Saul Alves Martins
Saul Alves Martins | |
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Nascimento | 1 de novembro de 1917 Januária |
Morte | 10 de dezembro de 2009 (92 anos) Belo Horizonte |
Causa da morte | falência múltipla dos órgãos |
Residência | Brasil |
Nacionalidade | brasileiro |
Cônjuge | Julinda Garcia Martins |
Alma mater | Universidade Federal de Minas Gerais |
Prêmios | Troféu "Antero de Alencar" em 1978 / Troféu "Alferes Tiradentes" em 1984 / Cidadão Honorário de Belo Horizonte em 1987 / Cidadão Honorário de Bonito de Minas / "Construtor do Progresso" das mãos de José Alencar em 2005 |
Instituições | Universidade Federal de Minas Gerais e Polícia Militar do Estado de Minas Gerais |
Campo(s) | Antropologia e Folclore |
Tese | Contribuição para o estudo científico do artesanato |
Notas | Foi Presidente de Honra da Comissão Mineira de Folclore, já que foi um de seus fundadores, membro do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais, da Societé Internationale d´Ethnologie et de Folklore (SIEF), foi da Academia Municipalista de Letras, da Academia de Letras Municipais do Brasil e membro correspondente das Academias Conquistense (Bahia), Itajubense e Juiz-Forana (Minas Gerais) de Letras. Foi Membro Fundador da Academia de Letras João Guimarães Rosa da Polícia Militar de Minas Gerais e Presidente do Conselho Superior. |
Saul Alves Martins (Januária, 1 de novembro de 1917 - Belo Horizonte, 10 de dezembro de 2009[1]) foi um antropólogo e folclorista, professor da UFMG . Formado em Ciências Sociais, com mestrado e doutorado na área, se dedicou durante anos ao estudo e ao ensino da antropologia, com ênfase no folclore e na tradição de Minas Gerais.
Histórico do Antropólogo
[editar | editar código-fonte]Defendeu sua dissertação de mestrado com a biografia do cangaceiro Antonio Dó e sua tese de doutorado com o título “Contribuição para o estudo científico do artesanato”, ambos publicados na forma de livro.
Contribuições de Saul Alves Martins para a antropologia
[editar | editar código-fonte]Escritor atento as nuances da “cultura popular” e das formas de sociabilidade “tradicionais” expostas no interior de Minas Gerais, especialmente as rodas de São Gonçalo, Saul Alves Martins deixou um legado na descrição e na sistematização das formas de expressão cultural do interior do Brasil. Defendendo um estudo sistemático dessas formas de expressão, e profundamente influenciado pelo positivismo de Auguste Comte e de Émile Durkheim, o antropólogo folclorista defendia o folclore como a forma “primeira” (ou, usando o jargão durkheimniano, a “forma elementar”) de expressão da cultura de um povo.
Empresta seu nome ao Museu do Artesanato Saul Alves Martins, localizado na cidade de Vespasiano/MG, categorizado como um dos cinco melhores museus de cultura popular do Brasil[2]. Cabe salientar que o museu possui em seu acervo uma grande quantidade de obras doada pelo antropólogo, fruto de suas pesquisas.
Nos tempos em que a antropologia vêm redescobrindo os estudos folclóricos, não apenas como fonte de dados para posteriores análises, mas também como um rico material de discussão, a obra de Saul Alves Martins aponta como de grande relevância para a construção teórica.
Versos do Poeta
[editar | editar código-fonte]Saul Alves Martins também foi poeta, tendo publicado vários livros neste gênero literário, além de contribuições em coletâneas. Como exemplo de sua produção nesta área cabe ressaltar o poema "Flores do Campo" [3] considerado um dos dez melhores sonetos da fase contemporânea em Minas Gerais, que gerou ao antropólogo o prêmio recebido pela Academia Mineira de Letras em 1951. Segue um trecho do soneto:
“ |
Belas flores de pétalas bordadas, De raro odor e de aparência austera, Lindo jardim que a natureza gera Para alegrar a vida nas chapadas. |
” |
Além de seu trabalho como antropólogo, tornou-se coronel e comandou batalhões na capital mineira. É autor do hino oficial da Polícia Militar do Estado de Minas Gerais (PMMG), o que aponta para seu viés poético. Saul Alves Martins também se dedicou a poesia.
