Senadores alertam que dólar alto prejudica produção e eleva preços
A aprovação do pacote de corte de gastos do governo ainda não foi o suficiente para segurar a cotação do dólar, que segue acima dos R$ 6,00. A senadora Tereza Cristina (PP-MS) ressaltou que essa valorização não representa ganhos significativos nem mesmo para os exportadores brasileiros, que dependem da importação de insumos, como fertilizantes. Ela alertou que essa alta deve impactar os preços dos alimentos e a inflação. Já o ministro da Agricultura e senador licenciado, Carlos Fávaro (PSD-MT), destacou que o governo está comprometido em reduzir os gastos públicos para diminuir a desconfiança do mercado financeiro. E ao lembrar a aprovação do pacote de corte de gastos pelo Congresso Nacional, ele afirmou que o crescimento econômico deste ano está acima do previsto.
Transcrição
SENADORA AVALIA QUE A COTAÇÃO ELEVADA DO DÓLAR PREJUDICA A PRODUÇÃO DE ALIMENTOS NO PAÍS E PODE AUMENTAR OS PREÇOS PARA O CONSUMIDOR.
MINISTRO DA AGRICULTURA DESTACA NÚMEROS POSITIVOS DA ECONOMIA E DIZ QUE GOVERNO ESTÁ FAZENDO SUA PARTE NA REDUÇÃO DE DESPESAS. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN.
Apesar da aprovação do pacote de corte de gastos do governo, o dólar segue cotado acima dos R$ 6,00. A senadora Tereza Cristina, do PP de Mato Grosso do Sul, demonstrou preocupação com a valorização da moeda norte-americana. Ex-ministra da Agricultura no governo Bolsonaro, ela ponderou que os ganhos para os produtores brasileiros que vendem suas mercadorias no exterior não são altos ao ressaltar que eles importam diversos insumos. Tereza Cristina alertou que essa variação cambial pode encarecer os preços dos alimentos aqui no Brasil, o que terá impacto no aumento da inflação.
Se você estiver vendendo produtos para exportação, o dólar alto é bom, principalmente nesse momento que nós temos preço das commodities lá fora abaixo. Então, isso é bom para quem é vendedor. Agora, em contrapartida, tem o outro lado da moeda, quem está comprando insumos que nós dependemos, os fertilizantes, mais de 90%, os defensivos agrícolas, os produtos importados, nós vamos estar carregando essa alta do dólar por preço interno. Então, o dólar neste patamar não é bom para ninguém.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, ressaltou que o governo está acompanhando a trajetória do dólar pelos impactos nos preços dos alimentos e na inflação. Mas voltou a questionar o aumento da moeda norte-americana ao citar que o crescimento econômico deste ano será maior do que o projetado e que o mercado de trabalho está aquecido. Senador licenciado pelo PSD de Mato Grosso, que reassumiu o mandato para votar o pacote de corte de gastos, Carlos Fávaro destacou que o dólar está valorizado em todo o mundo e não apenas no Brasil. Ele também chamou atenção que esse câmbio prejudica os produtores e os consumidores, por isso, o governo tem se empenhado nas medidas de redução de despesas.
Os alimentos são todos lastreados nas bolsas internacionais, portanto, com o dólar mais alto sobe o preço dos alimentos. Isso gera inflação. Por isso, que estamos trabalhando para segurar essa alta desproporcional do câmbio, que aconteceu no Brasil. É importante dizer que isso também não se reflete em ganho no campo, em lucro, para os produtores porque os insumos também são cotados em dólar. Adubo, as sementes, o próprio combustível, o que aumenta o custo de produção lá no campo também e prejudica o produtor. Então, o melhor caminho é a estabilidade, um dólar equilibrado.
A equipe econômica diz que no final do ano é comum a elevação do dólar, já que empresas estrangeiras remetem os lucros para os seus países de origem. Por outro lado, o Banco Central tem feito leilões da moeda norte-americana a fim de segurar a sua cotação. Ao longo deste ano, essas ofertas ultrapassaram US$ 33 bilhões, valor que supera todo o orçamento do Bolsa Família. Da Rádio Senado, Hérica Christian.