Terra Indígena do Vale do Javari
Terra Indígena do Vale do Javari | |
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Vista aérea de parte da terra indígena | |
Localização | Atalaia do Norte Guajará Amazonas |
Dados | |
Área | 8 544 000ha.[1] |
Criação | 2 de maio de 2001 |
Gestão | Funai |
Coordenadas | |
A Terra Indígena do Vale do Javari é uma terra indígena localizada nos municípios de Atalaia do Norte e Guajará, no oeste do estado do Amazonas, no Brasil.[2] Foi demarcada por decreto do presidente Fernando Henrique Cardoso em 2 de maio de 2001.[1] Ela é a segunda maior terra indígena do Brasil, perdendo apenas para a Terra Indígena Ianomâmi.[3]
É habitada por diferentes povos indígenas, como os marubos, matsés, matis, kanamari, kulina. Também se encontram, dentro da reserva, pelo menos quatro grupos isolados.[1] De acordo com a Coordenação Geral de Índios Isolados e Recém Contatados da Fundação Nacional do Índio no Vale do Javari, há 19 registros de indígenas isolados reconhecidos na região.[3] É a região que apresenta a maior densidade de povos indígenas isolados no mundo.[4] Os diferentes grupos indígenas são representados pela União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja).[5]
À época da demarcação, o número de habitantes da terra indígena somava 3 961 indivíduos. Em 2021, estimava-se uma população de 6 317 pessoas.[1]
Problemas com o narcotráfico e a exploração de recursos naturais
O Vale do Javari registra uma alta taxa de suicídios (142 para cada 100 mil habitantes), mais do que qualquer outro lugar no Brasil.[6] A região também sofre, atualmente, pressões predatórias de madeireiros, traficantes, caçadores e pescadores.[4]
Essas diferentes atividades afetam a população indígena, mas também a fauna e flora local. A lucrativa pesca de peixes para exportação,[7][8][9] a exploração da floresta, e o garimpo ilegal,[10] se articulam com o narcotráfico, em uma região que cobre as fronteiras do Brasil, Peru e Colômbia, permitindo a lavagem de dinheiro e o financiamento para comprar e trazer drogas ao Brasil.[11][12][13][14]
Referências
- ↑ a b c d «Terra Indígena Vale do Javari». Terras Indígenas no Brasil. Consultado em 28 de setembro de 2021
- ↑ Terra Indígena Vale do Javari é finalmente homologada, Instituto Socioambiental
- ↑ a b «Conheça o Vale do Javari, terra indígena com maior concentração de povos indígenas isolados do mundo». Portal Amazônia. 19 de junho de 2022. Consultado em 8 de janeiro de 2024. Cópia arquivada em 7 de janeiro de 2024
- ↑ a b MILANEZ, F. Guerra e Omissão. Carta Capital. São Paulo. Editora Confiança. 25 de novembro de 2015. p. 64,65.
- ↑ Scofield, Laura (28 de junho de 2022). «Após mortes de Bruno e Dom, Univaja articula ações em Brasília e é ignorada pelo Executivo». Agência Pública. Consultado em 17 de agosto de 2022
- ↑ Nossa, Leonencio. «Suicídios no paraíso perdido». O Estado de S. Paulo. Grupo Estado. Consultado em 11 de agosto de 2015
- ↑ Valente, Rubens (20 de junho de 2022). «Bruno estava "atrapalhando os negócios" dos assassinos, diz investigador da polícia civil». Agência Pública. Consultado em 17 de agosto de 2022
- ↑ Anjos, Anna Beatriz (9 de junho de 2022). «Vale do Javari teve multa recorde por pesca ilegal de pirarucu». Agência Pública. Consultado em 17 de agosto de 2022
- ↑ da Silva, Vera Maria Ferreira (26 de junho de 2020). «A pesca da piracatinga: a maior ameaça ao boto-vermelho». Fauna News. Consultado em 17 de agosto de 2022
- ↑ Quadros, Vasconcelo (9 de outubro de 2019). «Sem apoio do Exército e com silêncio do Ibama». Agência Pública. Consultado em 17 de agosto de 2022
- ↑ Fellet, João. «Laços entre traficantes, caçadores e pescadores acirram violência onde dupla desapareceu na Amazônia». BBC News Brasil. Consultado em 17 de agosto de 2022
- ↑ «Vale do Javari: como pesca ilegal e tráfico de drogas se articulam na região». br.noticias.yahoo.com. 16 de junho de 2022. Consultado em 17 de agosto de 2022
- ↑ Resende, Leandro. «Estudos mostram relação entre tráfico de drogas e pesca ilegal no Javari». CNN Brasil. Consultado em 17 de agosto de 2022
- ↑ Dias Balieiro, Luiz Felipe de Vasconcelos; Nascimento, Izaura Rodrigues (6 de julho de 2015). «Tríplice fronteira Brasil, Peru e Colômbia e as implicações com o narcotráfico». Textos e Debates (26). ISSN 2317-1448. doi:10.18227/2317-1448ted.v2i26.2789. Consultado em 17 de agosto de 2022