Eugênio Bucci
Eugênio Bucci | |
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Bucci em 2003. | |
Presidente da Radiobrás | |
Período | 1º de janeiro de 2003 a 19 de abril de 2007 |
Ministros |
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Antecessor(a) | Carlos de Cerqueira Leite Zarur |
Sucessor(a) | José Roberto Barbosa Garcez |
Dados pessoais | |
Nascimento | 24 de novembro de 1958 (66 anos) Orlândia, SP |
Alma mater | Universidade de São Paulo |
Prêmio(s) | Ordem de Rio Branco[1] |
Partido | PT (1982–presente) |
Profissão | professor, advogado, jornalista |
Eugênio Bucci ComRB (Orlândia, 24 de novembro de 1958) é um jornalista e professor universitário brasileiro[2][3]. Durante o primeiro governo Lula, foi presidente da Radiobrás (2003-2007).
É professor titular da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, onde dá aulas de graduação e pós-graduação [4] e é Superintendente de Comunicação Social[5]. É membro do Conselho Administrativo do Colégio Santa Cruz de São Paulo[6]. Em 2021, encerrou seus mandatos como membro do Conselho Científico-Cultural do Instituto de Estudos Avançados (IdEA) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e do Conselho Consultivo da Fundação OSESP (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo).Escreve quinzenalmente na página 2 do jornal O Estado de S. Paulo[7].
Integra o Conselho Curador da Fundação Padre Anchieta[8], o Conselho Deliberativo do Instituto Vladimir Herzog[9] e o Conselho Consultivo da Aberje (Associação Brasileira de Comunicação Empresarial)[10] entre outros. Foi professor da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), entre 2010 e 2014[11], onde dirigiu o curso de Pós-Graduação em Jornalismo com Ênfase em Direção Editorial, de 2011 a 2013.
Foi presidente da Radiobrás de 2003 a 2007 e integrou o Conselho Curador da Fundação Padre Anchieta (TV Cultura de São Paulo) de 2007 a 2010. Na Editora Abril, foi diretor de redação das revistas mensais "Superinteressante" e "Quatro Rodas", e Secretário Editorial.
Biografia
[editar | editar código-fonte]Formação acadêmica
[editar | editar código-fonte]Formou-se em Comunicação Social pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP; 1982) e em Direito também pela Universidade de São Paulo (1988) [12]. Pela ECA-USP, doutorou-se em 2002 e defendeu sua tese de livre-docência em 2014.
Em 1980, elegeu-se como suplente para a diretoria do DCE da USP (como um dos representantes da tendência estudantil Liberdade e Luta na chapa), e passou a integrar a diretoria logo no início da gestão.
Em 1984 foi presidente do Centro Acadêmico XI de Agosto, da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo[11]. A chapa de sua campanha chamava-se "The Pravda", alusão irônica dupla ao jornal americano The New York Times e ao informativo oficial soviético Pravda. A mesma chapa elegeu seu sucessor, Fernando Haddad, seu companheiro desde essa época.
Filiado ao Partido dos Trabalhadores nos anos 80, foi um dos criadores e o primeiro editor da revista Teoria e Debate, que é atualmente editada pela Fundação Perseu Abramo.
Na carreira
[editar | editar código-fonte]Como jornalista profissional, foi diretor de revistas mensais (como Superinteressante e Quatro Rodas), crítico de cultura e televisão em jornais (Folha de S.Paulo, O Estado de S. Paulo, Jornal do Brasil) e revistas (Veja, Nova Escola e Sem Fronteiras), além de Secretário Editorial da Editora Abril. Trabalhou na Editora Brasiliense, onde atuava ao lado de Caio Graco Prado.
Em 2002, recebeu o título de doutor em Ciências da Comunicação, área de Jornalismo, pela Escola de Comunicações e Artes da USP. Foi professor de Ética Jornalística na Faculdade Cásper Líbero nos anos de 2001 e 2002.
