Partido Brasileiro
Partido Brasileiro | |
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Fundação | 1822 |
Dissolução | 1831 |
Antecessor | Nenhum |
País | Império do Brasil |
Política do Brasil
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Partido Brasileiro é o nome atribuído a um agrupamento político existente no Brasil[1] durante o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, após a Revolução do Porto, pouco antes da Independência.[2][3]
O Partido Brasileiro, conhecido desta forma apesar de não ter sido um partido político formal no sentido moderno do termo, reunia a alta burguesia urbana, os comerciantes e grandes proprietários de terras e escravos (latifundiários),[3] que defendiam os benefícios de que gozavam desde a vinda de D. João VI ao Brasil, em 1808.[3] Sem defender inicialmente a separação de Portugal, este grupo defendia pautas liberais clássicas, as conquistas econômicas e não acatava as ordens vindas das Cortes. Foi o Partido Brasileiro que conseguiu convencer o Príncipe regente Pedro I a permanecer no Brasil quando as Cortes exigiram seu retorno a Portugal no episódio do Dia do Fico (9 de janeiro de 1822).[4][5] Dom Pedro I era, de fato, o líder dessa facção política.
O partido possuía uma enorme capilaridade, tanto que chegou a ter filial em Angola, responsável inclusive pela declaração da Confederação Brasílica.[6]
História
[editar | editar código-fonte]Entre 1807 e 1814 ocorreu a Guerra Peninsular em Portugal, seguida pela Revolução liberal do Porto, que ordenou o regresso de Dom João VI ao país e convocou eleições para a assembleia constituinte que elaboraria a primeira constituição portuguesa. Quando as notícias de que o Brasil seria recolonizado chegaram a Portugal, as forças presentes no Brasil se dividiram em três partidos (correntes de opiniões): o Partido Brasileiro; e o Partido Português, ambos formados pela elite,[3] além de e um terceiro grupo formado pela classe média do Rio de Janeiro, o Partido Liberal-Radical.[3] Deputados brasileiros, a maioria deles ligados ao Partido Brasileiro, foram eleitos pelas províncias para participar do legislativo do reino, entre eles Cipriano Barata e Muniz Tavares, que haviam participado da Revolução Pernambucana de 1817, Antônio Carlos Ribeiro de Andrada, o Padre Diogo Antônio Feijó, e Nicolau Campos Vergueiro.[7][8][9] Eles chegaram a Portugal entre agosto e setembro de 1821, quando os trabalhos constituintes já haviam sido iniciados, e pouco puderam fazer a favor da paridade entre os reinos, pois entre os 70 deputados eleitos, apenas 49 viajaram, sendo eles inferiores em número diante dos deputados portugueses, que não os deixavam falar, além de enfrentarem vaias da população local.[9]
Referências
- ↑ Noticiário do Exército (7 de setembro de 2008). «A Independência do Brasil - O corte dos laços com Portugal». Consultado em 17 de agosto de 2013[ligação inativa]
- ↑ LEMBO, Claudio. A Pessoa - Seus Direitos. Editora Manole, 2007. Pág. 82
- ↑ a b c d e Portal Brasil.net. «A História do Brasil - Período Imperial». Consultado em 17 de agosto de 2013
- ↑ VARELA, Alex Gonçalves. Atividades científicas na "Bela e Bárbara" capitania de São Paulo (1796-1823). Anablume, 2009. Pág. 256
- ↑ FAUSTO, Boris. História Concisa do Brasil. Imprensa Oficial, 2001. Págs. 72-73
- ↑ Cosme, Leonel (2015). «A literatura e as guerras em Angola. No Princípio Era o Verbo». Lisboa: Universidade Nova de Lisboa. Cultura - Revista de História e Teoria das Ideias. 34
- ↑ CARBVALHO, Kildare Gonçalves de. Direito Constitucional. Editora del Rey, 2008. Págs. 580-581
- ↑ LOPEZ, Adriana; MOTA, Carlos Guilherme. História do Brasil: uma interpretação. Senac, 2008. Pág. 332
- ↑ a b Multirio. «As Cortes Portuguesas e as Tentativas de Reconolização». Consultado em 17 de agosto de 2013
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Fonte: Livro História: Das Cavernas ao terceiro Milênio