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Taxodium mucronatum

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Como ler uma infocaixa de taxonomiaTaxodium mucronatum
Taxodium mucronatum em El Sabinal, Aguascalientes
Taxodium mucronatum em El Sabinal, Aguascalientes
Estado de conservação
Espécie pouco preocupante
Pouco preocupante [1]
Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Pinophyta
Classe: Pinopsida
Ordem: Cupressales
Família: Cupressaceae
Género: Taxodium
Espécie: T. mucronatum
Nome binomial
Taxodium mucronatum
Ten., 1853
Distribuição geográfica

Sinónimos[3]
Folhas.
"El Árbol del Tule", em Santa María del Tule, Oaxaca, México.
Taxodium mucronatum (Rio Pilón, próximo de Villagrán, Tamaulipas, México).

Taxodium mucronatum Ten. 1853 é uma espécie de conífera arbórea pertencente à família das Cupressaceae, nativa do México, mas também presente em zonas muito localizadas do sul do Texas e noroeste da Guatemala.[4][5][6] É considerada a árvore nacional do México. A espécie encontra-se em bom estado de conservação.[3][7]

Dado o seu significado cultural, a espécie Taxodium mucronatum é conhecida por múltiplos nomes comuns, entre os quais cipreste-calvo-de- montezuma,[8] cipreste-montezuma.[9] ou ahuehuete,[9] Esta espécie de Taxodium é nativa do México e da Guatemala,[10] onde as populações locais desde tempos imemoriais a consideram como árvores referenciais. O nome ahuehuete, o mais comum na região, deriva do nome na língua nahuatl para estas árvores, āhuēhuētl, que pode ser grosseiramente traduzido por "tambor vertical na água"[11] ou "velho homem da água".

A espécie produz grandes árvores (mesofanerófitos a megafanerófitos) perenifólias ou semi-perenifólias, crescendo até aos 40 m de altura e com um troncos com 1–3 m de diâmetro (ocasionalmente muito mais, como no caso da famosa «árvore de Tule» (a «Árbol del Tule»). As árvores das montanhas mexicanas alcançam uma robustez notável. Ao contrário de Taxodium distichum e Taxodium ascendens, este cipreste Taxodium mucronatum raramente produz joelho de cipreste nas suas raízes.[3]

As folhas são dispostas em filotaxia espiral, mas rodadas na base por forma a ficarem em duas fileiras horizontais, com 1–2 cm de comprimento e 1–2 mm de largura. Os cones são ovóides, com 1,5-2,5 cm de comprimento e 1–2 cm de comprimento.

Um espécime, conhecido por Árbol del Tule em Santa María del Tule, Oaxaca, México, é consideraa como umas árvores com tronco mais grosso de todo o mundo, com um diâmetro 11,42 m medido à altura do peito. São conhecidos vários outros espécimes com tronco com diâmetros de 3 a 6 m.

Distribuição e habitat

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O habitat preferido de Taxodium mucronatum é primariamente as zonas ripárias, crescendo ao longo das margens dos rios., especialmente nas regiões de planalto, mas também ocorre próximo de nascentes e pântanos. Ocorre dos 300 aos 2500 m de altitude no México, principalmente nas terras altas entre os 1600 e os 2300 m de altitude. A espécie é muito tolerante à seca e de crescimento rápido,[12] preferindo contudo climas que são chuvosos durante todo o ano ou pelo menos com chuvas intensas no verão.

