Reorganização do Exército Brasileiro na ditadura militar
A reorganização do Exército Brasileiro na ditadura militar (1964–1985) centrou sua ordem de batalha nas brigadas e elevou seu nível tecnológico. Foi realizada quando os militares eram poder dirigente no país, interessados no poderio das Forças Armadas, mas os gastos militares relativos à população e economia não eram altos para o padrão mundial. As mudanças, ocorridas principalmente nos anos 70, elevaram o poder de combate do Exército, mas a derrota das Forças Armadas Argentinas na Guerra das Malvinas de 1982 levou à conclusão de que o Brasil estava defasado, inaugurando uma nova fase de reformas na Nova República com o plano Força Terrestre 90 e seus sucessores.
O país estava alinhado aos Estados Unidos na Guerra Fria, mas diminuiu sua dependência militar pelo desenvolvimento de uma doutrina militar e indústria bélica próprias e o rompimento do Acordo Militar em 1977. Houve tensões com a Argentina nos anos 70, posteriormente acalmadas. A maior preocupação na área de segurança era com a luta armada de esquerda, contra a qual surgiram unidades de contrainsurgência e órgãos de inteligência e repressão como os DOI-CODI. Ainda assim, as autoridades militares não abriam mão de desenvolver as capacidades de guerra convencional, como pode ser visto na expansão das forças mecanizadas e blindadas. Essa modernização era considerada fonte de legitimidade nacional e internacional.
As mudanças eram exigidas nos anos 60 por oficiais otimistas com as possibilidades econômicas e inconformados com a condição da força terrestre, tecnologicamente obsoleta e com organização inconsistente. As principais grandes unidades eram divisões desfalcadas e incompletas. Estudos no Estado-Maior do Exército produziram o Plano Diretor de 1970, após o qual as grandes unidades eram brigadas de infantaria e cavalaria coordenadas por Divisões de Exército. O escalão regimento deixou de existir na infantaria e artilharia. As divisões permaneceram subordinadas a quatro Exércitos e dois Comandos Militares, com as forças concentradas no Rio de Janeiro e na região Sul, mas houve uma expansão moderada na Amazônia e a criação de unidades especializadas na selva.
Até então, o Exército tinha tanto forças motorizadas, mecanizadas e blindadas quanto infantaria a pé e cavalaria hipomóvel; essas duas categorias foram muito reduzidas no período. As tropas foram reaparelhadas com novas armas leves, caminhões, carros de combate M41, blindados M113, EE-9 Cascavel e EE-11 Urutu e obuseiros, incluindo artilharia autopropulsada. Organizavam-se em brigadas de infantaria (comum, motorizada, paraquedista e blindada) e cavalaria (mecanizada e blindada), cada qual com três a quatro batalhões de manobra junto a unidades de apoio de combate e logístico. O efetivo era de ao redor de 170.000 nos anos 70, chegando a 194.380 em 1985. A ordem de batalha à base de brigadas permanece em vigor no início do século XXI.
Contexto
[editar | editar código-fonte]Na ditadura militar o poder político foi concentrado em “anéis” de tecnocratas das estatais, militares influentes no governo e representantes do grande capital,[1] com os militares assumindo papel dirigente, exercido em prol dos interesses dominantes.[2] Para manter a unidade corporativa, após o golpe de Estado de 1964 houve um expurgo dos militares dissidentes, alinhados ao governo deposto,[a][3] mas nos anos seguintes surgiriam dissidências políticas de linha-dura, assim como tensões nos altos escalões, como a disputa entre o general-presidente Ernesto Geisel e o ministro do Exército Sílvio Frota.[4]
O alto escalão reformou a progressão de carreira, condições de exercício das funções civis, direito a manifestações públicas e outras questões para afastar os escalões intermediários da política.[5] Surgiu a proposta de unificar a direção política das três Armas em um ministério unificado, mas ela não teve sucesso e havia dissensões entre as Armas.[6][5] O período também foi marcado pela ascensão do Serviço Nacional de Informações, com uma “comunidade de informações” derivada, mas autônoma, das Forças Armadas.[7] O controle do Exército sobre as Polícias Militares foi reforçado, eliminando o poder bélico estadual remanescente, e as polícias reorientadas para o enfrentamento à guerrilha e manutenção da ordem pública.[8][9]
Uma das prioridades do regime implantado em 1964 era a modernização das Forças Armadas.[10][11] Por dados de 1982, os gastos com a defesa chegaram a 12% do orçamento naquele ano, após uma duplicação de 1974 a 1980.[12] Entretanto, ao final dos anos 70 a pesada dívida pública limitava a demanda militar.[13] Estimativas do SIPRI com dólares de 2018 indicam um pico de gastos em 1976, superado apenas em 1985, com gastos muito maiores nos anos seguintes.[b] Por estimativas americanas, em 1977 os gastos militares per capita brasileiros eram metade dos argentinos, e baixos para o padrão mundial.[11] Na América Latina como um todo, os orçamentos militares permaneceram baixos na Guerra Fria, mesmo com a tradição de governos militares.[14]
