria de alto risco de inadimplência e baixo interesse pela Moody's. A perspectiva é negativa, ou seja, com previsão para um novo rebaixamento.
"O rebaixamento para Caa1 reflete as contínuas incertezas sobre a habilidade da Samarco para para retomar suas operações e nossa preocupação sobre as pressões de liquidez resultadas de multas, penalidades e reivindicações relacionadas ao acidente com a barragem da Samarco em Minas Gerais em 5 de novembro", explicou a Moody' em comunicado.
"A Moody's acredita que é incerto de a empesa conseguirá obter a licença para retomar as operações em Minas Gerais." Segundo a agência, a perspectiva negativa "reflete a pressão sobre o rating da empresa que vai persistir até que seu risco operacional e de liquidez seja resolvido".
A agência cita que uma eventual melhora na nota da Samarco depende de a empresa "encontrar soluções que poderiam evitar um déficit de liquidez, incluindo suporte dos acionistas", ou seja, a Vale e a BHP Billiton.
Rompimento de barragem
O rompimento da barragem de Fundão, dia 5 de novembro na unidade industrial de Germano, entre os distritos de Mariana e Ouro Preto (cerca de 100 km de Belo Horizonte), provocou uma onda de lama que devastou distritos próximos. O mais atingido foi Bento Rodrigues. Há relatos de desaparecidos, e o número total de mortes ainda é desconhecido.