Radiobrás
[editar | editar código-fonte]Em 2003, foi escolhido pelo recém-empossado presidente Luiz Inácio Lula da Silva para suceder Carlos de Cerqueira Leite Zarur como presidente da Radiobrás (Empresa Brasileira de Comunicação) no gabinete do ministro-chefe de Comunicação Luiz Gushiken.[13]
Comandando o processo de revitalização e reposicionamento da empresa estatal de comunicação. Seu trabalho foi elogiado pelos principais veículos de comunicação do país e por diversos políticos e intelectuais, acumulando prêmios e reconhecimento nacional e internacional.[14] Em 2005, foi condecorado pelo presidente Lula com a Ordem de Rio Branco no grau de Comendador suplementar.[1]
Foi exonerado da presidência da Radiobrás em 2007 e sucedido por José Roberto Barbosa Garcez.[15] Narrou a experiência na Radiobrás no livro "Em Brasília, 19 horas: a Guerra entre a Chapa-branca e o Direito à Informação no Primeiro Governo Lula", publicado em 2008.
Outros cargos
[editar | editar código-fonte]Em 2007, ao sair da empresa, assumiu o posto de Professor Visitante do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo. Colaborou com o site Observatório da Imprensa entre 2008 e 2011. Foi colunista da revista Época entre 2011 e 2018. Atualmente, é articulista do jornal O Estado de S. Paulo.
Em 2008, foi aprovado como professor de Jornalismo da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo.
No segundo semestre de 2008, aceitou o convite para ser ombudsman[16] do "Jornal do Campus", editado pela turma do 3º ano de Jornalismo Matutino da ECA-USP. Naquele semestre, Bucci criticou e analisou as publicações feitas pelos alunos de jornalismo.
Entre 2010 e 2013, Bucci dirigiu o curso de pós-graduação em jornalismo da Escola Superior de Propaganda e Marketing, no qual lecionaram nomes como Roberto Civita (do Grupo Abril) e Alberto Dines (Observatório da Imprensa). O jornalista, no entanto, continua a lecionar na Escola de Comunicações e Artes (ECA-USP).
Em 2012, publicou, juntamente com Marco Chiaretti e Ana Maria Fiorini, "Indicadores de Qualidade nas Emissoras Públicas: uma avaliação contemporânea", na série Dabates CI, da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).
Em 2014 obteve o título de Livre-Docente pela Universidade de São Paulo, com a pesquisa "O Estado de Narciso: Como e por que o jornalismo das emissoras públicas e toda a máquina da comunicação pública no Brasil foram postos a serviço da vaidade particular dos governantes", que viria a ser publicada em 2015 pela Companhia das Letras, no livro “O Estado de Narciso – a comunicação pública a serviço da vaidade particular”.
Em 2017 foi aprovado em concurso para professor Titular do Departamento de Informação e Cultura da Escola de Comunicações e Artes (ECA-USP).
Prêmios
[editar | editar código-fonte]Ganhou o prêmio Luiz Beltrão de Ciências de Comunicação, na categoria Liderança Emergente (2011), o Prêmio "Excelência Jornalística 2012", da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), e o Prêmio Esso de “Melhor Contribuição à Imprensa” (2013), concedido à "Revista de Jornalismo ESPM" da qual é orientador editorial [17]. Também recebeu o Prêmio Tese Destaque USP por orientação no trabalho: “O príncipe digital: estruturas de poder, liderança e hegemonia nas redes sociais” da Dra. Maíra Carneiro Bittencourt Maia e foi o Jornalista Homenageado 2017 do Prêmio Especialistas - Negócios da Comunicação. Sete de seus livros foram finalistas do Prêmio Jabuti.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]Bucci é autor de livros sobre ética do jornalismo, comunicação pública, informação e democracia e a "superindústria do imaginário". Entre suas obras, destacam-se "Sobre ética e imprensa", "O Estado de narciso", "Existe democracia sem verdade factual?" e "A superindústria do imaginário".
- 2023: Incerteza, um ensaio, Autêntica[18]
- 2021: A superindústria do imaginário, Autêntica.[19]
- 2021: Roberto Marinho (coleção “Perfis Brasileiros”), Companhia das Letras.[20]
- 2019: Existe democracia sem verdade factual?, Estação das Letras e Cores.