A modernização foi em todas as três Armas. Na Marinha, a Armada e os Fuzileiros Navais tiveram avanços qualitativos, com a modernização do porta-aviões Minas Gerais, a desativação de algumas belonaves antigas e a produção das fragatas da classe Niterói nos estaleiros.[11] Sua meta tecnológica era o submarino nuclear.[15] A Força Aérea adquiriu do exterior os Mirage III e F-5E para superioridade aérea, constituiu os primeiros Cindacta[16] e investiu no vetor de dupla finalidade Veículo Lançador de Satélites/míssil balístico.[15]
A maximização do poderio militar foi ancorada num complexo militar-industrial. A capacidade produtiva ociosa das indústrias civis deveria reaparelhar as Forças Armadas.[17] Universidades, órgãos de pesquisa militares e instituições financeiras estatais alimentaram a indústria bélica nacional. Até então pequena, tornou-se uma das mais sofisticadas do Terceiro Mundo, com um grande mercado exportador para outros países subdesenvolvidos. Surgiram as estatais Embraer, Emgepron e IMBEL.[17] As três maiores do segmento foram a Embraer e as empresas privadas Engesa e Avibras.[18] A participação do setor na economia nacional era muito pequena, e o mercado internacional de armas permanecia quase inteiramente ocupado pelos países industrializados.[19] A expansão foi acompanhada por projetos como o programa nuclear;[10] ele e o programa espacial tiveram destinos possíveis duais, podendo ser tanto civis quanto militares, e enfrentaram oposições externas, especialmente dos americanos.[20][21]
A principal influência estrangeira no Exército vinha dos Estados Unidos desde a formação da Força Expedicionária Brasileira, tomando o lugar da antiga Missão Militar Francesa. No início do pós-guerra houve uma “fúria copiadora” da organização, equipamento (facilmente importado após o Acordo Militar de 1952), métodos e manuais americanos, a ponto das escolas militares ensinarem o emprego de unidades inexistentes no Brasil. Houve modernização, mas nos anos 50 surgiu insatisfação com a imitação de uma superpotência global, cujo modelo, como ressaltava o general Castelo Branco, era inadequado à realidade brasileira.[22][23] Ao assumir a Presidência em 1964, Castelo Branco seguiu um alinhamento muito próximo aos Estados Unidos, mas nos governos seguintes houve certo distanciamento e o Brasil rompeu o Acordo Militar em 1977.[24] Desejava-se uma doutrina militar “tupiniquim”, e nos anos 60 a demanda era considerada urgente, sendo finalmente concretizada, ou ao menos tendo suas bases, nas mudanças radicais efetuadas até os anos 70.[25][26]
A guerra convencional e a contrainsurgência
[editar | editar código-fonte]Na Guerra Fria as Forças Armadas tinham ambições duplas, a segurança interna, conforme as necessidades dos americanos e do segmento no poder, e o Brasil Potência, com poderio militar.[27] A perspectiva de uma guerra com os países vizinhos era remota nos anos 60.[28] Sob influência americana, oficiais brasileiros imaginavam uma força expedicionária para uma guerra em outro continente.[29] Por sua vez, no pós-guerra os americanos acreditavam que mecanismos como o Tratado Interamericano de Assistência Recíproca impediriam as guerras regionais, e as Forças Armadas latinoamericanas teriam maior importância interna.[30] Oficiais brasileiros estudavam a “guerra revolucionária” desde os anos 50.[31][32] Com o início da ditadura militar, as Forças Armadas propunham-se a suprimir o dissenso político.[33] Nos anos 60 e 70, uma revolução comunista tornou-se a principal preocupação na área de defesa e segurança.[34]
A ditadura foi confrontada pela luta armada de esquerda, reagindo duramente e construindo um aparelho de inteligência civil e militar.[35] O Centro de Informações do Exército, criado em 1967, centralizou as informações obtidas pelas 2ªs seções dos Estados-Maiores, tomando espaço do Estado-Maior do Exército (EME) e constituindo uma estrutura politicamente importante paralela à cadeia de comando principal. O território foi dividido em Zonas de Defesa Interna, correspondentes aos Exércitos, e através delas os comandantes do Exército podiam recorrer a unidades da Marinha e Força Aérea. Eles contavam também com os novos DOI-CODI,[36] organizações interagências nas quais a maioria do efetivo era de policiais.[37]
O Plano Diretor de 1970 previa duas hipóteses, Alfa, uma guerra revolucionária na América Latina, e Beta, uma guerra entre os blocos ocidental e comunista. A hipótese Alfa era considerada a mais provável e tinha três variantes, a primeira em território nacional, segunda em outro país e terceira como mistura das duas, com uma possível ação ofensiva em território estrangeiro. Na hipótese Beta, o país contribuiria até um corpo de exército expedicionário ao bloco ocidental.[38] A Brigada Paraquedista engajou-se na repressão à luta armada e formou comandos e forças especiais,[c][39] e a criação das Brigadas de Infantaria de Selva também refletia preocupações internas.[26] O tema era estudado nas escolas militares. O maior laboratório da contrainsurgência foi a Guerrilha do Araguaia (1972–1975).[40]
Se viesse, o conflito externo teria como oponente a Argentina.[41] As relações tornaram-se tensas nos anos 70, com uma preocupação argentina de fraqueza diante do Brasil no jogo de poder continental, mas de 1979 em diante houve uma aproximação diplomática.[42][43] As tensões arrefeceram.[44] Em 1971 o Brasil planejou uma intervenção armada nas eleições no Uruguai, a Operação Trinta Horas.[45]
