Região Metropolitana de Campinas
Região Metropolitana de Campinas (RMC) | |
Localização da Região Metropolitana de Campinas (RMC) | |
Unidade federativa | São Paulo |
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Lei | 870 |
Data da criação | 19 de junho de 2000 |
Número de municípios | 20 |
Cidade-sede | Campinas |
Regiões metropolitanas limítrofes | Jundiaí Sorocaba Piracicaba |
Características geográficas | |
Área | 3 791,910 km²[1] |
População | 3 342 707 hab. (10º) Estimativa Populacional IBGE/2021[2] |
Densidade | 881,54 hab./km² |
IDH | 0,792 (2º) – alto PNUD/2010[3] |
PIB | R$ 142.301 milhões [4] |
PIB per capita | R$ 48.332,79 Seade/2013[5] |
A Região Metropolitana de Campinas, com sigla RMC, constituída por 21 municípios paulistas, foi criada pela lei complementar estadual 870, de 19 de junho de 2000.
A região é uma das mais dinâmicas no cenário econômico brasileiro e representava, em 2013, 1,8% do PIB (produto interno bruto) nacional e 7,81% do PIB paulista, ou seja, cerca de 105,3 bilhões de reais.[4] Além de possuir uma forte economia, a região também apresenta uma infraestrutura que proporciona o desenvolvimento de toda a área metropolitana.[6] A RMC também é conhecida como "Vale do Silício Brasileiro".[7]
Conforme a estimativa populacional do IBGE em 2021, a Região Metropolitana de Campinas chegou a marca de 3,3 milhões de habitantes,[8] distribuídos em 3.791 km².[1] É a décima maior região metropolitana do Brasil e a segunda maior região metropolitana de São Paulo, faz parte do Complexo Metropolitano Expandido, uma megalópole que, já em 2008, compreendia 12% da população brasileira, ou cerca de 30 milhões de habitantes.[9]
Geografia e demografia
[editar | editar código-fonte]Área
[editar | editar código-fonte]Os 20 municípios abrangidos ocupam uma área de 3.791 km²,[1] o que corresponde a 0,04% da superfície brasileira e a 1,47% do território paulista. Quando se iniciou a discussão da criação da Região Metropolitana de Campinas, Mogi-Guaçu, Mogi-Mirim e Itapira estavam inseridas no contexto. Porém, por intermédio do então prefeito guaçuano Walter Caveanha (PTB), esses três municípios decidiram ficar de fora da nova região metropolitana. Caveanha explica que a decisão, à época, se deu porque a região da Baixa Mogiana tem características próprias, especialmente quanto ao meio ambiente, e não está ligada à região de Campinas, apesar da proximidade a esta.
Caveanha foi, a princípio, o único prefeito na época contrário à inclusão dos municípios vizinhos à RMC, convencendo os prefeitos mojimiriano e itapirense. Com a proposta de criação da primeira microrregião do país, envolvendo nove municípios da bacia do rio Moji-Guaçu, a Microrregião de Mogi-Guaçu. Caveanha entrou com esse projeto na Assembleia Legislativa de São Paulo em 1995, quando era deputado estadual. Mas a matéria parou nas comissões e está entravada até hoje. O projeto tramita atualmente na Alesp sob a tutela do deputado Campos Machado. O projeto da microrregião de Mogi-Guaçu tem caráter socioeconômico e ambiental voltado para Estiva Gerbi, Conchal, Lindoia, Águas de Lindoia, Serra Negra, Espírito Santo do Pinhal, além da própria Mogi-Guaçu, Mogi-Mirim e Itapira.[10]
Aspectos demográficos
[editar | editar código-fonte]A Região possui uma população de 3 224 443 habitantes, segundo dados da estimativa populacional do IBGE para 1º de julho de 2018.[8]
A malha viária permitiu uma densa ocupação urbana, organizada em torno de algumas cidades de portes médio e grande, revelando processos de conurbação já consolidados ou emergentes. As especificidades dos processos de urbanização e industrialização ocorridos na Região provocaram mudanças muito visíveis na vida das cidades. De um lado, acarretaram desequilíbrios de natureza ambiental e deficiências nos serviços básicos. De outro, geraram grandes potencialidades e oportunidades em função da base produtiva (atividades modernas, centros de tecnologia, etc.). Nesse cenário, cidades médias passaram a conviver com problemas típicos de cidades grandes. A proliferação de favelas, violência e pobreza revelam um padrão de crescimento bastante perverso, que aprofunda as desigualdades sociais.
