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Jerônimo José Nogueira de Andrade

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Jerônimo José Nogueira de Andrade (Melgaço, Portugal 1748Pará, Brasil 1809) foi um militar e inventor português.

Jerônimo José Nogueira de Andrade
Nascimento 1748
Melgaço, Reino de Portugal Portugal
Morte 1809 (61 anos)
Pará, Reino de Portugal Portugal, hoje em dia parte do Brasil Brasil
Nacionalidade Portugal Portuguesa
Ocupação Militar e inventor

Jerônimo José Nogueira de Andrade, nasceu em Melgaço em 1748. Era filho de Francisco Daniel Nogueira, médico do exército e de D. Mariana Josefa Veloso de Campos Andrade. Teve uma educação católica e foi casado com D. Caetana Gregória Nogueira de Carvalho.

Seguindo a carreira militar, começou como soldado no Regimento de Artilharia do Porto em 1779, tornando-se Segundo-Tenente de Bombardeiros do Regimento de Artilharia da Marinha no mesmo ano. Após, ingressou na Academia Militar do Rio de Janeiro, e de seguida, prestou serviço na Capitania de Moçambique, como Capitão em 1782, tendo ainda exercido como Secretário do Governo de Moçambique, entre 1782 a 1784. Posteriormente, obteve o grau de Sargento-mor no Regimento de Artilharia da Marinha em 1791[1] e foi Tenente-Coronel do Regimento de Artilharia do Algarve e Coronel do Regimento de Artilharia do Alentejo, em Estremoz. Enquanto Tenente-Coronel, a 17 de novembro de 1795, fez parte do Conselho de Guerra, onde desempenhou as funções de presidente.

Escreveu vários estudos e extensos relatórios sobre as suas experiências em Moçambique, nomeadamente a obra "Descrição do estado em que ficarão os negócios da Capitania de Mossambique nos fins de Novembro de 1789, com algumas observaçoens, e reflexoens sobre os mesmos negocios, e sobre as cauzas da decadência do Commercio, e dos Estabelecimentos Portuguezes na Costa Oriental d’Africa escriptos no anno de 1790”.[2] Neles, apontava não só o que de bom ali encontrou como também o que estava de errado e a necessitar de drásticas mudanças, sendo muitas delas consequências da má gestão e administração da Fazenda Pública. Sem medo, chegou mesmo a declarar, em relação ao Porto da Baía de Lourenço Marques, que "tudo quanto ali existe nada presta", fazendo duras críticas ao Governador e Capitão Geral de Moçambique, João Pereira da Silva Barba Alardo,[3] assim como várias acusações de corrupção a membros da administração pública, aconselhando ao Rei que este tomasse as devidas providências, mandando para o local pessoal qualificado e meios materiais. Sempre com um discurso de crítica, apresentava, no entanto, propostas de solução.[4][5]

Em 1790, após cumprir as missões de Inspecção Geral das Fortificações de Moçambique, Nogueira de Andrade regressou a Portugal, onde fixou residência na Quinta da Mineira, nos Olivais, em Lisboa.[6] Nesse mesmo ano, iniciou-se na Maçonaria,[7] em Marvila, proposto por José Joaquim da Costa, sendo um ano depois acusado de maçonismo pela Inquisição de Lisboa.[8][9][10]

Em 1796, editou a sua segunda obra "Projecto de uma nova arma Portuguesa", onde descreve a construção de uma arma balística que havia inventado, denominada de "foguete incendiário", com mais alcance e efeito que as utilizadas à época e custos de produção mais baratos.[11]

Em 1800, regressou ao Brasil, onde desempenhou o cargo de Brigadeiro em Pará, Brasil,[12] sendo também nomeado Comandante e Inspector Geral das Fortificações da Capitania do Pará.[13]

Anos depois, foi nomeado governador da Capitania de Santa Catarina, porém não assumiu o cargo, vindo a falecer em 1809.[14]

Lista de Referências

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  1. Nacional (Brazil), Arquivo (1959). Coleção de Portugal. [S.l.]: O Arquivo 
  2. Machado, Pedro (6 de novembro de 2014). Ocean of Trade (em inglês). [S.l.]: Cambridge University Press 
  3. Mendes, Francisco da Costa (1892). Catalogo chronologico e histórico dos capitães-generaes e governadores da Provincia de Moçambique, des 1752, epcoa da sua separação do governo de Goa, até 1849. [S.l.]: Impr. Nacional 
  4. Neves, José Acúrsio das (1830). Considerações politicas: e commerciaes sobre os descobrimentos, e possessões dos portuguezes na Africa, e na Asia. [S.l.]: Impressão regia 
  5. Newitt, Malyn (1995). A History of Mozambique (em inglês). [S.l.]: Hurst 
  6. Cahiers d'études africaines (em francês). [S.l.]: Mouton. 1970 
  7. Barata, Alexandre Mansur (2006). Maçonaria, sociabilidade ilustrada e independência do Brasil, 1790-1822. [S.l.]: Annablume 
  8. Barata, Alexandre Mansur (2006). Maçonaria, sociabilidade ilustrada e independência do Brasil, 1790-1822. [S.l.]: Annablume. ISBN 9788574196459 
  9. Dias, Graça da Silva (1980). Os primórdios da maçonaria em Portugal. [S.l.]: Instituto Nacional de Investigação Científica 
  10. Cunha, Euclides da (1966). Obra completa organizada sob a direça\U+25a1\o de Afrânio Coutinho: Estudo liminar. Cicio d'Os serto\U+25a1\es. Apêndices. [S.l.]: J. Aguilar 
  11. MARQUES, João Francisco (2014). O Dominicano bracarense D. Fr. Amaro José de Santo Thomaz, primeiro bispo residente de Moçambique. Porto: Faculdade de Letras da Universidade do Porto 
  12. Baena, Antonio (2004). Ensaio corográfico sobre a província do Pará. [S.l.]: Senado Federal, Conselho Editorial 
  13. PIAZZA, Walter (1985). Dicionário Político Catarinense. Florianópolis : Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina. Rio de Janeiro: [s.n.] 
  14. ANDRADE, Maria Fernanda Macedo Nogueira de (1990). Jerónimo José Nogueira de Andrade, militar e inventor português do séc. XVIII. Lisboa: Universidade Nova de Lisboa - Faculdade de Ciências Sociais e Humanas. ISSN 0871-2778