Por Victor Lebre, g1 AC — Rio Branco


Rio Acre segue em baixa no município de Brasiléia, no interior do estado — Foto: Jhonys David/Arquivo pessoal

O nível do Rio Acre em Brasiléia, distante mais de 200 km da capital Rio Branco, está há pelo menos três dias em 60 centímetros, o menor índice já registrado na história da cidade, de acordo com a Defesa Civil do município. O nível se mantém na cidade desde o sábado (28).

No fim de agosto, o rio já havia registrado a menor cota histórica por três dias seguidos. De acordo com a Defesa Civil Municipal, no dia 20 de agosto o nível estava em 75 centímetros, diminuiu para 74 no dia seguinte e a 73 centímetros no dia 22 daqueles mês.

A situação atual, que preocupa as autoridades por conta do risco de desabastecimento, contrasta com o que foi vivenciado pelos moradores em fevereiro deste ano, quando o Rio Acre alcançou a maior marca de sua história na cidade: 15,58 metros. Na época, cerca de 80% do município ficou inundado.

Imagem Arquivo/Secom Brasiléia Imagem Defesa Civil de Brasiléia
Na primeira foto, Rio Acre em Brasiléia inundou ponte metálica em fevereiro; na segunda, nível alcança o pior registro quase seis meses depois — Foto 1: Arquivo/Secom Brasiléia — Foto 2: Defesa Civil de Brasiléia

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À época, o coordenador da Defesa Civil, tenente Sandro Cordeiro, informou que havia solicitado ajuda do governo federal através da Secretaria Nacional de Defesa Civil. A cidade também está na lista das que tiveram a situação de emergência reconhecida por conta da estiagem.

Agora, de acordo com o tenente, uma portaria de ajuda humanitária foi publicada pelo governo federal e a instituição está em fase final de cotação de insumos e aluguel de caminhões pipa para apoiar moradores das zonas urbana e rural da cidade.

"Nessa demanda também estão inseridos os povos originários, colônias de pescadores e ribeirinhos", acrescentou o tenente.

Ainda segundo o coordenador, a cidade teve chuvas na última semana, mas com baixa intensidade. a expectativa é que na segunda quinzena de outubro chova regularmente na cidade.

"A previsão para o mês de Outubro é que comece a chover com um pouco mais de intensidade a partir da segunda quinzena, daí os mananciais principalmente da zona rural começarão a dar sinal de recuperação hídrica", explicou.

Ponte Wilson Pinheiro, em Brasiléia, na fronteira entre Brasil e Bolívia — Foto: Jhonys David/Arquivo pessoal

Maior enchente da história

Brasiléia teve praça alagada após transbordo histórico do Rio Acre — Foto: Prefeitura de Brasiléia

Brasiléia é mais um município que passa por seca recorde após registrar enchente histórica no início de 2024. No dia 28 de fevereiro, o nível do Rio Acre iniciou com 15,56 metros no município. No decorrer do dia, o manancial aumentou mais dois centímetros.

Com isso, superou a marca registrada em 2015 em Brasiléia, de 15,55 metros, naquela que ficou conhecida como a pior cheia da história da cidade, quando as águas do manancial cobriram 100% da área urbana do local.

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Na época, quase 4 mil pessoas estavam desabrigadas ou desalojadas, segundo a prefeitura do município. Os moradores de Brasiléia e de Epitaciolândia, cidade vizinha, faziam filas para aguardar as embarcações que faziam o transporte de moradores para várias atividades. Naquela ocasião, 16 abrigos haviam sido montados para receber a população desabrigada.

No bairro Leonardo Barbosa, que chegou a ficar isolado do lado brasileiro, uma cratera se formou. A área, porém, não sofreu rompimento definitivo do território nacional.

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