O combate numa grande guerra insurrecional teria consequências deletérias para o Exército, mas a vasta maioria das tropas não participaram da contrainsurgência. A fraqueza dos guerrilheiros não justificava o emprego de forças regulares em grande escala, e ele teve maus resultados quando foi tentado.[37] A Doutrina de Segurança Nacional e a pressão da linha-dura favoreciam a segurança interna em detrimento da externa,[46] mas os militares consideravam que uma força de guerra convencional poderia adaptar-se a uma guerra irregular, mas não o inverso. Os gastos com o reaparelhamento e a nova organização, especialmente em suas forças mecanizadas e blindadas, eram claramente voltados à guerra convencional.[47][48] Apesar da rivalidade com a Argentina, o principal motivo era modernizar o Exército como parte da modernização do Estado, obtendo legitimidade nacional e internacional. Para ascender ao status de grande potência, como sonhavam as lideranças, era preciso um Exército à altura.[49]
Processo das reformas
[editar | editar código-fonte]Desenvolvimento do Plano de 1970
[editar | editar código-fonte]As reorganizações do Exército ocorriam a cada década.[6] De 1945 a 1964 houve inovações como uma atitude de combate mais ofensiva, a amenização da disciplina, maior qualificação dos praças e diminuição de sua diferença aos oficiais e divisão do território nacional em Zonas Militares, posteriormente transformadas em Exércitos. Com equipamentos americanos, adotaram-se numerosas tecnologias da Segunda Guerra e surgiram forças mecanizadas, blindadas e aeroterrestres.[50][51] Ainda assim, não foi possível acompanhar o padrão americano.[52]
Nos anos 60 o oficialato via a doutrina e a organização como obsoletas, e periódicos militares como A Defesa Nacional discutiam reformas organizacionais e modernização do material. Ao mesmo tempo, havia otimismo quanto à economia nacional, especialmente com o milagre econômico ao final da década.[53][54][55] Estudos do EME de 1967 a 1970 apontaram deficiências de efetivo, distribuição territorial, logística, motivação e equipamento. Havia macrocefalia dos órgãos de direção, e 87% das verbas eram gastas com pessoal, deixando apenas 13% para custeio e investimentos.[56] O contexto político era favorável à mudança, com o debate sobre a modernização podendo ocorrer exclusivamente dentro da Força.[57]
De 1960 a 1970 o Exército entrou numa nova fase de reorganização e reaparelhamento.[58][59] O EME começou estudos para uma nova organização divisionária em 1967.[60] Em 1968, três brigadas foram constituídas em caráter experimental,[61] e em 1969–1970 oficiais da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército que já estudavam o tema foram convidados ao EME. O resultado dos trabalhos foi o Plano Diretor de Organização do Exército de 1970, enviado ao ministro do Exército em novembro, que definiu a transformação doutrinária da década.[62] Também surgiu a Diretriz para o Reaparelhamento do Exército no período de 1970–1973, ainda contando com o Acordo Militar americano.[41]
Resultados obtidos
[editar | editar código-fonte]No processo houve grande investimento em equipamentos,[59] criação e desativação de unidades e a tentativa de criar uma reserva viável.[11] As organizações seriam transformadas em 1970–1973 e reaparelhadas a partir de 1974.[63] De 12 divisões e uma Brigada Aeroterrestre em 1968, o Exército passou a 7 divisões e 23 brigadas em 1981.[64] O poder de combate aumentou de 1960 a 1980 com equipamentos mais tecnologicamente avançados, menor dependência do exterior e uma organização real mais consistente e adequada à doutrina. O treinamento melhorou com um novo sistema de instrução militar, elaborado com o auxílio de especialistas em pedagogia e psicologia. Numerosas publicações doutrinárias para as guerras convencional e não convencional foram escritas, com inovações nas táticas de combate e logística.[65] Em 1986, uma publicação da Força Aérea Americana avaliou positivamente a instrução dos oficiais, disciplina, espírito de corpo e conscrição no Exército Brasileiro. A diversidade dos armamentos, obtidos de vários países ocidentais, criava algumas dificuldades, mas a indústria bélica nacional continuava a crescer.[66]
Houve atrasos e diferenças em alguns dos pontos do Plano Diretor, e outros não foram cumpridos, como a aquisição de helicópteros para uma Aviação do Exército e a criação de Batalhões de Defesa Territorial (BDTs). A ideia era economizar forças com três escalões: operacional, cobertura/vigilância estratégica e defesa territorial. O escalão operacional, com as melhores forças, estaria livre para deslocar, com os demais já “empenhados” em suas áreas desde o tempo de paz. Os BDTs estariam em comandos subordinados às Regiões Militares, por transformação das Circunscrições de Serviço Militar. Eles usariam os equipamentos antigos abandonados no reaparelhamento das demais forças. O primeiro BDT seria em Campos dos Goytacazes. A ideia foi abandonada, e o mais perto existente são os efetivos mobilizáveis dos Tiros de Guerra.[67]