Taxodium mucronatum é nativo de grande parte do México, desde a região central para sul até às terras altas do sul do México.[3] Nos EStados Unidos apresenta distribuição disjunta, com populações no Vale do Rio Grande no extremo sul do Texas, outras no sul do Novo México, perto de Las Cruces.[13][14] Na Guatemala, a espécie está restrita ao Departamento de Huehuetenango.[10]

Etnobotânica

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A espécie foi escolhida como árvore representativa do México em 1910.[15] Em 1921, para comemorar o centenário da independência mexicana, foi selecionada como árvore nacional por seu esplendor, beleza, longevidade, dimensões colossais e tradição. Desde os tempos pré-hispânicos, esta árvore foi atribuída qualidades sagradas e fez parte das lendas e da história de lugares de diferentes línguas hahuehuetl.[5]

A árvore é sagrada para os povos nativos do México e consta do mito da criação tradicional da cultura zapoteca.[16] Para os aztecas, a sombra combinada de um āhuēhuētl e um pōchōtl (Ceiba pentandra) representava metaforicamente a autoridade de um governante.[17] De acordo com a lenda, Hernán Cortés chorou sob um ahuehuete em Popotla[18] após sofrer derrota durante a batalha de La Noche Triste.[19]

Esta espécie é mencionada no conto Rivers, publicado em 2015 pelo escritor John Keene, no qual reinventa a história das Aventuras de Huckleberry Finn de Mark Twain.[20]

Estas árvores têm sido usados ​​como ornamentais desde os tempos pré-colombianos. Os aztecas plantaram āhuēhuētl ao longo dos caminhos processionais nos jardins de Chapultepec por causa de sua associação com a figura do governante.[21] ilhas artificiais, chamadas chinampas, foram construídas nos lagos pouco profundos do Vale do México adicionando solo a áreas retangulares cercadas por árvores como os āhuēhuētl,[3] embora maioria da literatura mencione apenas salgueiros para a formação destas estruturas. Estas árvores também eram usadas para ladear os canais da região antes da conquista espanhola.[15]

Estas árvores são frequentemente cultivados em parques e jardins mexicanos. A madeira é usada para fazer vigas de edifícios e móveis.[19] Os astecas usavam a resina destas árvores para tratar a gota, a úlcera péptica, algumas doenças de pele, feridas e dores de dentes. Uma decocção feita a partir da casca foi usada como diurético e emenagogo. Um breu derivado da madeira desta árvore foi usado como cura para a bronquite. As folhas actuam como relaxante e podem ajudar a reduzir a coceira.[22]

John Naka, um mestre bonsai de renome mundial, doou o seu primeiro bonsai, um cipreste desta espácie, para o Museu Nacional de Bonsai e Penjing dos Estados Unidos. Um alameda destas árvores está localizada no pátio principal do Getty Center Art Museum, instalada em 1995.[23]

Conhecem-se pelo menos os seguintes híbridos cultivados:

