Variante Alfa do SARS-CoV-2
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B.1.1.7 | |
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Variante da SARS-CoV-2 vírus responsável pela COVID-19 e sua pandemia | |
Nome científico | B.1.1.7 |
Apelido | "Variante Alfa" |
Primeira detecção em | Reino Unido |
Variante de Preocupação (VOC)? | Sim |
Variante de Interesse (VOI)? | Sim |
Resistencia á vacinação | Sem comprovação |
Legenda do mapa
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B.1.1.7,[1] também conhecida como VUI – 202012/01,[nota 1] ou ainda variante Alfa, é uma variante do SARS-CoV-2, o vírus causador da COVID-19.[3] A variante foi detectada pela primeira vez no Reino Unido em outubro de 2020 a partir de uma amostra tirada no mês anterior, e rapidamente começou a se espalhar em meados de dezembro. Esteve correlacionada com um aumento significativo na taxa de infecção por COVID-19 na Inglaterra.[4][5] durante o final de 2020 e início de 2021.[6]
Genética
[editar | editar código-fonte]Mutações da SARS-CoV-2 são comuns: mais de quatro mil mutações foram detectadas apenas na glicoproteína spike.[7] O foco nas mutações decorre de uma forma comum para rastrear a propagação do vírus. Além de mostrar, por exemplo, que o SARS-CoV-2 chegou ao Reino Unido após mais de mil incidentes separados, também mostra que uma variante com a mutação G614 substituiu completamente o D614 anterior.[8]
A variante B.1.1.7 é definida por dezessete mutações,[7] incluindo várias na glicoproteína spike: deleção 69-70, deleção 144, N501Y, A570D, D614G, P681H, T716I, S982A, D1118H[9]. Uma das mutações mais importantes é a N501Y—uma mudança de asparagina (N) para tirosina (Y) na posição de aminoácido 501. Isso se deve à sua posição dentro do domínio de ligação ao receptor da glicoproteína spike (RBD), que se liga ao ACE2 humano e murino.[10] Mutações no RBD podem tornar o vírus mais infeccioso[7]. No caso da N501Y, a afinidade entre o SARS-CoV-2 e o receptor ACE2 aumentou devido à uma diminuição na distância entre a região T500 no RBD do vírus e a região D355 no ACE2 humano. Está diminuição leva a uma maior afinidade entre as duas moléculas, uma vez que a ligação entre elas é dominada por interações eletrostáticas.[11]
Descoberta
[editar | editar código-fonte]O B.1.1.7 foi detectado em outubro de 2020 pelo Consórcio COVID-19 Genomics UK (COG-UK) a partir de uma amostra retirada em setembro do mesmo ano.[12]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Notas
Referências
- ↑ «Covid-19: variante encontrada no Reino Unido chegou a outros países». Veja. 21 de dezembro de 2020. Consultado em 21 de dezembro de 2020
- ↑ «PHE investigating a novel strain of COVID-19». Governo do Reino Unido. 14 de dezembro de 2020. Consultado em 21 de dezembro de 2020
- ↑ James Gallagher (21 de dezembro de 2020). «O que se sabe sobre a nova variante do coronavírus que levou a novo lockdown na Inglaterra». BBC. Consultado em 21 de dezembro de 2020
- ↑ «Covid: Nations impose UK travel bans over new variant». BBC. 20 de dezembro de 2020. Consultado em 21 de dezembro de 2020
- ↑ Amy Woodyatt, Lindsay Isaac, Luke McGee e Arnaud Siad (21 de dezembro de 2020). «Boris Johnson backtracks on relaxing Christmas rules after scientists warn new Covid-19 variant is spreading faster». CNN. Consultado em 21 de dezembro de 2020
- ↑ Davies, Nicholas G.; Abbott, Sam; Barnard, Rosanna C.; Jarvis, Christopher I.; Kucharski, Adam J.; Munday, James D.; Pearson, Carl A. B.; Russell, Timothy W.; Tully, Damien C. (9 de abril de 2021). «Estimated transmissibility and impact of SARS-CoV-2 lineage B.1.1.7 in England». Science (em inglês) (6538): eabg3055. ISSN 0036-8075. PMC PMC8128288 Verifique
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(ajuda). PMID 33658326. doi:10.1126/science.abg3055. Consultado em 27 de maio de 2022 - ↑ a b c Jacqui Wise (16 de dezembro de 2020). «Covid-19: New coronavirus variant is identified in UK». BMJ (em inglês). 371. ISSN 1756-1833. doi:10.1136/bmj.m4857
- ↑ Nathan D. Grubaugh, William P. Hanage e Angela L. Rasmussen (20 de agosto de 2020). «Tracking Changes in SARS-CoV-2 Spike: Evidence that D614G Increases Infectivity of the COVID-19 Virus». Cell. 182 (4): 812–827.e19. doi:10.1016/j.cell.2020.06.043 – via ScienceDirect
- ↑ Rambaut, Andrew (dezembro de 2020). «Preliminary genomic characterisation of an emergent SARS-CoV-2 lineage in the UK defined by a novel set of spike mutations». virological. Consultado em 27 de maio de 2022
- ↑ Andrew Rambaut, Nick Loman, Oliver Pybus, Wendy Barclay, Jeff Barrett, Alesandro Carabelli, Tom Connor, Tom Peacock, David L Robertson e Erik Volz (16 de dezembro de 2020). «Preliminary genomic characterisation of an emergent SARS-CoV-2 lineage in the UK defined by a novel set of spike mutations». Virological. COVID-19 Genomics Consortium UK (em inglês)
- ↑ Ali, Fedaa; Kasry, Amal; Amin, Muhamed (1 de junho de 2021). «The new SARS-CoV-2 strain shows a stronger binding affinity to ACE2 due to N501Y mutant». Medicine in Drug Discovery (em inglês). 100086 páginas. ISSN 2590-0986. PMC PMC7923861 Verifique
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(ajuda). PMID 33681755. doi:10.1016/j.medidd.2021.100086. Consultado em 27 de maio de 2022 - ↑ «New Covid variant spreading to other parts of UK, public health leader warns». Romsey Advertiser. 20 de dezembro de 2020. Consultado em 21 de dezembro de 2020