Estimativas estrangeiras do efetivo do Exército previram um crescimento de 120.000 homens, em 1970, a 182.000 em 1979,[11] mas o efetivo fixado pelo Plano de 1970, 170.000 homens, já era o existente no início da década, e o Plano pretendia mantê-lo.[68][69] De 1960 a 1980, com as desativações e criações de unidades, o saldo a nível de batalhão foi de +9, na infantaria, -4, na cavalaria, +2, na artilharia de campanha, -7, na artilharia antiaérea, +2, na engenharia de combate, +5, nas comunicações, e +17, nos batalhões logísticos.[70] Em 1985 o efetivo chegava a 194.380, e no ano seguinte o Exército previa expansões ainda maiores, chegando a 300.000 homens em 2015, o que nunca foi possível.[71]
Um choque maior do que o dos anos 70 ocorreu em 1982, com a guerra entre a Argentina e o Reino Unido pelas Ilhas Malvinas.[72] As Forças Armadas Brasileiras eram tecnologicamente inferiores às argentinas, que, por sua vez, foram derrotadas por um inimigo operando de uma base a 6.000 km de distância (a ilha de Ascensão). Além da defasagem brasileira, ficou claro como os Estados Unidos não estenderam sua proteção continental à Argentina no conflito.[73] A derrota argentina era o temor dos militares durante a redemocratização, quando o Exército buscou a profissionalização, modernização e distanciamento do conflito político-ideológico.[74]
Os estudos do EME sobre a guerra, desde 1982, embasaram as reformas empreendidas na Nova República, começando com o plano Força Terrestre 90, posto em ação de 1986 a 1990, no primeiro governo pós-ditadura.[75][76] A guerra havia posto em cheque realidades operacionais, como a falta de integração entre as Armas, tecnológicos, como a necessidade da Aviação do Exército e da guerra eletrônica, e humanos, como a dependência do serviço militar obrigatório. De modo geral, apenas as tecnológicas foram adequadamente transformadas nos anos seguintes.[77]
Unidades de manobra
[editar | editar código-fonte]Nos anos 60, com os exércitos modernos plenamente motorizados e mecanizados, no Brasil essas tecnologias conviviam com a tração animal, a infantaria a pé e a cavalaria hipomóvel.[78] Na prática, a cavalaria hipomóvel requisitava veículos civis quando necessário.[79] Os blindados eram todos americanos: os carros blindados M8 Greyhound, M20 e M3A1 Scout Car, meia-lagartas M2, M2A1, M3, M3A1 e M5 e carros de combate Stuart M3 e M3A1, M4 Sherman e M41 Walker Bulldog. A dependência externa dificultava a manutenção e reposição de peças.[80]
As armas leves nos anos 60 eram as pistolas Colt 1911A1 e Smith & Wesson 1917, submetralhadoras INA 1950 e 1953 e metralhadoras Madsen 1917 e Browning M1919. Em vez de fuzis automáticos modernos, usava-se o Mauser 1908 de ação de ferrolho e o Itajubá M954 Mosquetão. Com a modernização, houve uma padronização ao estilo da OTAN, usando os calibres 9x19 mm Parabellum para as pistolas (Colt M1911A1 modelo 1973 e Beretta 1975) e submetralhadoras (Beretta 1972) e 7,62x51 mm para os fuzis e metralhadoras (FN FAL, FN FAP e FN MAG).[81]
Infantaria
[editar | editar código-fonte]A infantaria tinha batalhões independentes de caçadores, batalhões de infantaria dentro de regimentos e batalhões de infantaria blindada (BIBs), dotados de meia-lagartas, na Divisão Blindada. Cada regimento de infantaria deveria ter três batalhões e quatro companhias regimentais (de comando, serviços, de carros de combate médios e de morteiros pesados), totalizando 3.262 homens. Os batalhões deveriam ter três companhias de fuzileiros, uma de comando e uma de petrechos pesados. Na realidade, somente o Regimento-Escola de Infantaria era completo, e os demais tinham apenas um ou dois batalhões, cada qual com somente duas das três companhias de fuzileiros. Havia três Batalhões de Carros de Combate Leves (BCCL), considerados unidades de infantaria. Dotados do Stuart M3 e M3A1, seguiam o conceito francês obsoleto dos carros de combate como acompanhamento de infantaria.[82]
Após 1970 os regimentos foram extintos, liberando seus batalhões. Houve considerável motorização e mecanização, e o parque de viaturas foi dominado pela indústria automobilística nacional, suprindo veículos não blindados como caminhões. A maioria dos batalhões de infantaria tornaram-se motorizados (BI Mtz); a mudança era apenas no transporte, pois o combate continuava sendo a pé. Os BIBs passaram de dois a sete, adotando o veículo blindado de transporte de pessoal M113. Havia a categoria especial dos Batalhões de Infantaria Aeroterrestre, depois Paraquedista, e a nova categoria dos Batalhões de Infantaria de Selva. Os BCCL foram convertidos em BIBs.[82][83]
Cavalaria
[editar | editar código-fonte]A cavalaria nos anos 60 tinha as categorias do regimento hipomóvel (RC), motorizado (RCM), que era efetivamente infantaria motorizada, de Reconhecimento Mecanizado (R Rec Mec), com blindados mais leves, e o Batalhão de Carros de Combate (BCC). Os RCs, à exceção do 11º, tinham apenas dois dos três esquadrões de fuzileiros previstos. Apesar do nome, o R Rec Mec tinha mais missões além do reconhecimento.[84]
Imitando os exércitos modernos, centrados nas forças mecanizadas e blindadas, o Brasil ampliou as suas, em parte graças à indústria nacional.[85] Até 1973, a maioria dos regimentos substituíram seus cavalos;[86] na fronteira com a Bolívia, este processo demorou até os anos 80.[87] Os Dragões da Independência e outros dois regimentos de guardas permaneceram a cavalo para preservar as tradições.[88] A cavalaria motorizada foi extinta. Os regimentos mecanizados e blindados aumentaram consideravelmente em número.[89]
