Sob influência do fenômeno 'La Ninã', Acre deve ter volume de chuvas acima da média — Foto: Iryá Rodrigues/g1 AC
A metereologia prevê que de dezembro de 2024 a março de 2025, chuvas acima da média sejam registradas no Acre, por conta fenômeno "La Niña". Na última semana as primeiras chuvas começaram a atingir várias cidades acreanas. (Confira a reportagem completa abaixo)
O La Niña ocorre quando há o resfriamento da faixa Equatorial Central e Centro-Leste do Oceano Pacífico. Ele é estabelecido quando há uma diminuição igual ou maior a 0,5°C nas águas do oceano. O fenômeno acontece a cada 3 ou 5 anos.
A previsão será de chuvas acima da média e o consequente transbordamento dos rios que devem sofrer influência do "La Niña". 2024 ficará marcado como o ano em que o Acre enfrentou situações climáticas extremas e graves.
Em março de 2024, aconteceu a cheia histórica do rios em todas as regiões do Estado. Pouco tempo depois, a escassez da água, rios praticamente desapareceram, queimadas e muita fumaça, como nunca havia sido registrado.
Apesar da leve melhora dessa situação, o cenário ainda requer atenção, isso é o que pontua o coordenador da Defesa Civil Estadual, Carlos Batista. "Se a gente for fazer uma análise pela bacia do Rio Juruá no município de Porto Walter nos últimos três dias tivemos uma subida, elevação do nível do rio em mais de um metro. Em Cruzeiro do Sul, uma elevação acima dos 60 centímetros.
Batista ainda comenta que em Rio Branco o Rio Acre está há mais de 110 dias com o nível abaixo dos dois metros. "Há uma previsão de chuvas em grandes volumes a partir da segunda quinzena do mês de outubro", torce ele.
Após a seca severa, a meteorologia prevê que o "La Niña" ganhe força nas próximas semanas. O meteorologista, Rafael Coll, afirma que entre o fim de dezembro desse ano e março do ano que vem, a previsão é de que haja chuvas bem acima da média sejam registradas.
"São chuvas que vão ficar muito volumosas a partir de dezembro até março de 2025 em razão do fenômeno La Niña, aumentando as chuvas na bacia de toda a Amazônica. A gente trabalha sempre com uma tendência, tanto na previsão do tempo, quanto na previsão climatológica e essa tendência significativa para ter chuvas acima do valor normal climatológico. Então isso é algo preocupante", adverte Coll.
De acordo com a Defesa Civil Estadual, o planejamento e as medidas para enfrentar a estação das chuvas, que promete ser rigorosa, já estão em discussão. "A gente já vem conversando com as Defesas Civis Municipais. Agora para o final do mês já temos reuniões e vídeos-conferências justamente para as tratativas já se pensando na resposta, na assistência ou naquilo que se pode prevenir em relação as inundações", explica Batista.
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La Niña
Para o Brasil, os efeitos clássicos do La Niña são:
- Aumento de chuvas no Norte e no Nordeste;
- Tempo seco no Centro-Sul, com chuvas mais irregulares;
- Tendência de tempo mais seco no Sul;
- Condição mais favorável para a entrada de massas de ar frio no Brasil, gerando maior variação térmica.
O La Niña envolve o resfriamento em larga escala das águas da superfície do Oceano Pacífico central e oriental, além de mudanças na circulação atmosférica tropical, como ventos, pressão e chuvas.
Seus efeitos variam conforme a intensidade, duração, época do ano e a interação com outros fatores climáticos, mas geralmente traz impactos opostos aos do El Niño, principalmente nas regiões tropicais, onde fica boa parte do Brasil.
Meteorologia prevê chuvas acima da média no Acre a partir de dezembro