Publicações do autor
[editar | editar código-fonte]- Canção da Terra.(Poesia). 1ª Edição .Belo Horizonte. Editora “O Lutador”. Belo Horizonte. 1952.
- A dança de São Gonçalo. Edição Mantiqueira. Belo Horizonte.1954.
- Opúsculo (1): artes e ofícios caseiros. Separata da Revista do Arquivo. CLXIV. Obra premiada pela Discoteca Pública Municipal de São Paulo, 1959.
- Os jogos infantis e as cantigas de roda. Edição do Centro Regional de Pesquisas Educacionais.MEC-INEP.Belo Horizonte, 1962.
- Opúsculo (2): o artesanato no Serro. Edição da Secretaria de Estado do Trabalho e Cultura Popular de Minas Gerais. Imprensa Oficial. Belo Horizonte, 1964.
- Folheto (2): uma oficina em cada lar. Edição da Secretaria de Estado do Trabalho e Cultura Popular de Minas Gerais. Belo Horizonte.Foi lema de Governo (Magalhães Pinto), 1964.
- A Indústria Caseira em Pitangui. Publicação da Secretaria de Estado do Trabalho e Cultura Popular de Minas Gerais. Belo Horizonte: Imprensa Oficial, 1966.
- Opúsculo (4): proteção ao artesanato. Edição da Secretaria de Estado do Trabalho e Cultura Popular de Minas Gerais. Imprensa Oficial. Belo Horizonte, 1966.
- Antônio Dó. Edição da Imprensa Oficial. Belo Horizonte. 1ª Edição, 1967.
- Opúsculo (5): o museu e as pesquisas artesanais. Editora da Academia Patense de Letras. Patos de Minas, 1969.
- Os Barranqueiros. Edição do Centro de Estudos Mineiros. UFMG. Belo Horizonte, 1969.
- Contribuição ao estudo científico do artesanato. Edição da Imprensa Oficial. Belo Horizonte, 1973.
- O artesanato na região de Barreiros. (Nota Prévia) Campus Avançado da UFMG. Conselho de Extensão.Barreiras. Bahia, 1973.
- Arte e artesanato folclóricos. Edição do MEC – FUNARTE – CDFB . Rio de Janeiro, 1976.
- Arte popular figurativa. Edições Carranca. Belo Horizonte, 1977.
- Folclore em Minas Gerais. Edição do MEC-FUNARTE-INF, com participação da UFMG. Rio de Janeiro. 1ª edição, 1982.
- O misterioso número três. Edições Carranca . Belo Horizonte, 1987.
- Folclore: teoria e método. Edição da Secretaria de Estado da Cultura de Minas Gerais. Edição da Imprensa Oficial. Belo Horizonte, 1986.
- Congado: família de três irmãos. Edição do SESC-MG. Belo Horizonte, 1988.
- Enciclopédia de literatura brasileira [contribuição a], de Afrânio Coutinho, edição do MEC, 1990.
- Folclore em Minas Gerais. Edição (ampliada) da UFMG. Belo Horizonte. 2ª edição, 1991.
- Canção da Terra.(Poesia). Edição do Autor. Belo Horizonte.2ª edição, 1998.
- Dicionário Histórico e Biográfico Brasileiro [contribuição ao], da Fundação Getúlio Vargas, publicado em 2002.
Referências
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- http://www.virtualismo.avbl.com.br/autores/silviamottapatrono.htm
- http://redeminas.tv/Cmi/Pagina.aspx?7854[ligação inativa]
- http://www.cultura.mg.gov.br/?task=interna&sec=2&cat=42&con=1001&all_not=y&limitstart=90
- http://pt-br.wordpress.com/tag/museu-do-folclore-saul-alves-martins/
- http://recantodasletras.uol.com.br/acrosticos/82321
- http://www.ufmg.br/online/arquivos/014123.shtml
- Artigo que analisa a importância da produção de militares acadêmicos: https://web.archive.org/web/20110707052733/http://historiayespacio.univalle.edu.co/TEXTOS/28/0628.PDF
- http://www.fgr.org.br/2008/index.php?pg=concursos_culturais_alvino
- http://www.hojeemdia.com.br/cmlink/hoje-em-dia/colunas-artigos-e-blogs/pela-cidade-1.30603/adeus-a-saul-alves-martins-1.51548