Os R Rec Mec deram lugar aos regimentos de Cavalaria Mecanizada (RC Mec), e os BCC tornaram-se regimentos (RCC). Surgiram os Regimentos de Cavalaria Blindada (RCB), com dois esquadrões de carros de combate e dois de fuzileiros blindados (equivalentes à infantaria blindada). O RCB tinha maior capacidade ofensiva do que o RC Mec, e seus blindados sobre lagartas tinham maior mobilidade tática. O RC Mec, com blindados sobre rodas (EE-9 Cascavel e EE-11 Urutu), dependia mais das estradas e tinha missões de reconhecimento e segurança em largas frentes.[90][91]
Muitos carros de combate M41 adicionais foram comprados, seguindo aos RCC e substituindo os Sherman e Stuart, que seguiram à cavalaria mecanizada.[92] A indústria nacional teve vários projetos de repotenciamento dos blindados sobre lagartas importados, e em 1979, reagindo ao desenvolvimento do Tanque Argentino Mediano, que era superior ao M41, começou o projeto de um novo carro de combate, o MB-3 Tamoyo, a ser acompanhado por um sucessor ao M113, o CBTP Charrua. A nova família de blindados não saiu da fase experimental.[93]
Unidades de apoio
[editar | editar código-fonte]Nos anos 60, a artilharia de campanha brasileira substituía seus canhões alemães Krupp de 75 mm por obuseiros americanos M101 e M102 de 105 mm, enquanto a artilharia média usava os M114 de 155 mm americanos. A artilharia antiaérea substituía canhões alemães de 88 mm por americanos de 40 e 90 mm; todos já estavam obsoletos devido ao avião a jato. Os grupos existentes eram para a defesa do interior, e as divisões em campanha não teriam nenhum apoio antiaéreo. A artilharia de costa, ramo considerado obsoleto, usava canhões britânicos Vickers-Armstrong de 152,4 mm. Havia regimentos de obuses — teoricamente com três grupos, mas nenhum deles estava completo — e grupos independentes de canhões e obuses. A nomenclatura era confusa, com alguns grupos denominados de canhões ou obuses de determinados calibres, e outros, “de artilharia”.[94][95]
Os regimentos foram extintos e as denominações dos grupos padronizadas, todos definidos por sua arma (a artilharia) e sua função (de campanha, de campanha paraquedista/de selva/autopropulsada, antiaérea, etc.). Nos anos 70 o Exército adquiriu o OTO Melara Mod 56 italiano, desmontável e de fácil transporte, para os paraquedistas e as unidades de selva, e o obuseiro sobre lagartas americano M108, capaz de acompanhar o movimento das unidades blindadas.[94][95] A artilharia autopropulsada foi um grande avanço para o Exército, mas no exterior o M108 já era considerado defasado em alcance e poder de fogo quando comprado. Seu calibre era de 105 mm, e os americanos já haviam desenvolvido o M109, de 155 mm.[96]
Na artilharia antiaérea, o número de grupos diminuiu de sete a três. Eles receberam um sistema baseado nos canhões automáticos geminados de 35 mm Oerlikon (ítalo-suíço), com a central de direção de tiro Super Fledermaus. Eram sofisticados, mas apenas para baixa altitude, e o Brasil não adquiriu sistemas de mísseis para média e grande altura. Os canhões de 40 mm foram transferidos a baterias dentro das brigadas. A defesa antiaérea permanecia com deficiências.[97]
Cresceu o número de unidades de engenharia de combate e comunicações. As que acompanhavam as brigadas blindadas receberam suas próprias viaturas blindadas. As atividades de suprimento, transporte, saúde, manutenção e serviços foram centralizadas em novos Batalhões Logísticos (B Log).[98]
Divisões e brigadas
[editar | editar código-fonte]O Exército em 1960 tinha sete Divisões de Infantaria (DIs), quatro Divisões de Cavalaria (DCs), uma Divisão Blindada (DB), um Núcleo de Divisão Aeroterrestre, uma brigada mista e um Grupamento de Unidades-Escola (GUEs), além de unidades menores independentes. As DIs tinham grandes unidades subordinadas, as Infantarias Divisionárias (IDs) e Artilharias Divisionárias (ADs), agrupando suas unidades dessas armas. A brigada mista não chegava a ter autonomia por falta de unidades de apoio, e apenas agrupava forças territoriais e de defesa de fronteira. O GUEs era um conjunto de unidades que rigorosamente seguiam o padrão de equipamento, pessoal e adequação à doutrina, servindo a experimentos doutrinários e demonstrações táticas para as escolas militares.[99][100]
Divisão de Infantaria | Divisão Aeroterrestre | Divisão de Cavalaria | Divisão Blindada |
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As divisões eram incompletas, com efetivos desfalcados.[103] Elas poderiam servir de esqueleto, a ser preenchido durante a guerra com a mobilização de soldados reservistas, mas seria difícil obter sargentos, oficiais e armamento. As DIs tinham apenas 53% dos batalhões de infantaria previstos, e seus efetivos reais, com ao redor de 5.500 praças, eram mais próximos aos de brigadas. A Divisão Aeroterrestre não chegava nem ao tamanho de uma brigada. A DB não tinha o batalhão pesado e nem a artilharia. As DCs eram misturas disfuncionais de elementos hipomóveis, motorizados e mecanizados.[104]
