Morte na Penitenciária

Morte na Penitenciária

Não é hora de se divertir espalhando fakenews pelas redes

Oscar Bessi

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A Segurança Pública vive de encarar leões diários. Em qualquer lugar. Não pensem que é privilégio do chamado terceiro mundo, ou desses nossos continentes invadidos e depredados pelos “conquistadores” europeus – e que hoje são obrigados a lidar com miséria, exclusão, violência e alguma nesga de sombra dos seus povos originários, exterminados lá nos séculos das grades explorações (chamadas de colonização). E sim, sou chato e considero importante lembrar disso a todo momento. Porque não gosto quando se diz “é bem coisa de Brasil, mesmo”. Calma lá. Há respostas bem mais profundas do que culpar nosso povo.

Enfim, o assassinato do líder de uma facção criminosa na jovem Penitenciária de Canoas, mostra falha no sistema? Claro. Mas vamos deixar claro: não é por não ser presídio de segurança máxima ou média ou mínima que a presença de armas e drogas tenha que ser tolerada. E isso é raro? Não, né. Claro que o governo do RS está mais do que certo em apurar o caso com rigor. Mas quem conhece a realidade dos presídios sabe muito bem o quão longo são os tentáculos do crime. E todo o sistema sabe o quanto esse contexto penitenciário é problemático. O rigor precisa partir de todos os envolvidos no sistema de persecução penal. Todos mesmo. Da polícia penal ao judiciário.

Há dois grandes problemas no enfrentamento ao crime. O primeiro, claro, é a corrupção. E onde houver ser humano, haverá corrupção, algo que só se enfrenta com muita coragem e determinação de se cortar o mal pela raiz. O segundo é a ideologia equivocada a impregnar decisões e legislações. Às vezes o conhecimento teórico é brilhante, mas as pessoas se permitem levar pelo emocional dos discursos porque só conhecem a vida por séries de Tv. E a realidade é ruim: há garantias demais para criminosos que estão presos. As vítimas deles não tiveram nem metade dessas preocupações para ter, pelo menos, chance de escapar da sua crueldade.

E esses criminosos de facção não escolheram o seu caminho? É até injusto que precisemos ficar tão preocupados em proteger criminosos mais do que aos próprios cidadãos trabalhadores e honestos - os que escolhem sofrer diariamente essa guerra que é sobreviver num país tomado pela desigualdade, como o nosso. Sinceramente, nossos períodos de tirania nos deixaram tão receosos quanto aos atos do estado que, agora, estamos colhendo frutos indesejáveis disso tudo. E gastando fortunascom quem não está nem aí para a nossa sociedade. Com quem não tem um pingo de humanidade e respeito pelo próximo.

A vítima da morte na penitenciária escreveu uma carta pedindo providências para ser protegido. Ok. Criminoso commedo de outros criminosos. Sinceramente, querer uma vida mais segura e tranquila passaria por não ter escolhido ser criminoso. Dona Maria, lá na perifeira, faxineira, vai escrever uma carta com medo dos ladrões que assaltam na parada do ônibus e matam para trocar um celular por pedrinhas de crack. Vai dar repercussão?

Bom, mas é o que temos. Porém, se as facções tentarem entrar em conflito, o comando da BM já garantiu que não vai rolar. Coronel Douglas já anunciou o pronto de todas as tropas especilizadas da Brigada, que com seu policiamento ostensivo normal já nos protege 24h por dia, todos os dias, nas ruas, ininterruptamente. Está trabalhando com inteligência policial e integração com as outras forças de segurança. Comunidade gaúcha pode ficar tranquila. Claro, criminosos seguem sendo criminosos e nada além, então não podemos esperar caridade desses caras também, né. Eles farão o que fazem todos os dias porque escolhem isso.
Agora, baita desserviço faz quem cria e quem espalha fakenews, como anúncios de toque de recolher em comunidades, num momento assim. A investigação policial precisa detectar esses ilustres dementes criativos e meter em cana também. São tão criminosos quanto.



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