François-René Moreaux
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François-René Moreaux (Rocroi, França, 3 de janeiro de 1807 — Rio de Janeiro, 25 de outubro de 1860) foi um pintor, fotógrafo e professor francês radicado no Brasil. Era irmão do também pintor Louis-Auguste Moreaux.[1][2][3]
Biografia
[editar | editar código-fonte]Ainda na França foi aluno de Jean-Baptiste Couvelet e do Barão de Gross. Tornou-se mestre de seu irmão Louis-Auguste Moreaux, também pintor. Seu outro irmão, Léon Charles-Florent Moreaux, também é pintor.[4]
Juntos partiram em 1838 para o Brasil,[4] e depois de terem percorrido o Nordeste e depois o Sul do país (nos estados de Pernambuco, Bahia e Rio Grande do Sul[5]), os dois irmãos estabeleceram-se no Rio de Janeiro.[2]
Deu aulas em seu ateliê e atuou como caricaturista. Em 1844 pintou o quadro A Proclamação da Independência retratando o momento em que D. Pedro teria proclamado a Independência do Brasil.[6][7] Em 1856, junto com outros, fundou o Liceu de Artes e Ofícios, que também dirigiu e onde foi professor de desenho. No ano seguinte, com Heaton e Regensburg, fundou a Galeria Contemporânea Brasileira.[8][1][2]
Dedicou-se especialmente ao retrato, mas cultivou também a pintura histórica. Pelo quadro A Sagração de Dom Pedro II recebeu o hábito da Ordem de Cristo. Expôs nos salões da Academia até 1850, voltando a aparecer em 1859. Deixou retratos de diversas personalidades da época.[1][2]
Obras
[editar | editar código-fonte]Particularmente conhecido como pintor de história, notadamente com O Grito do Ipiranga que decorou o Senado, e retratista, Moreaux também produziu algumas vistas urbanas.[9] Produziu retratos de diversas personalidades da época, como para a série litográfica publicada pela Heaton e Rensburg Galeria Contemporânea Brasileira . Além disso, como era prática quase obrigatória, pintou também os retratos dos imperadores em duas telas hoje conservadas no Museu Imperial do Brasil. Porém, um dos retratos mais marcantes é segundo Leite o Retrato de Menina guardado no Museu Nacional de Belas Artes, em que o autor esquece por um momento as lições do Barão Gros e sua teatralidade habitual para representar uma figura de corpo inteiro de um criança com uma paisagem ao fundo, num ambiente quase engenhoso e decididamente encantador e simples.[9]
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Retrato de Menina, 1841.
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Retrato da Imperatriz D. Teresa Cristina, um retrato da Imperatriz Thérèse-Christine de Bourbon-Siciles, 1858.
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A Sagração de Dom Pedro II, 1842.
Exposições
[editar | editar código-fonte]Participou de diversas exposições brasileiras importantes:[2]
- 1841: 2 ed., Academia Imperial de Belas Artes, Rio de Janeiro
- 1842: 3 ed., Academia Imperial de Belas Artes, Rio de Janeiro — nomeado membro da Ordem de Cristo pela obra Sagração de Dom Pedro II[10]
- 1843: 4 ed., Academia Imperial de Belas Artes, Rio de Janeiro
- 1844: 5 ed., Academia Imperial de Belas Artes, Rio de Janeiro
- 1845: 6 ed., Academia Imperial de Belas Artes, Rio de Janeiro
- 1846: 7 ed., Academia Imperial de Belas Artes, Rio de Janeiro
José Roberto Teixeira Leite acrescenta que participou até 1949.[11]
Referências
- ↑ a b c Joelza (1 de abril de 2015). «Independência do Brasil por Moreaux: o olhar romântico de um francês». Ensinar História - Joelza Ester Domingues. Consultado em 3 de outubro de 2023
- ↑ a b c d e «François-René Moreaux». Enciclopédia Itaú Cultural. São Paulo. ISBN 978-85-7979-060-7. Consultado em 3 de outubro de 2023
- ↑ De Castro Vieira Christo, Maraliz (2 de dezembro de 2009). «A pintura de história no Brasil do século XIX: Panorama introdutório». Arbor (740): 1147–1168. ISSN 1988-303X. doi:10.3989/arbor.2009.740n1082. Consultado em 3 de outubro de 2023
- ↑ a b «Moreaux, Auguste ou Louis-Auguste». Oxford: Oxford University Press (em inglês). ISBN 9780199773787. OCLC 5695809718
- ↑ Leite 1988, p. 507-509.
- ↑ «7 de setembro – Dia da Independência do Brasil». Colégio Pedro II. Consultado em 3 de outubro de 2023
- ↑ «MoreauxIndependência do Brasil, 1844 - Disciplina - Arte». www.arte.seed.pr.gov.br. Consultado em 3 de outubro de 2023
- ↑ Leite 1988, p. 507-509.
- ↑ a b Leite 1988, p. 507-509.
- ↑ Leite 1988, p. 507-509.
- ↑ Leite 1988, p. 507-509.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- (pt) José Roberto Leite, « Os Artistas Estrangeiros », dans Victor Civita, Arte no Brasil, São Paulo, Abril Cultural/Secretaria de Cultura, Ciência e Tecnologia do estado de São Paulo/Fundação Padre Anchieta, 1988, p. 507-509
- Leite, José Roberto Teixeira (1988). Dicionário crítico da pintura no Brasil. [S.l.]: Artlivre
- Kossoy, Boris (2002). Dicionário histórico-fotográfico brasileiro. [S.l.]: Instituto Moreira Salles
- Ayala, Walmir (1997). Dicionário de pintores brasileiros. [S.l.]: UFPR
- Pontual, Roberto (1969). Dicionário das artes plásticas no Brasil. [S.l.]: Civilização Brasileira
- Louzada, Júlio (1984). Artes plásticas Brasil 1985. [S.l.]: J. Louzada
Leitura adicional
[editar | editar código-fonte]- Leite, José Roberto Teixeira. Os Artistas Estrangeiros, in Civita, Victor (editor). Arte no Brasil. São Paulo: Abril Cultural/Secretaria de Cultura, Ciência e Tecnologia do estado de São Paulo/Fundação Padre Anchieta, sem data. pp. 507-509.