Mais ainda, a organização era envelhecida, misturando grandes comandos criados sob influência francesa nos anos 20 e 30 com outros, mais modernos, de influência americana.[54] No exterior, os exércitos ocidentais procuravam divisões mais flexíveis. Nos anos 60 o Exército dos Estados Unidos suprimiu os regimentos, subordinando à divisão nove a onze batalhões que poderiam ser agrupados em três comandos de brigada, enquanto o Exército Francês suprimiu a brigada e o batalhão, subordinando à divisão quatro regimentos pouco maiores do que batalhões.[105] O Brasil pôs fim a seu sistema regimental divisionário e inspirou-se no Exército Britânico para formar um novo sistema de brigadas.[72]
No Plano Diretor de 1970, a brigada era a nova grande unidade básica de emprego, com autonomia de operações, definida por sua arma (infantaria ou cavalaria) e função. Brigadas de infantaria surgiram a partir das IDs, a antiga divisão aeroterrestre, o GUEs, outras formações e criações inéditas. As DCs e a DB originaram brigadas de cavalaria. As brigadas eram coordenadas pelas Divisões de Exército (DEs), surgidas por transformação das DIs. A composição das brigadas era padronizada, enquanto as divisões tinham brigadas variáveis. Sua parte fixa era a “base divisionária”, composta de uma AD, com artilharia antiaérea e obuseiros de 155 mm (as brigadas ficaram com os de 105 mm), um RC Mec, BE Cmb, Batalhão de Comunicações Divisionário, Companhia de Polícia do Exército e Companhia de Comando. Algumas dessas formações faltavam nas divisões, e havia inconsistências nas ADs.[106][107]
Cada brigada tinha três a quatro unidades de manobra a nível de batalhão e um Esquadrão de Cavalaria Mecanizado (Esqd C Mec) para reconhecimento e segurança. As Brigadas de Infantaria (genérica, Motorizada, Paraquedista ou de Selva) tinham três batalhões de infantaria de seu tipo. A Brigada de Cavalaria Mecanizada tinha um RCB e dois RC Mec; era a única sem um Esqd C Mec. A Brigada de Infantaria Blindada tinha um RCC e dois BIB, para as ações principais, e um BI Mtz, para eliminar os focos inimigos restantes. A Brigada de Cavalaria Blindada era semelhante à de Infantaria Blindada, mas com dois RCC, um BIB e nenhum BI Mtz.[107]
Tinham também os apoios de combate e logístico necessários para sua autonomia. Com algumas variações entre as brigadas, eram do Grupo de Artilharia de Campanha, Batalhão Logístico, bateria antiaérea, companhia de engenheiros, Companhia de Comunicações, para prover comando e controle ao comando da brigada, Companhia de Comando, para operar o quartel-general, e pelotão de Polícia do Exército, para controlar o trânsito e escoltar prisioneiros de guerra. As brigadas blindadas, mecanizadas e paraquedista eram prioritárias e estavam quase completas, enquanto as demais de infantaria tinham formações faltantes, especialmente as de selva, que não possuíam apoio para sua infantaria. O sistema de brigadas terminou de ser implantado em dezembro de 1980, e permanece em vigor no início do século XXI.[107]
Grandes comandos
[editar | editar código-fonte]Desde 1956 o território nacional era dividido em seis grandes comandos de área: quatro Exércitos, respectivamente sediados no Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre e Recife, e dois Comandos Militares (de Brasília e da Amazônia). Cada qual comandava divisões, unidades menores e algumas das doze Regiões Militares (RMs), cujas responsabilidades eram administrativas e territoriais. Em 1960, três DIs de menor prioridade tinham o comando exercido conjuntamente com as RMs de mesmo número (4ª, 5ª e 7ª).[108] Em 1980, o arranjo existia para a 5ª, 7ª e 9ª.[109] Os quatro Exércitos eram comandados por generais-de-exército, e os dois comandos, por generais-de-divisão.[110] A ideia era que os grandes comandos de área formariam exércitos de campanha, mas nunca houve condições orçamentárias e estruturais para tanto. O arranjo vigorou até 1985, quando eles foram substituídos por sete Comandos Militares.[111]
Os comandos formavam a força terrestre, que, juntamente com os órgãos de assessoramento, direção geral e direção setorial, estavam agrupados no Ministério do Exército, denominação do Ministério da Guerra após 1967.[110][112]
O I e III Exércitos tinham as maiores forças.[113] No Rio de Janeiro, isso era um anacronismo herdado de quando era capital,[114] e na fronteira sul, um reflexo das antigas guerras na região do Rio da Prata e das tensões ainda existentes com a Argentina.[115] A reestruturação a partir de 1971 mudou pouco esse cenário, mas na época a interiorização do desenvolvimento prosseguia; vários quarteis surgiram longe da faixa litorânea, acompanhando a expansão demográfica. Crescia a preocupação com a integração da Amazônia, levando à criação do Centro de Instrução de Guerra na Selva em 1964, à transferência do Comando Militar da Amazônia de Belém a Manaus em 1969 e à organização dos Batalhões de Infantaria de Selva, formações tipicamente brasileiras, e duas brigadas de selva.[116][117][44] Em 1985 a Amazônia ainda tinha poucas e insuficientes unidades.[114]
Ordem de batalha
[editar | editar código-fonte]1960
[editar | editar código-fonte]I Exército (Rio de Janeiro, GB)[f] |
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1º Batalhão de Polícia do Exército (Andaraí, GB) Batalhão de Guardas (São Cristóvão, GB) 1º Regimento de Cavalaria de Guardas (São Cristóvão, GB) 1º Batalhão de Caçadores (Petrópolis, RJ) 3º Batalhão de Caçadores (Vila Velha, ES) 1º Grupo de Canhões Automáticos Antiaéreos de 40 mm (São Cristóvão, GB) 1ª Região Militar (Rio de Janeiro, GB)
1ª Divisão de Infantaria (Vila Militar, GB)
