Eleições estaduais no Rio de Janeiro em 1970
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Eleições estaduais no Rio de Janeiro em 1970 | ||||
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3 de outubro de 1970 (Eleição indireta) 15 de novembro de 1970 (Eleição direta) | ||||
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Candidato | Raimundo Padilha
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Partido | ARENA
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Natural de | Fortaleza, CE
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Vice | Teotônio Araújo | |||
Votos | 23 | |||
Porcentagem | 100% | |||
Titular Eleito | ||||
As eleições estaduais no Rio de Janeiro em 1970 ocorreram em duas etapas conforme previa o Ato Institucional Número Três e assim a eleição indireta do governador Raimundo Padilha e do vice-governador Teotônio Araújo foi em 3 de outubro e a escolha dos senadores Amaral Peixoto e Vasconcelos Torres, 18 deputados federais e 42 estaduais se deu em 15 de novembro sob um receituário aplicado aos 22 estados e aos territórios federais do Amapá, Rondônia e Roraima. Em todo o país a ARENA obteve a maior parte dos cargos em disputa.[1][2][3][nota 1]
Nascido em Fortaleza o economista Raimundo Padilha é formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e integrou a Ação Integralista Brasileira ao lado de Plínio Salgado como opositor do Governo Getúlio Vargas e tornou-se o líder do movimento durante o exílio de Plínio Salgado em Portugal. Com a reorganização do país após o Estado Novo, filiou-se ao PRP e foi eleito suplente de deputado federal em 1950 sendo efetivado após a morte de Soares Filho. Reeleito em 1954, 1958, 1962 e 1966 militou também na UDN antes de ingressar na ARENA sendo escolhido para ocupar o Palácio do Ingá pelo presidente Emílio Garrastazu Médici em 1970 tendo como vice-governador o advogado Teotônio Araújo, governador do estado em virtude da renúncia de Paulo Torres para candidatar-se a senador em 1966.[4]
Em contraste com a ampla vitória do MDB na Guanabara, o pleito no Rio de Janeiro foi favorável à ARENA embora a votação dos oposicionistas tenha sido capaz de eleger um senador e fazer uma bancada numerosa de sete deputados federais e dezessete estaduais. Nesse cenário o senador mais votado foi Amaral Peixoto. Nascido no Rio de Janeiro e aluno da Escola Naval, esteve junto a Getúlio Vargas por ocasião da Revolução de 1930 e da Revolução Constitucionalista de 1932 tornando-se auxiliar de ordens do presidente e também seu genro ao casar-se em 1939 com Alzira Vargas. Interventor federal no Rio de Janeiro durante o Estado Novo ele filiou-se ao PSD, partido do qual seria presidente nacional, e foi eleito deputado federal em 1945 e governador do Rio de Janeiro em 1950. Durante o governo Juscelino Kubitschek foi embaixador do Brasil em Washington e ministro de Viação e Obras Públicas. No curto governo Jânio Quadros assumiu uma vaga no Tribunal de Contas da União até assumir o Ministério Extraordinário da Reforma Administrativa na fase presidencialista do Governo João Goulart.[5] Eleito deputado federal em 1962 e 1966, conquistou um mandato de senador em 1970.[6][7]
A outra vaga ficou com o advogado Vasconcelos Torres, nascido em Campos dos Goytacazes e formado na Universidade Federal Fluminense. Antigo correligionário de Amaral Peixoto no PSD foi deputado estadual em 1947, 1950 e 1954 e deputado federal em 1958 conquistando um mandato de senador pelo PTB em 1962 e renovando-o em 1970 pela ARENA.[8][9]
Resultado da eleição para governador
[editar | editar código-fonte]Eleição realizada pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro na qual os vencedores receberam os votos da ARENA e no caso do MDB houve dezessete abstenções enquanto Alberto Dauaire, Hélio Gomes e João Batista da Silva faltaram à sessão.[10][11]
Candidatos a governador do estado |
Candidatos a vice-governador | Número | Coligação | Votação | Percentual |
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Raimundo Padilha ARENA |
Teotônio Araújo ARENA |
Resultado das eleições para senador
[editar | editar código-fonte]Conforme o Tribunal Superior Eleitoral houve 1.715.779 votos válidos (67,25%), 633.677 votos em branco (24,83%) e 202.000 votos nulos (7,92%) resultando no comparecimento de 2.551.456 eleitores.[2]
Candidatos a senador da República |
Primeiro suplente de senador | Número | Coligação | Votação | Percentual |
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Amaral Peixoto MDB |
Zulmar Batista de Almeida MDB |
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Vasconcelos Torres ARENA |
Ricardo Azeredo Viana ARENA |
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Afonso Celso MDB |
Ernesto Caldas Barreto Filho MDB |
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Heli Ribeiro Gomes ARENA |
Walter Faria Pacheco ARENA |
Deputados federais eleitos
[editar | editar código-fonte]São relacionados os candidatos eleitos com informações complementares da Câmara dos Deputados.[12][13]
Deputados estaduais eleitos
[editar | editar código-fonte]No Rio de Janeiro foram eleitos 42 deputados estaduais.
Notas
- ↑ Nos referidos territórios o pleito serviu apenas para a escolha de deputados federais, não havendo eleições no Distrito Federal e no Território Federal de Fernando de Noronha.
Referências
- ↑ BRASIL. Presidência da República. «Ato Institucional Número Três». Consultado em 14 de julho de 2024
- ↑ a b c d BRASIL. Tribunal Superior Eleitoral. «Eleições de 1970». Consultado em 14 de julho de 2024
- ↑ BRASIL. Senado Federal. «Lei n.º 5.581 de 26/05/1970». Consultado em 14 de julho de 2024
- ↑ «Câmara dos Deputados do Brasil: deputado Raimundo Padilha». Consultado em 23 de maio de 2018
- ↑ «CPDOC – A trajetória política de João Goulart: biografia de Amaral Peixoto». Consultado em 24 de maio de 2018
- ↑ «Câmara dos Deputados do Brasil: deputado Amaral Peixoto». Consultado em 24 de maio de 2018
- ↑ «Senado Federal do Brasil: senador Amaral Peixoto». Consultado em 24 de maio de 2018
- ↑ «Câmara dos Deputados do Brasil: deputado Vasconcelos Torres». Consultado em 24 de maio de 2018
- ↑ «Senado Federal do Brasil: senador Vasconcelos Torres». Consultado em 24 de maio de 2018
- ↑ «Legislativos elegem; MDB faz restrições (online). O Estado de S. Paulo, São Paulo (SP), 04/10/1970. Geral, p. 04.». Consultado em 23 de maio de 2018
- ↑ Assembléias (sic) estaduais elegem os governadores (online). Jornal do Brasil, Rio de Janeiro (RJ), 04/10/1970. Primeiro caderno, p. 26. Página visitada em 14 de julho de 2017.
- ↑ «Página oficial da Câmara dos Deputados». Consultado em 22 de maio de 2018. Arquivado do original em 2 de outubro de 2013
- ↑ «BRASIL. Presidência da República: Lei nº 9.504 de 30/09/1997». Consultado em 22 de maio de 2018