‘Queer’ transforma 'James Bond' em caricatura de homem gay cheia de clichês; leia a crítica
Boa atuação de Daniel Craig não salva novo filme de Luca Guadagnino, de 'Me chame pelo seu nome'; bonequinho dorme
RESUMO
Sem tempo? Ferramenta de IA resume para você
GERADO EM: 11/12/2024 - 13:01
Crítica: Filme "Queer" transforma James Bond em caricatura gay
O novo filme "Queer" transforma James Bond em uma caricatura de homem gay tarado e drogado, segundo crítico. Dirigido por Luca Guadagnino, o longa recebe críticas mistas por sua abordagem controversa. Daniel Craig interpreta o personagem principal em uma trama que envolve obsessão e choque social. O filme é baseado em livro de William S. Burroughs e é descrito como uma longa viagem de clichês sobre perversão e psicodelia.
Provavelmente a estratégia de marketing vai dar certo e levar muita gente ao cinema. É difícil, no entanto, ver alguma faísca a mais em “Queer” além da proposta de não só tirar James Bond do armário, mas de transformá-lo numa caricatura do homem gay “tarado” e “drogado”.
- Bonequinho aplaude: premiado em Berlim, ‘Dying - A última sinfonia’ é ‘retrato multifacetado’ de família disfuncional
- 'Sunset Rio Instrumental': oficinas gratuitas e shows de grandes nomes da MPB a R$ 20
O longa-metragem é dirigido pelo italiano Luca Guadagnino (do ótimo “Me chame pelo seu nome”) e tem Daniel Craig como o personagem Lee. Nos cinco filmes que fez como 007, Craig usava terno preto com nó de gravata perfeito; bebia vodca martini (“batida, não mexida”); e tinha cenas amorosas com lindas Bond girls. Em “Queer”, ele veste terno branco sem gravata; bebe, cheira ou injeta o que estiver pela frente; e tem sequências sensuais com jovens rapazes na cidade do México. A trama se desenvolve a partir da obsessão de Lee por um desses (Allerton, interpretado por Drew Starkey).
Com uma boa atuação e consciente do choque que sua imagem traz ao projeto, Craig dá um tom mais contemporâneo para uma história pensada para um contexto social bem diferente. O filme é baseado no livro homônimo do americano William S. Burroughs, que o escreveu no pós-guerra da década de 1950, mas o lançou apenas em 1985. É o tipo de enredo que era recebido como provocador em épocas passadas, mas que hoje é encarado como clichê.
E “Queer” não passa muito de uma longa viagem de clichês sobre perversão, vícios e psicodelia. Com direito até a uma uma onda de ayahuasca na floresta que dura uma eternidade.
Bonequinho dorme.