O RS está se tornando a terra da impunidade

O RS está se tornando a terra da impunidade

Por Delegado Zucco, deputado estadual

Correio do Povo

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O Rio Grande do Sul, historicamente conhecido por sua bravura e retidão, corre o risco de se transformar em um estado onde a impunidade prevalece. O recente recuo do governo em retirar a urgência da votação do projeto que proíbe tomadas em presídios é mais um exemplo claro de como estamos enfraquecendo as políticas de segurança e a autoridade do Estado sobre aqueles que escolheram o caminho do crime.

Importante destacar que a proposta original desse projeto de lei é de minha autoria e foi protocolada em fevereiro deste ano. Contudo, em novembro, o governo do estado decidiu copiar a proposta e enviá-la em regime de urgência. Infelizmente, por medo de represálias do crime organizado, o governo foi pressionado a retirar a matéria das votações, deixando claro que a firmeza na condução da segurança pública cedeu lugar ao medo das facções.

A presença de tomadas em celas é uma aberração que só fortalece o crime organizado. Esses dispositivos, que deveriam ser usados apenas para necessidades básicas, são transformados em ferramentas de comando dentro dos presídios. Celulares carregados mantêm o controle das facções sobre o mundo externo, resultando em crimes, extorsões e ameaças às famílias gaúchas. Cada passo em direção ao afrouxamento das regras no sistema prisional é um golpe contra a segurança da população.

Além disso, protocolei recentemente um projeto de lei que propõe o fim da separação de presos com base em facções no Rio Grande do Sul. Essa prática tem servido como catalisador para o fortalecimento do crime organizado. Hoje, ao ingressar no sistema prisional pela primeira vez, o preso é obrigado a escolher em qual galeria prisional quer ficar recolhido – essas galerias, comandadas e compostas por integrantes de uma única facção – e nasce aí mais um "soldado do crime organizado". Sendo assim, os presídios do Estado, em vez de promoverem a ressocialização, tornaram-se centros de aliciamento e expansão das facções criminosas. Pessoas que chegam ao sistema sem vínculos com o crime acabam integradas a essas organizações, acumulam dívidas e se tornam peças-chave em suas estruturas.

Não podemos permitir que o sistema prisional continue sendo um terreno fértil para as facções. Assim como no caso das tomadas, o Rio Grande do Sul precisa de medidas que recuperem a autoridade do Estado e assegurem que o crime não compensa. É fundamental que o governo e a sociedade se posicionem com firmeza para não transformar nosso Estado em um símbolo de impunidade.

Fica aqui o meu compromisso de continuar lutando por um Rio Grande do Sul mais seguro e justo. Precisamos de coragem política para enfrentar esses desafios e garantir um futuro melhor para todos os gaúchos.


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