Massacre de Oradour-sur-Glane
O Massacre de Oradour-sur-Glane foi resultado de um ataque da Terceira Companhia do Primeiro Batalhão de Regimento Der Führer, da 2.ª Divisão SS Das Reich das Waffen-SS contra a população indefesa, em 10 de junho de 1944, da comunidade francesa de Oradour-sur-Glane, na aldeia de Alto Vienne, localizada cerca de vinte quilômetros a noroeste de Limoges. O massacre gerou 643 assassinados,[1] e foi o maior massacre de civis cometidos na França pelo exército nazista, contabilizando 190 homens metralhados, 246 mulheres e 207 crianças metralhadas e queimadas na igreja.[2][3] Quase toda a população viu a maior parte dos seus edifícios destruídos, deixando a comunidade em ruínas.
Histórico
[editar | editar código-fonte]Os depoimentos dos poucos sobreviventes permitiram a reconstituição dos fatos, mas as mortes ou desaparecimentos em combates posteriores da maior parte dos soldados e oficiais que participaram do massacre têm alimentado diferentes teorias sobre as razões pelas quais esta população foi escolhida e a motivação do ataque. De qualquer modo, o caso Oradour, embora irrelevante do ponto de vista militar e sem relação direta com nenhuma ação prévia, foi o palco da frente ocidental das práticas particulares de terror e violência praticados por nazis no marco da política de Guerra Total, experiente desde 1941 e com o fim de intimar a oposição da população civil e a ação de guerrilheiros e partidários, agrupados na França sob o nome de Resistência.
Ao final da guerra, as ruínas foram mantidas por ordem do governo francês de Charles de Gaulle, como uma lembrança deste crime e símbolo do sofrimento causado pela ocupação nazista, tornando-se um símbolo da mesma forma que os outras vilas da Europa sujeitas a ataques semelhantes como Lídice e Marzabotto, que desejaram também criar um local de reconciliação e unidade nacional.
No entanto, o processo chamado "Oradour-sur-Glane", realizada pelo Tribunal Militar de Bordéus em janeiro de 1953, criou uma profunda divisão na sociedade francesa e a sua resolução passou a ser uma questão de Estado. Realizado com certas deficiências devido a sua complexidade, o processo foi desenvolvido em meio a uma grande controvérsia, ao realizar-se na ausência dos oficiais responsáveis pela unidade, como Adolf Diekmann.
Referências
- ↑ «Guy Pauchou, Pierre Masfrand, Les victimes en "Oradour-sur-Glane vision d'épouvante".1970, Ed. Charles-Lavaucelle & Cie». Consultado em 21 de julho de 2008. Arquivado do original em 9 de junho de 2008
- ↑ «Haute-Vienne : Une nouvelle victime du massacre d'Oradour-sur-Glane identifiée par un historien. 02/10/2020». Consultado em 14 de maio de 2021
- ↑ revista Time, 26/1/1956, The Death of Oradour