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Rizoide

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Rizoide de uma alga castanha.
Rizoide discoide de uma alga castanha fixa a uma rocha.
Rizoide de um musgo (Bryum subapiculatum).

Rizoide (ou rizóide) é a designação dada em botânica e ficologia aos órgãos das plantas, algas e musgos, que exercem as funções de raiz sem terem a estrutura das raízes das plantas vasculares.[1] No caso das macroalgas os rizoides são por vezes designados por crampons, especialmente quando discoides, sendo que nalgumas espécies existe um sistema rizoidal extenso que permite que a alga se ancore ao substrato arenoso do qual pode absorver nutrientes.[2] As espécies microscópicas de flutuação livre não apresentam rizóides.[3]

Os rizoides são protuberâncias que se estendem a partir da das camadas celulares externas inferiores de briófitos e algas macroscópicas. Estas estruturas são similares em morfologia e função aos pêlos radiculares das plantas vasculares terrestres. Estruturas semelhantes ocorrem em alguns fungos. Os rizoides podem ser unicelulares ou multicelulares.[4]

As plantas tiveram origem em ambientes aquáticos e gradualmente migraram para a terra firme durante o seu longo percurso evolutivo. Na água, ou perto dela, as plantas podem absorver a água do ambiente, sem a necessidade de nenhum órgão ou tecido absorvente especial. Além disso, nos estados primitivos do desenvolvimento das plantas, a diferenciação e divisão de funções entre estruturas anatómicas eram mínimas, pelo que não era necessário tecido absorvente de água especializado. No entanto, quando as plantas colonizaram a terra, passou a ser necessária presença de tecidos especializados, na raiz, para absorver a água com eficiência e também para ancorar a planta à terra. Os rizoides são respostas similares, em boa parte resultado da evolução convergente.

Em alguns briófitos de maiores dimensões apresentam estruturas intermédias em que os rizoides absorvem a água por acção capilar, na qual a água se move entre os fios dos rizoides e não através de cada um deles, como nas raízes.

Em fungos, os rizoides são pequenas ramificações das hifas que crescem para baixo a partir dos estolhos que ancoram o fungo ao substrato], que para além da função de fixação libertam enzimas digestivas que permitem ao organismo absorver o material orgânico digerido. Essas estruturas levam a que os fungos sejam considerados organismos heterotróficos por absorção.

Nas plantas terrestres, os rizoides são os tricomas que ancoram a planta ao solo. Nas Marchantiophyta (as hepáticas), aquelas estruturas estão ausentes ou são unicelulares, mas multicelulares nos musgos. O equivalente nas plantas vasculares são os pêlos radiculares e podem ser unicelulares ou multicelulares.

A rizina é a estrutura anatómica equivalente nos líquenes.

  1. Fletcher, R.L. 1987. Seaweeds of the British Isles. Volume 3 Fucophyceae (Phaeophyceae), British Museum (Natural History) ISBN 0-565-00992-3.
  2. Demes, Kyle W.; Littler, Mark M.; Littler, Diane S. (2010). «Comparative phosphate acquisition in giant-celled rhizophytic algae (Bryopsidales, Chlorophyta): Fleshy vs. calcified forms». Aquatic Botany. 92 (2): 157–160. doi:10.1016/j.aquabot.2009.10.012 
  3. Smith, G.M.1955. Cryptogamic Botany. Volume 1 Algae and Fungi. McGraw-Hill Book Company Inc
  4. Fletcher, R.L. 1987. Seaweeds of the British Isles. Volume 3 Fucophyceae (Phaeophyceae) British Museum (Natural History)ISBN 0-565-00992-3