Grupamento de Unidades-Escola (Vila Militar, GB)
Núcleo da Divisão Aeroterrestre (Deodoro, GB)
Divisão Blindada (Rio de Janeiro, GB)
4ª Região Militar (Juiz de Fora, MG) 4ª Divisão de Infantaria (Juiz de Fora, MG)[i]
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II Exército (São Paulo, SP) |
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2º Batalhão de Caçadores (São Vicente, SP) 4º Batalhão de Caçadores (Lins, SP) 1º Batalhão de Carros de Combate Leves (Campinas, SP) 17º Regimento de Cavalaria Mecanizado (Pirassununga, SP) 2ª Região Militar (São Paulo, SP)
2ª Divisão de Infantaria (São Paulo, SP)
9ª Região Militar (Campo Grande, MT) 4ª Divisão de Cavalaria (Campo Grande, MT)
2ª Brigada Mista (Corumbá, MT)
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III Exército (Porto Alegre, RS) |
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1º Batalhão Ferroviário (Bento Gonçalves, RS) 2º Batalhão Ferroviário (Rio Negro, PR) 2º Batalhão Rodoviário (Lages, SC) 3º Batalhão Rodoviário (Vacaria, RS) 3ª Região Militar (Porto Alegre, RS)
3ª Divisão de Infantaria (Santa Maria, RS)
6ª Divisão de Infantaria (Porto Alegre, RS)
1ª Divisão de Cavalaria (Santiago, RS)
2ª Divisão de Cavalaria (Uruguaiana, RS)
3ª Divisão de Cavalaria (Bagé, RS)
5ª Região Militar (Curitiba, PR)
5ª Divisão de Infantaria (Curitiba, PR)[i]
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IV Exército (Recife, PE) |
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1º Batalhão de Engenharia de Construção (Caicó, RN) 2º Batalhão de Engenharia de Construção (Teresina, PI) 3º Batalhão de Engenharia de Construção (Natal, RN) 4º Batalhão de Engenharia de Construção (Crateús, CE) 6ª Região Militar (Salvador, BA)
7ª Região Militar (Recife, PE)
7ª Divisão de Infantaria (Recife, PE)[i]
10ª Região Militar (Fortaleza, CE)
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Comando Militar da Amazônia (Belém, PA) |
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8ª Região Militar (Belém, PA)
Grupamento de Elementos de Fronteira (Manaus, AM)
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Comando Militar de Brasília (Brasília, DF) |
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11ª Região Militar (Brasília, DF)
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1980
[editar | editar código-fonte]I Exército (Rio de Janeiro, RJ)[k] |
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1º Batalhão de Guardas (Rio de Janeiro, RJ) 1º Batalhão de Polícia do Exército (Rio de Janeiro, RJ) 2º Regimento de Cavalaria de Guarda 1º Batalhão de Comunicações de Exército (Rio de Janeiro, RJ) 2º Batalhão Ferroviário (Araguari, MG) 1ª Região Militar
1ª Divisão de Exército (Rio de Janeiro, RJ)
Brigada Paraquedista (Rio de Janeiro, RJ)
4ª Região Militar (Juiz de Fora, MG)
4ª Divisão de Exército (Juiz de Fora, MG)
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II Exército (São Paulo, SP) |
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2º Batalhão de Guardas (São Paulo, SP) 2º Batalhão de Polícia do Exército (São Paulo, SP) 2º Divisão de Exército (São Paulo, SP)
9ª Região Militar (Campo Grande, MS)
9ª Divisão de Exército (Campo Grande, MS)[i]
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III Exército (Porto Alegre, RS) |
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3º Regimento de Cavalaria de Guarda (Porto Alegre, RS) 1º Batalhão Ferroviário (Lages, SC) 3º Batalhão de Polícia do Exército (Porto Alegre, RS) 33º Batalhão de Infantaria Motorizado (Jaguarão, RS) 3º Batalhão de Comunicações de Exército (Porto Alegre, RS) 1ª Companhia de Guardas (Porto Alegre, RS) 3ª Divisão de Exército (Santa Maria, RS)
6ª Divisão de Exército (Porto Alegre, RS)
5ª Região Militar (Curitiba, PR) 5ª Divisão de Exército (Curitiba, PR)[i]
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IV Exército (Recife, PE) |
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4º Batalhão de Polícia do Exército (Olinda, PE) 4º Batalhão de Comunicações de Exército (Recife, PE) 1º Grupamento de Engenharia de Construção (João Pessoa, PB)
6ª Região Militar (Salvador, BA)
7ª Região Militar (Recife, PE)
7ª Divisão de Exército (Recife, PE)[i]
10ª Região Militar (Fortaleza, CE)
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Comando Militar da Amazônia (Manaus, AM) |
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1º Batalhão de Infantaria de Selva (Manaus, AM) 8ª Região Militar (Belém, PA)
12ª Região Militar (Manaus, AM)[q]
Comando de Fronteira de Roraima (Boa Vista, RR)
Comando de Fronteira do Solimões (Tabatinga, AM)
2º Grupamento de Engenharia de Construção (Manaus, AM)
17ª Brigada de Infantaria de Selva (Porto Velho, RO)
23ª Brigada de Infantaria de Selva (Marabá, PA)
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Comando Militar do Planalto (Brasília, DF) |
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Batalhão da Guarda Presidencial (Brasília, DF) 1º Regimento de Cavalaria de Guardas (Brasília, DF) Batalhão de Polícia do Exército de Brasília (Brasília, DF) 11ª Região Militar (Brasília, DF)[r] 3ª Brigada de Infantaria Motorizada (Goiânia, GO)
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Ver também
[editar | editar código-fonte]Notas
- ↑ Vide dispositivo militar (governo João Goulart) e movimentos de praças no Brasil na década de 1960.
