O sarcoma sinovial é um tipo raro de câncer que afeta os tecidos moles do corpo, incluindo músculos, ligamentos e gordura. Este tumor maligno, embora pouco comum, representa entre 5% e 10% dos sarcomas de partes moles diagnosticados, com uma incidência estimada de 1 a 2 casos por milhão de pessoas anualmente.
O que é o sarcoma sinovial?
O sarcoma sinovial é um tipo de sarcoma (neoplasia maligna) que se origina em células dos tecidos que envolvem as articulações, como tendões, ligamentos e revestimentos sinoviais. Apesar de o nome remeter à sinóvia, esse câncer pode surgir em áreas sem tecido sinovial, como músculos e nervos próximos às articulações. Embora possa aparecer em qualquer região do corpo, o sarcoma sinovial é mais frequentemente encontrado nas extremidades, como braços e pernas.
Este tipo de câncer geralmente afeta adultos jovens, entre 15 e 40 anos, mas pode ocorrer em qualquer faixa etária. Devido à sua raridade, muitas vezes é diagnosticado tardiamente, o que pode impactar as opções de tratamento e o prognóstico.
Quais são os sintomas do sarcoma sinovial?
Os sintomas do sarcoma sinovial podem ser sutis e se desenvolver gradualmente. O tumor frequentemente se apresenta como um nódulo ou “caroço” indolor que cresce lentamente. Os principais sinais incluem:
- Nódulo indolor, que pode ser percebido inicialmente como um caroço.
- Inchaço na área afetada.
- Dormência ou dor, que podem surgir à medida que o tumor cresce e pressiona estruturas adjacentes.
- Limitação de movimento.
Em estágios mais avançados, o tumor pode invadir tecidos vizinhos, levando a complicações adicionais, como dor intensa e restrições significativas no movimento. É crucial que qualquer nódulo suspeito seja avaliado por um especialista, mesmo na ausência de dor.
Quais são os fatores de risco para o sarcoma sinovial?
É importante ressaltar que muitos pacientes com sarcoma sinovial não apresentam fatores de risco evidentes, o que dificulta o diagnóstico precoce. Os fatores de risco conhecidos incluem:
Idade: é mais comum em jovens adultos e adolescentes.
Exposição a produtos químicos: exposição a substâncias como o benzeno tem sido associada ao aumento do risco de desenvolvimento de sarcomas.
Histórico familiar: embora raro, um histórico de sarcomas pode indicar uma predisposição genética.
Diagnóstico do sarcoma sinovial
O diagnóstico do sarcoma sinovial envolve uma combinação de avaliações clínicas e exames complementares.
Exame físico: avaliação do nódulo e dos sintomas relatados pelo paciente.
Exames de imagem: a ressonância magnética (RM) é o exame mais eficaz para visualizar tumores em tecidos moles. Radiografias e tomografias computadorizadas (TC) também podem ser utilizados.
Biópsia: utilizada para confirmar o diagnóstico, trata-se da retirada de uma amostra do tecido para serem analisadas por um patologista.
Exames genéticos: Testes podem ser realizados para identificar alterações genéticas características específicas associadas ao sarcoma sinovial (translocações cromossômicas), auxiliando na confirmação do diagnóstico.
Tratamento do sarcoma sinovial
O principal tratamento é a ressecção cirúrgica do tumor, de modo a deixar margens cirúrgicas adequadas e de segurança para reduzir o risco de recidiva. Em casos mais agressivos, pode ser necessária a amputação do membro afetado.
A radioterapia pode ser utilizada antes ou após a cirurgia, para otimizar o tratamento cirúrgico e eliminar células tumorais eventualmente remanescentes. Já a quimioterapia é indicada em casos em que o tumor não pode ser completamente removido ou quando há metástases.
O prognóstico para pacientes com sarcoma sinovial varia conforme o estágio no momento do diagnóstico. Tumores diagnosticados precocemente têm maior chance de cura. Contudo, devido à natureza agressiva deste câncer e ao risco de recidiva local ou metastática, o acompanhamento médico contínuo é fundamental.
Terapia-Alvo
Recentemente, a terapia-alvo ganhou destaque no tratamento do sarcoma sinovial. Essa abordagem utiliza medicamentos que visam especificamente às células tumorais, com base em suas características genéticas e moleculares. Os inibidores da tirosina quinase (TKIs) têm mostrado resultados promissores em estudos clínicos, oferecendo uma nova esperança para pacientes com formas avançadas da doença. Um dos medicamentos utilizados é o crizotinibe, que pode atuar, por exemplo, em alguns casos de sarcoma sinovial com translocação de SYT-SSX.
A terapia-alvo pode ser utilizada em combinação com outras modalidades de tratamento, como quimioterapia e radioterapia, aumentando as chances de controle da doença e melhorando a qualidade de vida dos pacientes.