- 2016: A Forma Bruta dos Protestos, Companhia das Letras [21]
- 2015: O Estado de Narciso, Companhia das Letras [22]
- 2012: "Indicadores de Qualidade nas Emissoras Públicas: uma avaliação contemporânea", Unesco
- 2009: "A Imprensa e o Dever da Liberdade", editora Contexto.
- 2008: "Em Brasília, 19 horas: a Guerra entre a Chapa-branca e o Direito à Informação no Primeiro Governo Lula", editora Record.
- 2006: "Jornalismo Sitiado" (livro + DVD, com Sidnei Basile), estúdio Log On / Culturamarcas.
- 2004: "Videologias" (co-autora Maria Rita Kehl), editora Boitempo.
- 2003: "Do B: Críticas para o Caderno B do Jornal do Brasil".
- 2001: "Sobre ética e imprensa", ed. Companhia das Letras.
- 2000: "A TV aos 50" (org.), Fundação Perseu Abramo.
- 1997: "Brasil em Tempo de TV", editora Boitempo.
- 1993: "O Peixe Morre pela Boca: oito Artigos sobre Cultura e Poder", Scritta Editorial.
- 1982: "Um Balde" (coletânea de poesias em co-autoria com Guian de Bastos e Gomes Moor), editado por Masao Ohno.
- Artigos publicados em obras coletivas
- 2019: “Pós-fatos, Pós-imprensa, Pós-política: a democracia e a corrosão da verdade”. (org. Adauto Novaes), Edições Sesc.
- 2019: “News não são fake e fake news não são news. (org. Mariana Barbosa), Cobogó.
- 2019: “Lições Maiores de Walter Piva Rodrigues”. (org. Rodolfo Amadeo et al), Foco.
- 2019: “Em defesa da verdade factual : entre a pós-verdade excêntrica e a democracia improvável”. (org. Adauto Novaes), Edições Sesc São Paulo.
- 2018: “Notas sobre os Movimentos Sociais, as Manifestações de junho de 2013 e a Opinião Pública”. (org. José Mário Brasiliense Carneiro), Oficina Municipal
- 2017: “Muito além do espetáculo – A mutação do capitalismo (ou simplesmente e = K)” (org. Adauto Novaes), Edições Sesc.
- 2016: “Ladrões da utopia: uma crítica tardia do entretenimento que serviu de linguagem a um sonho de esquerda” (org. Adauto Novaes), Edições Sesc.
- 2015: “Violência na linguagem: a forma bruta dos protestos” (org. Adauto Novaes), Edições Sesc.
- 2014: “Media entre o espaço público político e o social” (orgs. Mauro Wilton de Souza e Elizabeth Saad Corrêa), editora Paulus.
- 2014: “A imprensa brasileira: seu tempo, seu lugar e sua liberdade, e a ideia que (mal) fazemos dela” (orgs. Andre Botelho e Lilia Moritz Schwarcz), editora Sechang Publishing Company.
- 2013: “Lembranças videológicas de um brasileiro que gostava de novelas” (org. Omar Rincón), editora Friedrich Ebert Stiftung.
- 2011: “A radiodifusão e a democracia no Brasil” (org. Bernardo Sorj), editora Centro Edelstein de Pesquisas Sociais.
- 2010: “Mídia privada, mídia pública e intervenções do Estado brasileiro” (org. Cremilda Medina), editora Fundação Memorial da América Latina.
- 2010: “Procurados para sempre: memória, crianças, terrorismo e direitos humanos” (org. Gustavo Venturi), editora Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.
- 2009 “Aquilo de que o humano é instrumento descartável: sensações teóricas” (org. Adauto Novaes), Edições SESC.
- 2009: “Comunicação digital” (orgs. Rodrigo Savazoni e Sérgio Cohn), editora Beco do Azougue Editorial.
- 2008 “Em torno de um conceito preliminar de telespaço público” (orgs. Maria Victoria de Mesquita Benevides, Gilberto Bercovici e Claudineu de Melo), editora Quartier Latin do Brasil.