- ↑ Disponível no banco de dados de gastos militares do instituto.
- ↑ Vide Comando de Operações Especiais#História.
- ↑ “Entre os veículos adquiridos pelo Exército Brasileiro no período, destacam-se as viaturas blindadas de transporte M-113 e EE-11 Urutu e a viatura blindada de reconhecimento EE-9 Cascavel. A introdução do Urutu e do Cascavel, ambos de fabricação nacional, possibilitou organizar as Brigadas de Cavalaria Mecanizadas”. Daróz 2022, p. 62.
- ↑ Na lei: “reunidos ou não em Regimento.”
- ↑ Ordem de batalha organizada com base em Pedrosa 2018, Apêndice 3; BRASIL, Ministério da Guerra. Boletim Reservado do Exército N.11-D, 1959. Quadros p.78-94. Disponível no Sistema de Informações do Arquivo Nacional sob o documento “BR_DFANBSB_2M_0_0_0123_v_01_d0001de0001”, p.567.; e Boletim Reservado do Exército N.11-B, 1960. p. 5-21., sob o nome “BR_DFANBSB_2M_0_0_0123_v_02_d0001de0001”, p. 826. As unidades de cavalaria podem ser individualmente confirmadas em Junqueira, Flávio (1967). «Unidades de Cavalaria do Exército Brasileiro». A Defesa Nacional. Consultado em 14 de dezembro de 2020.
- ↑ Dividida nos Grupamentos Leste (Gragoatá, RJ) e Oeste (Copacabana, GB).
- ↑ Na Força de Emergência das Nações Unidas.
- ↑ a b c d e f Comando unido ao da Região Militar equivalente.
- ↑ Não consta no Boletim Reservado do Exército de 1959, que não inclui o Comando Militar de Brasília. O BGP, bateria antiaérea e companhia policial são do Boletim de 1960.
- ↑ Ordem de batalha organizada com base em Pedrosa 2018, Apêndice 4; o Boletim Reservado do Exército nº 10, de 31 de outubro de 1979, disponível sob o documento “BR_DFANBSB_2M_0_0_0132_v_01_d0001de0001”, p. 1364; e AHEx (2020). «Catálogo de destino dos acervos das Organizações Militares do Exército Brasileiro» (PDF) 2ª ed. Rio de Janeiro: Arquivo Histórico do Exército. Consultado em 6 de março de 2021.
- ↑ a b c d Presente no boletim de 1979, subordinação não apresentada.
- ↑ Sua conversão a brigada ocorreu em dezembro de 1980.
- ↑ Originalmente o 1º Grupamento de Fronteira (Pedrosa 2018, p. 184). Convertido a brigada em dezembro.
- ↑ Originalmente o Grupamento do Leste Catarinense (Pedrosa 2018, p. 184). Convertido a brigada em dezembro.
- ↑ Originalmente o 2º Grupamento de Fronteira (Pedrosa 2018, p. 184). Convertido a brigada em dezembro.
- ↑ Comando unido ao do CMA.
- ↑ Comando unido ao do CMP.
Referências
[editar | editar código-fonte]Citações
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- ↑ Espírito Santo Júnior & Meireles 2022, p. 86.
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- ↑ a b Pedrosa 2018, p. 145-146, 170, 172, 191-192, 206, 212-213 e 222.
- ↑ Daróz 2022, p. 61.
- ↑ Pedrosa 2018, p. 105, 108, 144, 157-159 e 214.
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- ↑ Pedrosa 2018, p. 157-159, 175 e 194.
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- ↑ Pedrosa 2018, p. 190.
- ↑ Bastos 2017.
- ↑ a b Pedrosa 2018, p. 106-107, 145-146, 182-183, 190 e 210.
- ↑ a b Paes 2020, p. 15-20.
- ↑ Flôres 2020, p. 54 e 122-123.
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- ↑ Pedrosa 2018, p. 145-146 e 163.
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- ↑ BRASIL, Decreto nº 41.186, de 20 de Março de 1957. Trata da organização das Fôrças Terrestres e dos órgãos Territoriais em tempo de paz. Diário Oficial da União, Rio de Janeiro, p. 6614, 21 de março de 1957.
- ↑ Daróz 2022, p. 58.
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- ↑ Pedosa 2018, p. 68-69.
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- ↑ a b c Pedrosa 2018, p. 170-185 e 214-218.
- ↑ Pedrosa 2018, p. 96 e 181.
- ↑ Pedrosa 2018, Apêndice 4.
- ↑ a b Frederici 2003, p. 46-48.
- ↑ Kuhlmann 2007, p. 109-111.
- ↑ Siqueira 2019, p. 18.
- ↑ Pedrosa 2018, Apêndices 3 e 4.
- ↑ a b Kuhlmann 2007, p. 116-117.
- ↑ Oliveira 2005, p. 74 e 90.
- ↑ Pedrosa 2018, p. 186-189 e 235.
- ↑ Rodrigues 2020, p. 57.
Fontes
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