Segurança Pública
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Por O Globo — Rio

RESUMO

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GERADO EM: 28/06/2024 - 15:43

PM réu celebra mortes em vídeo

PM réu do 'Massacre de Paraisópolis' celebra mortes em operações em vídeo com youtuber. Justiça apura conduta do policial militar. Doze PMs são réus por homicídio, mas respondem em liberdade. Famílias das vítimas foram indenizadas.

O policial militar Gabriel Luís de Oliveira que disse a um youtuber americano que celebra mortes em operações é um dos réus do caso conhecido como "Massacre de Paraisópolis", no qual nove jovens de 14 a 23 anos foram mortos. O trecho foi retirado do vídeo original.

— Quando a gente mata um bandido, a gente celebra com cigarro e cerveja — afirmou Oliveira ao youtuber americano Gen Kimura.

Nesta sexta-feira, a Justiça de São Paulo realiza uma audiência de instrução no Fórum Criminal da Barra Funda, zona oeste da cidade, 22 testemunhas de defesa. Ao final, será marcada nova data para continuação da audiência.

Procurada, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que o Comando da Polícia Militar determinou a apuração de todas as movimentações e ocorrências relacionadas ao policial.

"As investigações ficarão a cargo da Corregedoria da instituição. A Polícia Militar é uma instituição legalista e não compactua com desvios de conduta de seus agentes. Comprovada qualquer irregularidade, os envolvidos serão responsabilizados nos termos da lei", afirmou, em nota.

Gen Kimura acompanhou policiais militares de São Paulo numa viatura, em operações e também em treinamentos.

Nas imagens que já ultrapassam mais de 1,5 milhão de visualizações, os policiais também mostram o local onde são guardados armamentos da PM. Kimura passou o dia com oficiais e participou de operações em três comunidades na zona norte de São Paulo.

Na descrição do vídeo, o americano afirma que a produção serve para "abordar temas controversos" e que o canal "não endossa ou apoia qualquer forma de discurso de ódio, discriminação ou violência".

Paraisópolis

Doze PMs são réus por homicídio por dolo eventual das vítimas (por terem assumido o risco de matá-las quando as encurralaram num beco em Paraisópolis). Um 13º agente que era acusado de expor pessoas a perigo ao soltar explosivos nelas (quando estavam sem saída) foi beneficiado por medida prevista em lei e teve o processo suspenso por dois anos se cumprir algumas medidas impostas pela Justiça. Todos os acusados respondem aos crimes em liberdade.

O processo do homicídio apura as responsabilidades dos PMs pelas mortes das vítimas. Na primeira audiência, em julho do ano passado, foram ouvidas nove testemunhas de acusação e uma comum às partes.

A audiência de instrução é uma etapa do processo que serve para a Justiça decidir se há elementos suficientes de que os réus cometeram algum crime. Se confirmado, o juiz levará os acusados a júri popular e marcará uma data para o julgamento.

Segundo a Defensoria, as famílias das vítimas já foram indenizadas pelos assassinatos cometidos pelos PMs. Os pagamentos ocorreram em 2021 por determinação do governo de São Paulo após representação do órgão.

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