Apesar dos problemas sociais, a Região Metropolitana de Campinas possui o melhor Índice de Desenvolvimento Humano entre as regiões metropolitanas do Brasil, segundo dados do PNUD.[3]
Economia
[editar | editar código-fonte]Nos últimos 100 anos, a região de Campinas vem ocupando e consolidando uma importante posição econômica nos níveis estadual e nacional. Situada nas proximidades da Região Metropolitana de São Paulo, comporta um parque industrial abrangente, diversificado e composto por segmentos de natureza complementar. Possui uma estrutura agrícola e agroindustrial bastante significativa e desempenha atividades terciárias de expressiva especialização.[11]
Destaca-se ainda pela presença de centros inovadores no campo das pesquisas científica e tecnológica, bem como do Aeroporto de Viracopos – o segundo maior terminal aéreo de cargas do País,[12] localizado no município de Campinas. A RMC também conta com a Região do Polo Têxtil que compreende os municípios de Americana, Santa Bárbara d'Oeste, Sumaré, Nova Odessa e Hortolândia sendo o maior polo têxtil do Brasil, responsável por 85% da produção nacional de tecidos.[carece de fontes]
Em 2012, Viracopos registrou um fluxo de cargas embarcadas e desembarcadas em voos internacionais de cerca de 246.219 toneladas.[12] De cada três toneladas de mercadorias exportadas e importadas, uma passa pelo aeroporto,[12] que também responde por 18,1% do fluxo aéreo total de cargas no Brasil. Em relação ao transporte de passageiros, o aeroporto campineiro ultrapassou a marca de 8,8 milhões de passageiros.[12] A REPLAN, maior refinaria da Petrobras em produção, encontra-se nessa região.
Produto Interno Bruto (PIB)
[editar | editar código-fonte]A produção industrial diversificada – com ênfase em setores dinâmicos e de alto input científico / tecnológico, notadamente nos municípios de Campinas, Americana, Paulínia, Sumaré, Indaiatuba, Santa Bárbara d'Oeste, e Jaguariúna – vem resultando em crescentes ganhos de competitividade nos mercados interno e externo.[13]
A região exibe um Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 105,3 bilhões/ano.[4] Sua renda per capita é bastante significativa se comparada à do estado de São Paulo ou Brasil.
Composição da economia (2011)[14] | |||||||
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Regiões Comparativas | PIB per capita[5] |
'Região Metropolitana de Campinas' | R$ 37.183,64 |
Estado de São Paulo | R$ 32.454,91 |
Brasil | R$ 31.506,83 |
Infraestrutura
[editar | editar código-fonte]Transportes
[editar | editar código-fonte]A Região conta com amplo sistema viário, bastante ramificado, e que apresenta os seguintes eixos principais: a Rodovia dos Bandeirantes e a Rodovia Anhanguera, que ligam a cidade de São Paulo ao interior paulista, cortando RMC; a rodovia SP-304, rumo a Piracicaba, a Rodovia Santos Dumont, rumo a Sorocaba e a Rodovia Dom Pedro I, que faz a ligação com o Vale do Paraíba, entre outras. Entre as rodovias que servem de ligação entre as cidades da RMC, se destacam:
- Rodovia Professor Zeferino Vaz (Campinas-Paulínia-Cosmópolis-Artur Nogueira-Conchal)
- Rodovia Jornalista Francisco Aguirra Proença (Campinas-Hortolândia-Capivari)
- Rodovia Prefeito José Lozano Araújo ou Rodovia 330-110 (Paulínia-Sumaré-Hortolândia)
- Rodovia Adhemar de Barros (Campinas-Mogi Mirim-Mogi Guaçu)
- Rodovia Doutor Roberto Moreira (Paulínia-Campinas)
- Rodovia Miguel Melhado Campos (Vinhedo-Campinas)
- Rodovia Miguel Noel Nascentes Burnier (Mogi-Mirim-Campinas)
Municípios
[editar | editar código-fonte]Esta lista é classificável. Clique no ícone no cabeçalho da coluna para alterar a chave e a ordem de classificação.