  • Taxodium × ‘LaNana’ (T. distichum × T. mucronatum)[24]
  • Taxodium 'Zhongshansa' (T. distichum × T. mucronatum)[25]
  1. Taxodium mucronatum (Mexican Cypress, Montezuma Bald Cypress) (em inglês)
  2. «Taxodium huegelii C.Lawson — The Plant List». www.theplantlist.org. Consultado em 20 de setembro de 2020 
  3. a b c d e «Taxodium mucronatum». The Gymnosperm Database. Consultado em 12 de outubro de 2009 
  4. Sternberg, Guy; James Wesley Wilson (2004). Native Trees for North American Landscapes: From the Atlantic to the Rockies (em inglês). [S.l.]: Timber Press. p. 476. ISBN 9780881926071 
  5. a b «The IUCN Red List of Threatened Species(tm)» (em inglês). Consultado em 2 de fevereiro de 2009 
  6. Fralish, James Steven; Scott B. Franklin (2002). Taxonomy and Ecology of Woody Plants in North American Forests (em inglês). [S.l.]: John Wiley and Sons. p. 123. ISBN 0471161586 
  7. Farjon, A. (2013). «Taxodium mucronatum». Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas. 2013: e.T34029A2840943. Consultado em 4 de fevereiro de 2020 
  8. «Taxodium mucronatum». Bases de dados de PLANTS. Natural Resources Conservation Service. Consultado em 8 de dezembro de 2015 
  9. a b «Taxodium mucronatum». Agricultural Research Service (ARS), United States Department of Agriculture (USDA). Germplasm Resources Information Network (GRIN). Consultado em 4 de fevereiro de 2020 
  10. a b Veblen, Thomas T. (1977). «Guatemalan Conifers». Food and Agriculture Organization. Unasylva. 29 (118). Consultado em 14 de outubro de 2009 
  11. Andrews, James Richard (2003). Introduction to Classical Nahuatl. [S.l.]: University of Oklahoma Press. p. 328. ISBN 978-0-8061-3452-9 
  12. Creech, David; Lijing Zhou; Yin Yunlong; Teobaldo Eguiluz-Piedra (novembro de 2011). «Can Taxodium Be Improved?» (PDF). Arnold Arboretum of Harvard University. Arnoldia. 69 (2): 11–20 
  13. Melendrez, Michael Martin. «Search for the Answer». PLANTanswers.com. Consultado em 9 de dezembro de 2017 
  14. Hilaire, Rolston St. (1999). «105 Propagation of Taxodium mucronatum (Montezuma Cypress)». HortScience. 34 (3): 459. doi:10.21273/HORTSCI.34.3.459DAcessível livremente 
  15. a b Debreczy, Zsolt; István Rácz (inverno 1997–1998). «El Arbol del Tule: The Ancient Giant of Oaxaca» (PDF). Arnold Arboretum of Harvard University. Arnoldia. 57 (4): 3–11 
  16. «Taxodium mucronatum Montezuma Bald Cypress». Cal Poly Plant Conservatory. California Polytechnic State University. Consultado em 14 de outubro de 2009. Arquivado do original em 18 de junho de 2010 
  17. Haskett, Robert (2007). «Primordial Titles» (PDF). Sources and Methods for the Study of Postconquest Mesoamerican Ethnohistory, Provisional Version. University of Oregon. Consultado em 13 de outubro de 2009 
  18. Geiger, John Lewis (1874). A Peep at Mexico: Narrative of a Journey Across the Republic from the Pacific to the Gulf in December 1873 and January 1874. [S.l.]: Trübner and Co. p. 268 
  19. a b Felger, Richard Stephen; Matthew Brian Johnson; Michael Francis Wilson (2001). The Trees of Sonora, Mexico. [S.l.]: Oxford University Press. p. 41. ISBN 978-0-19-512891-8 
  20. Keene, John (2015). Counternarritives. New York: New Directions. 235 páginas 
  21. Evans, Susan Toby (2007). Michel Conan W. John Kress, ed. Botanical Progress, Horticultural Innovation and Cultural Changes. Volume 28. [S.l.]: Dumbarton Oaks. p. 90. ISBN 978-0-88402-327-2 
  22. Sullivan, Janet (1994). «Taxodium mucronatum». Fire Effects Information System. United States Forest Service. Consultado em 13 de outubro de 2009 
  23. Smaus, Robert (14 de dezembro de 1997). «A Gardener's Getty». Los Angeles Times 
  24. Creech, David. «Taxodium X 406» (PDF). SFA Gardens. Consultado em 10 de dezembro de 2017 
  25. «Taxodium 'Zhongshansa' NANJING BEAUTY». Plant Finder. Missouri Botanical Garden. Consultado em 10 de dezembro de 2017 
  • Eguiluz T. 1982. Clima y Distribución del género pinus en México. Distrito Federal. Mexico.
  • Rzedowski J. 1983. Vegetación de México. Distrito Federal, Mexico.
  • Martínez, Maximinio. 1978. Catálogo de nombres vulgares y científicos de plantas mexicanas.

Ligações externas

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  • «Taxodium mucronatum» (PDF). Digital Representations of Tree Species Range Maps from "Atlas of United States Trees" by Elbert L. Little, Jr. (and other publications). United States Geological Survey