Pesquisa aponta que deixar de comer carne poderia salvar milhões de vidas
Estudo foi apresentado no Fórum Econômico Mundial
publicidade
O Fórum Econômico Mundial, também conhecido como Fórum de Davos, divulgou recentemente que deixar de comer carne poderia salvar milhões de vidas e reduzir significativamente as emissões de dióxido de carbono. Um estudo realizado para o Fórum pela Oxford Martin School, um departamento da célebre universidade britânica, demonstrou que 2,4% das mortes provocadas por alimentação no mundo poderiam ser evitadas caso houvesse uma redução no consumo de carne, sobretudo de origem bovina.
Nos países ricos, nos quais o consumo é mais elevado, o percentual de vidas que se salvaria seria de 5%, destacou o Fórum Econômico Mundial - que reúne anualmente, em janeiro, as elites econômicas e políticas mundiais na luxuosa estação de esqui de Davos, no leste da Suíça. Segundo o estudo, a demanda por carne continuará aumentando durante as próximas décadas, já que a população mundial pode chegar a 10 bilhões de pessoas antes de 2050. “Se tornará impossível satisfazer esta demanda”, alerta o diretor executivo Fórum, Dominic Waughray, em um comunicado.
O estudo alerta ainda para o impacto do consumo de carne no meio ambiente. Apenas a produção de carne bovina representou, em 2010, 25% das emissões de CO2 relacionadas com a alimentação.
E não é só o Fórum Econômico Mundial que faz esse alerta. A FAO (Food and Agriculture Organization), agência da ONU para o combate à fome e erradicação da pobreza, projeta aumento de 76% no consumo global de carne até 2050. Segundo o órgão, mais carne será consumida do que em qualquer período da nossa história e iremos pagar o preço ambiental e humano disso – a menos que façamos uma mudança agora.
“Precisamos ser realistas. Cortar carne inteiramente da dieta não é uma opção para muitas pessoas”, disse James Lomax, oficial de sistemas sustentáveis de alimentação e do programa de gestão de agricultura da ONU Ambiente. “A carne bovina é fonte realmente importante de vitaminas e proteínas – e fonte de renda – para os mais pobres do mundo. Pequenas operações de produção orgânica possuem impacto ambiental muito diferente em comparação a produção industrial de gado.” “Mas no centro da questão ambiental está a maneira com a qual a carne é produzida e, crucialmente, consumida. Reduzir intensivamente o consumo de carne de criação de gado é bom para as pessoas e para o planeta.”