Operação Tesouro Perdido
Operação Tesouro Perdido é uma operação da Polícia Federal brasileira realizada em 5 de setembro de 2017. Representa a segunda fase da Operação Cui Bono?, que é um desdobramento da Operação Catilinárias, da Operação Lava Jato. O alvo da operação foi um apartamento ligado a Geddel Vieira Lima. Na operação foram apreendidos mais de 51 milhões de reais em malas e caixas.[1][2][3]
A operação foi autorizada pelo juiz federal Vallisney de Souza Oliveira, que comanda a Operação Lava Jato no Distrito Federal.[1] A Polícia Federal usou sete máquinas para contar o dinheiro e levou catorze horas para o término da contagem.[4][5][6] Foi a maior apreensão de dinheiro vivo da história do país.[7][8][9]
De acordo com a Justiça, o apartamento pertence a Silvio Silveira, que teria cedido o imóvel ao ex-ministro, para que guardasse, "supostamente, pertences do pai, falecido em janeiro de 2016".[10] Durante o cumprimento de busca e apreensão a PF identificou as digitais de Geddel Vieira Lima no apartamento reforçando as suspeitas da ligação do ex-ministro com o dinheiro ilícito.[11][12][13][14]
A suspeita da PF é que parte do dinheiro se trata de propinas para viabilizar a liberação de crédito do FI-FGTS a empresas. Geddel é suspeito de receber vinte milhões de reais em propinas. O peemedebista foi vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa Econômica Federal entre 2011 e 2013, indicado pela presidente Dilma Rousseff.[15] Os valores apreendidos foram encaminhados às instituições bancárias para serem depositados em uma conta judicial, inacessíveis ao acusado.[16]
Fatos posteriores
[editar | editar código-fonte]Em 8 de setembro de 2017, Geddel Vieira Lima voltou a ser preso preventivamente pela Polícia Federal (PF). O pedido foi feito pela instituição após o cumprimento de mandado de busca e apreensão no "bunker" onde foram encontrados mais de 51 milhões de reais em espécie.[17] A PF identificou as digitais de Geddel nas malas e no dinheiro.[14] O pedido de prisão preventiva foi endossado pelo Ministério Público Federal, e acatado pelo juiz federal juiz Vallisney de Souza Oliveira.[17][18][19] A decisão judicial que determinou a prisão de Geddel destacou que o ex-ministro continuava praticando crimes, mesmo estando em prisão domiciliar.[20]
No dia 16 de outubro de 2017, em sua primeira atuação na Procuradoria-Geral da República, Raquel Dodge pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) autorização para que a PF desse prosseguimento às investigações dos cinquenta e um milhões de reais encontrados em bunker de Geddel Vieira Lima.[21][22] O pedido foi aceito pelo relator da Operação Lava Jato Edson Fachin, que expediu mandados de busca e apreensão.[23][24] O alvo da operação foi o irmão de Geddel, o deputado federal Lúcio Vieira Lima. A PF cumpriu os mandados no gabinete do deputado, na Câmara dos Deputados, em Brasília.[25][26] Em setembro, por haver indícios do envolvimento do deputado, que tem foro privilegiado, as investigações foram remetidas ao STF.[27][28] As suspeitas sobre Lúcio ganharam força a partir do depoimento do empresário Silvio Antonio Cabral da Silveira, dono do bunker. Ele disse que o irmão de Geddel pediu o apartamento emprestado para "guardar pertences" do pai falecido. Na busca, os federais encontraram um recibo em nome de Marinalva Teixeira de Jesus, funcionária do parlamentar.[29]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ a b «PF contabiliza R$ 51 milhões no 'bunker de Geddel'». O Dia. iG. 6 de setembro de 2017. Consultado em 7 de setembro de 2017
- ↑ Andreza Matias e Marcelo de Moraes (5 de setembro de 2017). «PF acha bunker onde Geddel escondia propina». Estadão. Consultado em 7 de setembro de 2017
- ↑ «Polícia Federal encontra local onde Geddel escondia propina». VEJA. Abril. 6 de setembro de 2017. Consultado em 7 de setembro de 2017