Foto | Município | Área territorial (km²)[17] |
População (2022)[18] | PIB (2021)[19]
(em mil reais) |
IDH-M (2010)[20] |
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Americana | 133,91 | 237 240 | 15 217 279 | 0,811 muito alto | |
Artur Nogueira | 178,02 | 51 456 | 1 575 358 | 0,749 alto | |
Campinas | 794,57 | 1 139 047 | 72 946 774 | 0,805 muito alto | |
Cosmópolis | 154,66 | 59 773 | 1 688 938 | 0,769 alto | |
Engenheiro Coelho | 109,94 | 19 566 | 595 715 | 0,732 alto | |
Holambra | 65,57 | 15 094 | 1 415 481 | 0,793 alto | |
Hortolândia | 62,41 | 236 641 | 18 305 956 | 0,756 alto | |
Indaiatuba | 311,54 | 255 748 | 22 817 116 | 0,788 alto | |
Itatiba | 322,26 | 121 590 | 8 068 714 | 0,778 alto | |
Jaguariúna | 141,39 | 59 347 | 13 847 370 | 0,784 alto | |
Monte Mor | 240,56 | 64 662 | 4 524 530 | 0,733 alto | |
Morungaba[16] | 146,75 | 13 720 | 623 507 | 0,715 alto | |
Nova Odessa | 73,78 | 62 019 | 4 040 233 | 0,791 alto | |
Paulínia | 138,77 | 110 537 | 52 389 436 | 0,795 alto | |
Pedreira | 108,81 | 48 992 | 1 502 008 | 0,769 alto | |
Santa Bárbara d'Oeste | 271,03 | 183 347 | 7 825 506 | 0,781 alto | |
Santo Antônio de Posse | 154,13 | 23 244 | 1 831 494 | 0,702 alto | |
Sumaré | 153,46 | 279 545 | 16 179 891 | 0,762 alto | |
Valinhos | 148,53 | 126 373 | 7 969 199 | 0,819 muito alto | |
Vinhedo | 80,95 | 76 540 | 11 791 333 | 0,817 muito alto | |
Total | 3 791,129 | 3 184 481 | 265 155 849 | 0,792[3] alto |
Ver também
[editar | editar código-fonte]- AgemCamp
- Aeroporto Internacional de Viracopos/Campinas
- Interior de São Paulo
- Região Metropolitana de São Paulo
- Região Metropolitana de Sorocaba
- Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte
- Região Metropolitana da Baixada Santista
- Megalópole Rio-São Paulo
- Lista de regiões metropolitanas do Brasil por população
Referências
- ↑ a b c Seade (10 de outubro de 2002). «Perfil Regional, Perfil da Região: Metropolitana de Campinas, Território e População, Área». Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados). Consultado em 31 de agosto de 2014
- ↑ Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). «Estimativas da população residente nos municípios brasileiros com data referência em 1º de julho de 2021» (PDF). Consultado em 18 de fevereiro de 2021
- ↑ a b c «Ranking decrescente do IDH-M das regiões metropolitanas do Brasil». Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2010. Consultado em 30 de maio de 2008
- ↑ a b c Seade (31 de agosto de 2014). «Perfil Regional, Perfil da Região: Metropolitana de Campinas, Economia, PIB (Em milhões de reais correntes)». Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados). Consultado em 31 de agosto de 2014
- ↑ a b Seade (31 de agosto de 2014). «Perfil Regional, Perfil da Região: Metropolitana de Campinas, Economia, PIB per Capita (Em reais correntes)». Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados). Consultado em 31 de agosto de 2014
- ↑ «RMC» (PDF). Governo do Estado de São Paulo. Consultado em 30 de maio de 2008[ligação inativa]
- ↑ PUC Campinas, ed. (20 de maio de 2016). «Da Campinas do café ao "Vale do Silício" brasileiro». Consultado em 6 de fevereiro de 2021
- ↑ a b Erro de citação: Etiqueta
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- ↑ Diego Zanchetta (3 de agosto de 2008). O Estado de S. Paulo, ed. «A primeira macrometrópole do hemisfério sul». Consultado em 12 de outubro de 2008
- ↑ Discussão da Microrregião de Mogi-Guaçu
- ↑ «DuPont tem preferência em fábricas». Investe SP. 9 de fevereiro de 2011. Consultado em 3 de fevereiro de 2011
- ↑ a b c d «Movimento nos Aeroportos». Infraero. Dezembro de 2007. Consultado em 30 de maio de 2008. Arquivado do original em 30 de abril de 2010
- ↑ «Parque tecnológico e industrial de Paulínia vai receber 13 indústrias». EPTV. 17 de dezembro de 2010. Consultado em 12 de fevereiro de 2011
- ↑ «Perfil Municipal, Emprego e Rendimento - SEADE». 2011. Consultado em 31 de agosto de 2014. Arquivado do original em 29 de maio de 2014
- ↑ Lei Complementar 870/2000
- ↑ a b «Decreto estadual pela integração do município de Morungaba». Governo do estado de SP. 2014. Consultado em 16 de agosto de 2014
- ↑ IBGE (10 out. 2002). «Área territorial oficial». Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Consultado em 5 dez. 2010
- ↑ «Primeiros Resultados de População do Censo Demográfico 2022» (PDF). IBGE. 28 de junho de 2023. Consultado em 6 de agosto de 2023. Cópia arquivada (pdf) em 11 de julho de 2023
- ↑ «Produto Interno Bruto dos Municípios 2004-2008». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 12 dez. 2010
- ↑ «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil». Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2010. Consultado em 1 de agosto de 2013