O Campus Nilópolis realizou o VI Dia da Visibilidade LGBTQIAPN+
O Campus Nilópolis realizou o VI Dia da Visibilidade LGBTQIAPN+ do IFRJ Nilópolis no dia 9 de dezembro de 2024.
O Dia da Visibilidade LGBTQIAPN+ é uma iniciativa que surgiu em 2016 por meio de uma proposta estudantil e rapidamente se tornou uma tradição no campus e na cidade de Nilópolis. Desde então, o evento tem sido um espaço vital para promover o respeito e a aceitação das identidades de gênero e orientações sexuais, desafiando preconceitos e contribuindo para a construção de uma comunidade mais inclusiva.
O evento é voltado a um público diverso, abrangendo tanto a comunidade interna quanto a externa. Entre os participantes esperados, destacam-se estudantes, servidores(as), e membros da comunidade interessados em debater e promover a inclusão e o respeito à diversidade.
Segundo os organizadores, o VI Dia da Visibilidade LGBTQIAPN+ do IFRJ Nilópolis se consolida como um evento de grande importância para a comunidade LGBTQIAPN+, promovendo atividades que incentivam a conscientização, o respeito e a aceitação das identidades de gênero e orientações sexuais, desafiando preconceitos e contribuindo para a construção de uma comunidade mais inclusiva.
Com uma programação vasta, o evento contou com uma vasta e diversa programação, que incluiu o curso de extensão sobre gênero e diversidade sexual, além da produção de conteúdos audiovisuais voltados à educação inclusiva e palestras que reuniram lideranças de diferentes áreas, promovendo discussões sobre interseccionalidade,ativismo e direitos LGBTQIAPN+
Um dos pontos altos do evento ficou por conta do Cineclube Ankito, com exibição de filmes que retratam vivências e resistências, seguidos de debates com cineastas e ativistas.
Outro momento muito emblemático foi a Roda de Conversa sobre cotas trans na universidade,destacando conquistas e desafios para ampliar a inclusão no ensino superior.
Para Roberta Cassiano, Coordenadora do Núcleo de Gênero e Diversidade Sexual (NUGEDS) do IFRJ Nilópolis (2018-2024), o evento, iniciado por estudantes do bacharelado em Produção Cultural, visa tornar a Instituição um espaço seguro e acolhedor para todos, abordando questões de gênero e sexualidade. Desde o início, busca combater as violências históricas sofridas pela população LGBTQIAPN+ nos espaços escolares e universitários, que muitas vezes levam ao abandono da formação. "Surgiu antes da institucionalização do Núcleo de Gênero e Diversidade Sexual (NUGEDS), em 2018, e tornou-se um marco no calendário da instituição, com seis edições realizadas até agora. O evento já contou com artistas, ativistas, pesquisadores e profissionais, sempre com o objetivo de promover direitos humanos e inclusão".
A coordenadora diz que hoje o Dia da Visibilidade é mais que um evento, é um projeto de extensão. "Em 2023, além do evento, foram oferecidos dois cursos de extensão, um deles com mais de 400 inscrições, inclusive internacionais. Também estamos desenvolvendo o podcast "As Gays, as Trans e as Sapatão na Luta pela Educação", produzido em parceria com o NUCA e a FEBEF, além do lançamento do e-book "Em Defesa da Educação LGBTQIAPN+", disponível gratuitamente online".
De acordo com Cassiano, esse evento é um espaço de acolhimento e fortalecimento da coletividade, proporcionando relatos de estudantes e servidores que, pela primeira vez, se sentiram compreendidos e não sozinhos em suas experiências. "Seguimos ampliando a ação, reafirmando nosso compromisso social com a inclusão e a igualdade".
Segundo os organizadores os resultados alcançados foram expressivos, com alta adesão dos discentes, feedbacks positivos sobre o conteúdo abordado e fortalecimento das conexões entre estudantes, docentes e a comunidade acadêmica em geral. A repercussão do evento demonstra que, ao estimular debates, desperta-se novos entendimentos e contribui-se para a desmistificação de temas ainda pouco abordados e discutidos no meio acadêmico, na busca da quebra de tabus, do incentivo à inclusão, o respeito à diversidade e a construção de uma sociedade mais justa e igualitária e o sucesso de público demonstra que o trabalho já está surtindo o efeito esperado.
A Capitu, estudante do curso técnico em Química, disse: “Nosso campus é uma escola negra, uma escola de mulheres, uma escola de pessoas trans, e deve continuar sendo assim. Eventos como esse reafirmam a existência e a importância dessas pessoas no ambiente acadêmico e em Nilópolis como um todo, reforçando a diversidade da Baixada Fluminense”.
Já Debrá, estudante de Produção Cultural, disse: “Realizar uma ocupação LGBTQIAPN+ em Nilópolis, com uma programação que aborda todas as lutas LGBTQIAPN+, incluindo o debate sobre cotas para pessoas trans, é extremamente relevante. Ao longo do projeto, construímos um curso de extensão que alcançou mais de 400 inscrições, formando uma turma com mais de 70 pessoas de diferentes partes do país. Esse curso abordou, de forma histórica, as lutas da população LGBTQIAPN+ e os avanços necessários no Brasil. Além disso, estamos produzindo um podcast que trata da educação voltada para a população LGBTQIAPN+, por um edital interno do IFRJ, campus Nilópolis, mostrando que ainda há muito a avançar”.