- ↑ Rodrigo Tolotti (6 de setembro de 2017). «7 máquinas, 14 horas e R$ 51 milhões: a operação da PF na maior apreensão de dinheiro da história». InfoMoney. Consultado em 7 de setembro de 2017
- ↑ «PF levou 14 horas para contar os R$ 51 milhões achados em 'bunker' que seria de Geddel». O Globo. Globo.com. Consultado em 7 de setembro de 2017
- ↑ Julia Affonso e Fábio Serapião (6 de setembro de 2017). «PF usou 7 máquinas e levou 14 horas para contar R$ 51 mi do bunker de Geddel». Estadão. Consultado em 7 de setembro de 2017
- ↑ Julia Affonso, Fausto Macedo, Fabio Serapião e Fabio Fabrini (6 de setembro de 2017). «Acabou a contagem: R$ 51 milhões no bunker de Geddel». Estadão. Consultado em 7 de setembro de 2017
- ↑ «PF levou 14 horas para contar os R$ 51 milhões achados em 'bunker' que seria de Geddel». O Globo. Globo.com. 6 de setembro de 2017. Consultado em 7 de setembro de 2017
- ↑ «PF termina de contar dinheiro do 'bunker' de Geddel: R$51 milhões». VEJA. Abril. 6 de setembro de 2017. Consultado em 6 de setembro de 2017
- ↑ Aécio Amado. «Dinheiro achado em imóvel que seria usado por Geddel soma mais de R$ 51 milhões». Agência Brasil. EBC. Consultado em 7 de setembro de 2017
- ↑ Camila Bomfim (6 de setembro de 2017). «PF vê digitais de Geddel em apartamento onde foram achados R$ 51 milhões». G1. Globo.com. Consultado em 7 de setembro de 2017
- ↑ Julia Affonso e Luiz Vassalo. «PF acha digitais de Geddel no bunker de R$ 51 milhões». Estadão. Consultado em 7 de setembro de 2017
- ↑ «Digitais de Geddel são encontradas no local com malas de dinheiro». G1. Globo.com. 6 de setembro de 2017. Consultado em 7 de setembro de 2017
- ↑ a b «Digitais de Geddel são encontradas no imóvel com malas de dinheiro». Estado de Minas. 7 de setembro de 2017. Consultado em 7 de setembro de 2017
- ↑ Vinicius Sassine. «PF reúne mais indícios que ligam Geddel aos R$ 51 milhões e complica ex-ministro». O Globo. Globo.com. Consultado em 7 de setembro de 2017
- ↑ Guilherme Venaglia. «Para onde vão os R$ 51 milhões do 'bunker' de Geddel?». VEJA. Abril. Consultado em 7 de setembro de 2017
- ↑ a b Camila Bomfim (8 de setembro de 2017). «Ex-ministro Geddel Vieira Lima é preso após apreensão de R$ 51 milhões». G1. Globo.com. Consultado em 8 de setembro de 2017
- ↑ «Ex-ministro Geddel Vieira Lima é alvo de prisão preventiva». iG. 8 de setembro de 2017. Consultado em 8 de setembro de 2017
- ↑ «Geddel volta a ser preso pela Polícia Federal». Valor Econômico. 8 de setembro de 2017. Consultado em 8 de setembro de 2017
- ↑ Mauro Anchieta e Camila Bonfim. «Geddel Vieira Lima é preso em Salvador». Jornal Hoje. Globo.com. Consultado em 9 de setembro de 2017
- ↑ «Polícia Federal faz buscas em casa e gabinete de Lúcio Vieira Lima». Correio. 16 de outubro de 2017. Consultado em 16 de outubro de 2017
- ↑ Bela Megale (16 de outubro de 2017). «PF achou digitais de assessor de irmão de Geddel em 'bunker' com R$ 51 milhões». O Globo. Globo.com. Consultado em 16 de outubro de 2017
- ↑ Camlia Bomfim e Gabriel Luiz. «PF cumpre mandado de busca e apreensão no gabinete do deputado Lúcio Vieira Lima, irmão de Geddel». G1. Globo.com
- ↑ «URGENTE: PF NO BUNKER DE LÚCIO VIEIRA LIMA». O Antagonista. 16 de outubro de 2017. Consultado em 16 de outubro de 2017
- ↑ «PF cumpre mandado de busca e apreensão no gabinete do deputado Lúcio Vieira Lima, irmão de Geddel». G1. Globo.com
- ↑ Pedro Peduzzi. «Polícia Federal leva malotes do gabinete do deputado Lúcio Vieira Lima». Agencia Brasil. EBC
- ↑ «Irmão de Geddel, deputado Lúcio Vieira Lima é alvo de operação da PF». Último Segundo. iG. 16 de outubro de 2017. Consultado em 16 de outubro de 2017
- ↑ «PF faz buscas em gabinete de irmão de Geddel na Câmara». VEJA. Abril. 16 de outubro de 2017. Consultado em 16 de outubro de 2017
- ↑ «PF leva documentos e mídias da casa de Lúcio Vieira Lima em Salvador». IstoÉ. 16 de outubro de 2017. Consultado em 16 de outubro de 2017