Ciência na Praça reúne 1.500 visitantes em Volta Redonda
O Ciência na Praça, organizado pelo Campus Volta Redonda do IFRJ através do professor Marco Pacheco, atraiu um público estimado em cerca de 1500 pessoas no dia 19 de outubro. O evento faz parte da 21ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, cujo tema este ano foi “Biomas do Brasil: diversidade, saberes e tecnologias sociais”.
O evento começou com um show de abertura apresentado pelos alunos do projeto Musicalizando IFRJ, sob a regência do professor Lodoro. Ao longo do dia, o público teve acesso a uma diversidade de oficinas e exposições interativas. Entre os destaques estiveram a Oficina de Origami, com o professor Vassalo (IFRJ), e a Oficina de Slime, coordenada pela professora Natany (UFF), que atraíram especialmente as crianças e adolescentes.
Além disso, uma mostra de vídeos homenageou figuras importantes da ciência brasileira, como Cesar Lattes e Johana Dobereiner, no contexto de seus centenários. Uma equipe de enfermeiros e enfermeiras aferiu a pressão arterial dos visitantes e deu orientações básicas de saúde.
Alunos do colégio estadual Rio Grande do Norte participaram com projetos de automação industrial e atividades variadas, atraindo públicos de todas as idades. Teve observação por microscópios e telescópios, experimentos interativos da Trilha da Ciência, e uma série de demonstrações científicas, como maquetes geológicas, vulcão em erupção e brinquedos científicos organizados pelo projeto LudoCiência. As crianças também se divertiram com robôs dançarinos da Equipe Jaguar e a batalha de balões.
Uma das novidades dessa edição foi o Papo Cabeça, em que especialistas fizeram uma apresentação rápida sobre o tema e depois ficaram à disposição num bate papo mais intimista com os presentes. Pedro, estudante de Licenciatura em Química da UFF, abriu com uma discussão sobre mulheres na ciência. Na sequência, o professor Arimathéia, Campus Pinheiral, trouxe à tona questões sobre recursos hídricos e os desafios ambientais no sul fluminense. O encerramento contou com uma palestra do cientista Denis Damazio, diretamente do CERN, que compartilhou com o público seus conhecimentos sobre física de partículas.
Em relação ao ano anterior, o Ciência na Praça teve um crescimento significativo, com um aumento de 50% no número de visitantes e triplicou o número de atividades oferecidas. O sucesso do evento, de acordo com a percepção de Marco Pacheco, foi possível graças ao apoio de diversas instituições e órgãos municipais, como a Coordenadoria da Juventude, a FEVRE, as Secretarias Municipais de Cultura e Saúde e a Prefeitura de Volta Redonda, além do patrocínio da Drogaria Moderna.
Para Pacheco, o evento é mais do que uma simples mostra de ciência. Segundo ele, levar a ciência para a praça é oferecer cidadania e dignidade. Um dos momentos mais marcantes, relata Pacheco, foi a participação de pessoas em situação de rua, que se sentiram acolhidas pelo evento e curiosas, especialmente com a sessão de cúpula no planetário e a observação pelos telescópios.
O docente destacou ainda a importância de romper barreiras invisíveis que muitas vezes afastam a população das instituições científicas. Para ele, eventos como o Ciência na Praça provam que a ciência deve sair dos muros acadêmicos e ir ao encontro do povo, criando um espaço de pertencimento e identificação.
"Nós, que temos mais condições, devemos sair dos nossos castelos e dialogar com o povo", disse Pacheco. "Fizemos isso hoje. Levamos ciência para a praça e, com ela, levamos cidadania e dignidade."
O Ciência na Praça continua a se consolidar como um evento genuinamente popular, que vai até o público e se propõe a dialogar de forma acessível, aproximando a ciência de todos.