- 2007: "Comunicação pública: Estado, Mercado, Sociedade e Interesse Público" (org. Jorge Duarte), editora Atlas.
- 2004: "Educação, Cidadania e Direitos Humanos" (org. José Sérgio Fonseca de Carvalho), editora Vozes.
- 2002: "Comunicação na Pólis: Ensaios sobre Mídia e Política" (org. Clóvis de Barros Filho), editora Vozes.
- 1996: "Libertinos, Libertários"; (org. Adauto Novaes), editora Companhia das Letras.
- 1993: "Diário da Viagem ao Brasil Esquecido", Scritta Editorial.
- 1992: "O Cinema dos Anos 80"; (org. Amir Labaki), editora Brasiliense.
Referências
- ↑ a b BRASIL, Decreto de 25 de agosto de 2005.
- ↑ «Minibiografia de Eugênio Bucci no sítio da Editora Contexto». Consultado em 8 de maio de 2010. Arquivado do original em 13 de maio de 2012
- ↑ «Eugênio Bucci - Grupo Companhia das Letras». www.companhiadasletras.com.br. Consultado em 6 de março de 2017
- ↑ «Eugênio Bucci | ECA - Escola de Comunicações e Artes». www3.eca.usp.br. Consultado em 6 de março de 2017
- ↑ «Superintendente de Comunicação Social». USP - Universidade de São Paulo. 13 de setembro de 2018. Consultado em 23 de agosto de 2023
- ↑ «Currículo Lattes». buscatextual.cnpq.br. Consultado em 18 de novembro de 2019
- ↑ «EUGÊNIO BUCCI - Notícias, Fotos e Vídeos sobre Eugênio Bucci - Estadao.com.br». topicos.estadao.com.br. Consultado em 6 de março de 2017
- ↑ https://fpa.com.br/conselho/conselheiros/1_conselho-atual.html#0 Em falta ou vazio
|título=
(ajuda) - ↑ «O Instituto - Instituto Vladimir Herzog». Instituto Vladimir Herzog
- ↑ «Institucional | Portal Aberje». Portal Aberje
- ↑ a b «Eugênio Bucci - Currículo Lattes». 2 de março de 2017. Consultado em 6 de março de 2017
- ↑ «Entrevista de Eugênio Bucci para o Almanaque da Comunicação». Consultado em 8 de maio de 2010. Arquivado do original em 31 de dezembro de 2012
- ↑ BRASIL, Decreto de 1º de janeiro de 2003.
- ↑ «Artigo de Cibele Buoro sobre Eugênio Bucci para a revista da Intercom» (PDF). Consultado em 8 de maio de 2010. Arquivado do original (PDF) em 10 de outubro de 2010
- ↑ BRASIL, Decreto de 19 de abril de 2007.
- ↑ «Eugênio Bucci – Jornal do Campus». www.jornaldocampus.usp.br. Consultado em 6 de março de 2017
- ↑ «Conselho Deliberativo IEA — IEA». www.iea.usp.br. Consultado em 6 de março de 2017
- ↑ «Livro Incerteza, um ensaio da Autêntica Editora». https://grupoautentica.com.br/. Consultado em 23 de agosto de 2023
- ↑ «A superindústria do imaginário: Como o capital transformou o olhar em trabalho e se apropriou de tudo que é visível, Editora Autêntica». www.grupoautentica.com.br. Consultado em 6 de setembro de 2021
- ↑ «Roberto Marinho - Eugênio Bucci - Grupo Companhia das Letras». www.companhiadasletras.com.br. Consultado em 2 de dezembro de 2022
- ↑ «A FORMA BRUTA DOS PROTESTOS - - Grupo Companhia das Letras». www.companhiadasletras.com.br. Consultado em 6 de março de 2017
- ↑ «O ESTADO DE NARCISO - - Grupo Companhia das Letras». www.companhiadasletras.com.br. Consultado em 6 de março de 2017
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- Naturais de Orlândia
- Brasileiros de ascendência italiana
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- Escritores do estado de São Paulo
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- Professores da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo
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