Prós e contras do Low Code/No Code

Prós e contras do Low Code/No Code

O mercado digital já vivia um período de constante expansão e de transformações exponenciais, com novas tecnologias chegando a todo momento, porém com a crise gerada pela pandemia, em poucos meses do ano 2020, avançamos o equivalente a 7 anos de desenvolvimento tecnológico. Um avanço bem significativo.

Um fator determinante pode representar uma ameaça à transformação tecnológica que desejamos alcançar são as pessoas, pois se nada for feito em um curto espaço de tempo, enfrentaremos um profundo déficit de talentos digitais para exercer diversas funções relacionadas à produção de tecnologias, como engenharia de software, programação, designer, entre outras.

Segundo pesquisa realizada pelo BrazilLAB e pela Fundação Brava, em parceria com o Center for Public Impact (CPI), caso nenhuma medida seja tomada, o déficit de profissionais digitais pode atingir o alarmante número de mais de 300 mil pessoas até o ano de 2024. De acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), hoje, o Brasil forma 46 mil profissionais com perfil tecnológico por ano.

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O problema não é só aqui, nos EUA, o Bureau of Labor Statistics estimou que a escassez de engenheiros de software excederá 1,2 milhão até 2026. O crescimento projetado para o emprego de desenvolvimento de software é de 22% [1] , superior à média para todas as ocupações, ou seja, 4%, de 2019 a 2029.

Com a demanda crescente, a crise dos desafios do conjunto de habilidades e a escassez de desenvolvedores de software parecem terríveis. Para combater a capacidade limitada das empresas em fazer software e enfrentar os desafios da indústria de eficiência inadequada e inovação lenta, as plataformas low-code e no-code oferecem uma solução alternativa.

A adoção do low-code foi bem acelerado em meio à pandemia de Covid e nos próximos anos, espera-se que os gastos totais em plataformas low-code aumentem em bilhões:

Com o aumento dramático na adoção e a necessidade de low-code/no-code, vamos definir e citar como funcionam.

O que são plataformas de desenvolvimento de software Low-code (LCDPs)?

Conforme definido pela plataforma low-code Mendix [4]: 

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Low-code é uma abordagem visual para o desenvolvimento de software que agiliza a entrega de soluções por meio da abstração e automação de etapas em um ciclo de vida do aplicativo.

O que são plataformas de desenvolvimento de software sem código (NCDPs)?

No-code pode ser definido como:

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Desenvolvimento de software que permite que empresas e não programadores desenvolvam um software rapidamente sem codificação, usando métodos como arrastar e soltar. É frequentemente usado para criar aplicativos móveis de negócios.

Fonte: The Register [5]


Conceituado então o que são Low-code e No-code, vamos analisar os prós e os contras de adotar tais usar essas plataformas.


Prós do Low-Code/No-Code

1. Menos codificação

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Usuários não-técnicos podem facilmente (aprender a) usar as plataformas, pois exigem pouca ou nenhuma codificação. Por exemplo, para criar uma interface do usuário (UI), elementos gráficos como botões e texto podem ser montados diretamente em um editor gráfico sem/mínimo de codificação.

2. Aumento de produtividade e velocidade

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A Capgemini , empresa global de consultoria em transformação digital e tecnologia, comparou o desenvolvimento tradicional (usando Java) com um desenvolvimento low-code/no-code e os resultados mostraram que o desenvolvimento de aplicativos utilizando este último (SmartBPM) é 5,5x mais rápido do que usar código tradicional (IDE Java/Eclipse). [6]

3. Maior agilidade e ciclos de lançamento curtos

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O aumento da velocidade de desenvolvimento de software permite ciclos de lançamento mais curtos e ficar à frente da concorrência. Com ciclos de lançamento mais curtos, o software pode ser facilmente adaptado às mudanças de requisitos.

4. Fácil de entender

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Os códigos tradicionais são difíceis de entender, o que significa que a depuração levará muito tempo. Low-code e no-code são mais fáceis de entender e, portanto, é mais fácil identificar erros no aplicativo e corrigi-los.

Contras de Low-Code/No-Code

1. Flexibilidade limitada

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Com os códigos tradicionais, os desenvolvedores podem personalizar o software em qualquer grau que desejarem, enquanto o low-code e o no-code dependem da funcionalidade integrada das plataformas e dos plugins. Se uma determinada funcionalidade não for fornecida, a equipe de desenvolvimento poderá ter dificuldade em cumprir os requisitos relacionados.



