‘As polacas’ mostra drama real de polonesas judias refugiadas obrigadas a se prostituir no Brasil
Valentina Herszage e Caco Ciocler estrelam longa de João Jardim ambientando em 1917; bonequinho olha
RESUMO
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GERADO EM: 11/12/2024 - 12:52
Filme "As Polacas": Imigrantes judias lutam por dignidade no Rio de Janeiro em 1917
O filme "As Polacas", dirigido por João Jardim e estrelado por Valentina Herszage e Caco Ciocler, retrata a história de uma jovem refugiada judia polonesa que chega ao Rio de Janeiro em 1917. O enredo aborda a vida dessas imigrantes em bordéis, exploradas por traficantes. O filme destaca o embate entre a protagonista e seu dono. A produção também ressalta a diversidade entre as colegas de trabalho e a luta por dignidade. A direção de arte e a fotografia são elogiadas, assim como a representação histórica dessas mulheres pioneiras na busca por direitos.
A adesão a “As polacas” depende de uma premissa básica: aceitar que uma jovem refugiada judia polonesa que desembarca com o filho no Rio de Janeiro em 1917 para encontrar o marido fale um português perfeito (assim como o menino). Rebeca — é esse seu nome — que logo se descobre viúva, integra um tristíssimo comboio de imigrantes que fugiram da fome rumo a uma nova vida e a encontraram em bordéis, como prostitutas, a serviço de “senhores” poloneses e, não raro, traficantes de jovens.
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O tema teve uma prévia em 2020 — “Jovens Polacas” —, com direção de Alex Levy-Heller, ligando gerações. Desta vez, o foco se concentra no embate entre Rebeca e Tzvi, seu dono e, ainda por cima, aliado da polícia. Suas colegas de trabalho revelam diversidade — de aparência, idade, capacidade de adaptação. No elenco, Valentina Herszage (em cartaz em “Ainda estamos aqui”) se esmera na defesa da dignidade; Caco Ciocler, embora bom ator, oferece um caricato Tzvi. Vale destacar Dora Freind, como Deborah, e Clarice Niskier como Fanny, líder da vital Sociedade da Verdade, timidamente exposta, à espera de um aprofundamento. Para quebrar o carioquês, eventuais falas em ídiche.
Na direção, João Jardim enfatiza conflitos pessoais em um Rio da época a partir de dois relatos literários e roteiro final de George Moura. Na produção, destaque para a fotografia de Louise Botkay e direção de arte de Camila Moussallem. Como ponto alto, emocionante painel fotográfico, testemunha dessa legião pioneira de mulheres na luta por direitos, como o de repousar em cemitério de sua religião.
Bonequinho olha.