Oposição da Venezuela convoca ato pela libertação de presos políticos, e Maduro ironiza: 'gente tóxica'
Manifestações foram realizadas também no exterior, em cidades como Bogotá, Buenos Aires e Tóquio
RESUMO
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GERADO EM: 01/12/2024 - 20:17
"Protestos da oposição venezuelana por libertação de presos políticos"
A oposição venezuelana protesta pela libertação de presos políticos, com manifestações em várias cidades do mundo. Maduro critica ironicamente os manifestantes, enquanto a líder da oposição pede intervenção do Tribunal Penal Internacional. A Venezuela vive tensões pós-eleitorais, com acusações de fraude e repressão.
Dezenas de opositores venezuelanos se manifestaram neste domingo pela liberdade dos presos políticos no país, a maioria detidos durante os protestos que eclodiram após a questionada reeleição do presidente Nicolás Maduro — mais de 1,9 mil detidos, incluindo 42 menores de idade, segundo a ONG Foro Penal. O protesto foi convocado pela líder da oposição María Corina Machado, que não participou do comício por estar escondida das autoridades, e teve adesão em várias cidades do mundo, como Bogotá, Buenos Aires, Washington, Madrid e Tóquio.
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Ao convocar o protesto, María Corina também pediu ao Tribunal Penal Internacional (TPI) que já investiga crimes contra a Humanidade no país, que pressione pela libertação dos detidos. Maduro, que participou de um evento "pela defesa do Natal", ironizou a manifestação
— Estou cansada de viver em um país com tanta ditadura, quero ter liberdade — disse uma manifestante que pediu para não revelar o nome, por medo de acabar na prisão. Ela mora no bairro 23 de janeiro, um reduto chavista controlado por grupos ligados ao governo.
Muitos dos manifestantes utilizaram batom vermelho, símbolo para representar o sangue dos mortos nas manifestações pós-eleitorais — algo que mereceu menção do presidente em seu ato paralelo.
— Gente tóxica pinta a boca de vermelho em vez de sair para festejar. Temos que pintar a boca de vermelho? A única coisa que temos bem pintado de vermelho é o coração bolivariano e chavista — disse Maduro. — Dezembro começou em paz e deve continuar assim.
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Maduro foi declarado reeleito pela autoridade eleitoral após a votação realizada em 28 de julho, para um terceiro mandato consecutivo de seis anos. A oposição liderada por María Corina o acusa de fraudar as eleições, e apontam Edmundo González Urrutia como real vencedor. A proclamação do resultado pela autoridade eleitoral provocou manifestações, que deixaram 28 mortos e quase 200 feridos.
Maduro já é alvo de uma investigação do TPI pela repressão aos protestos antigovernamentais em 2017, que deixaram 125 mortos. Apesar disso, neste domingo, ele descreveu a Venezuela “como o país da alegria”.
— Senhora tóxica — disse ele em referência a María Corina. — Se você não consegue parar de odiar e deixar a Venezuela em paz para que ela possa continuar seu caminho de recuperação e prosperidade, pelo menos não faça mal. Basta!
Os seguidores do chavismo usaram chapéus de papai-noel e a primeira-dama, Cilia Flores, usou um suéter com a imagem de uma rena, parte do simbolismo do Natal americano. No meio da crise após a sua reeleição questionada, Maduro decretou em setembro que o Natal seria antecipado para 1º de outubro.
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