2. Segurança e risco

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Quando se trata de segurança, os projetos low-code e no-code dependem muito de seus provedores de plataforma para resolver quaisquer falhas de segurança que possam ser descobertas devido à falta de controle sobre o código-fonte. Se esses provedores de plataforma forem invadidos, poderá não haver atualizações de segurança e as empresas não poderão corrigir os problemas por conta própria. Além disso, se as empresas dependerem de provedores de plataforma low-code/no-code como hosts, seus dados e sistemas podem ficar expostos e vulneráveis a violações de segurança.

3. Dependência com o fornecedor

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Quanto mais uma empresa investe no uso de uma plataforma específica low-code/no-code, mais difícil é para ela mudar para uma plataforma diferente. Isso aumenta a dependência do negócio em um fornecedor individual.



Onde isso nos deixa? 

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A área de low-code/no-code está passando por um grande crescimento graças aos muitos profissionais descritos acima. Em última análise, a decisão de usar uma plataforma low-code ou no-code depende dos objetivos e necessidades de cada negócio. Alguns veem isso aproximando a TI e os negócios, enquanto outros compartilham uma opinião diferente. 

O que você diz?


Por Marcos J. Ribeiro

CEO

Mais Gemba Consultoria

Detalhes do artigo:

Lançado em 11.01.2022

Editado em 11.01.2022        

Fonte:

[1] https://www.bls.gov/ooh/computer-and-information-technology/software-developers.htm

[2] https://www.gartner.com/en/newsroom/press-releases/2021-02-15-gartner-forecasts-worldwide-low-code-development-technologies-market-to-grow-23-percent-in-2021

[3] https://www.forbes.com/sites/tomtaulli/2019/02/17/what-you-need-to-know-about-the-low-code-market/?sh=76581cbb5afc

[4] https://www.mendix.com/low-code-guide/

[5] https://www.theregister.com/2020/01/15/google_cloud_embraces_nocode_development_with_appsheet_acquisition/

[6] https://www.capgemini.com/wp-content/uploads/2017/07/b_SmartBPM_vs._Eclipse_IDE.pdf

Muitas aplicações de grande utilidade podem ser feitas em alguma destas plataformas, pois não utilizam algoritmos ou regras de negócio complexas, basta encontrar a plataforma mais apropriada. Estou usando o Parabola e o Glideapps (mais o Zapier em ambas) para validar o modelo da aplicação. Eu sempre começo a modelagem de uma aplicação em uma planilha - força de hábito! com o Parabola eu substituo a planilha e com o Glideapps eu crio o aplicativo a partir da planilha (Google). Em ambos o relacionamento entre os dados e a consultas tem que ser simples. Na maioria das que estou validando eu já esbarrei em limitações das plataformas, mas aí dá para ter duas versões da aplicação, a desenvolvida na plataforma no-code/low-code, mais simples para negócios/usuários mais iniciantes e a outra para usuários mais avançados. Vejo que as plataformas estão evoluindo rapidamente e portanto o primeiro grupo estará sempre aumentando - tem que acompanhar constantemente.

Adriano Costa

Diretor INOVEX | Soluções para Integração de TO e TI

2 a

Parabéns pelo artigo e obrigado por compartilhar. Você acredita que já há muitas empresas de médio/grande porte no Brasil que já tenham estrutura e cultura preparadas para adotar plataformas low code com foco operacional na indústria como por exemplo a https://tulip.co/ (não tenho qualquer relação comercial)? Aproveito para o convidar a compartilhar sua experiência e opinião em pesquisa sobre "O uso de smartphones nas indústrias" que estou fazendo para meu MBA na USP, e em que um dos tópicos será low code/no code no contexto industrial! Desde já agradeço sua contribuição! O link para o questionário é: https://forms.gle/pvvPv9Hjg8BckoBX7

Waldomiro Camargo Junior

Gestão Logística | Gestão Operacional | SAP | Data Science | BI |

2 a

É uma via de mão dupla: os analistas de negócios conseguem juntar expertise à rápida entrega. Por outro lado, soluções, mal planejadas não poderão ser escaláveis no futuro e, pode trazer prejuízos, pois o conhecimentos técnico é limitado. Atuo há algum tempo como Citizen Developer e essa é uma linha tênue. Ideal é TI estar presente para governança de dados e atuação na avaliação de requisitos.

Eduardo BANZATO

Diretor, Grupo IMAM (Supply Chain + Logística + Intralogística / TOC + LEAN + 6 Sigma / Tecnologia / Educação Corporativa) ✨TOP 50✨ Excelência Operacional + Smart Logistics

2 a

Acho muito válido e já utilizamos estas plataformas. No nosso caso, projetos de Supply Chain, percebemos um ganho de tempo e as limitações, para os nossos perfis de projetos, não comprometem.

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