Dia do Pampa: Brasil perdeu 28% da vegetação nativa no bioma nos últimos 39 anos, aponta MapBiomas
Levantamento mostra que foram suprimidos 3,3 milhões de hectares entre 1985 e 2023, o que foi impulsionado pela expansão do cultivo da soja
RESUMO
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GERADO EM: 17/12/2024 - 18:14
Desmatamento no Pampa: Preocupações Ambientais em Ascensão.
Brasil perdeu 28% da vegetação nativa do Pampa em 39 anos, destaca MapBiomas. Desmatamento impulsionado por soja e silvicultura. Campos, ecossistema afetado, aumenta preocupações ambientais futuras.
Localizada no Rio Grande do Sul, a porção brasileira do Pampa perdeu 28% da vegetação nativa entre 1985 e 2023. É o que mostra um levantamento do MapBiomas divulgado nesta terça-feira, no dia nacional de celebração do bioma. A pesquisa, que monitora o uso e a cobertura da terra na região pampeana também na Argentina e Uruguai, aponta que a maior taxa de perda de biodiversidade na comparação entre os três países no período de 39 anos ocorreu no Brasil.
O MapBiomas ressalta que, proporcionalmente ao tamanho do território, o Pampa foi o bioma brasileiro que mais perdeu vegetação nativa desde 1985.
Em números absolutos, foram perdidos 3,3 milhões de hectares de vegetação nativa, o equivalente a 66 vezes a área do município de Porto Alegre. A conversão foi impulsionada, principalmente, pela expansão do cultivo de soja e pelo crescimento da silvicultura.
A vegetação mais afetada pelo desmatamento no período foram os campos — vegetação típica do bioma, que é formada por espécies de gramíneas e ervas.
Os pesquisadores destacam que a conversão dos campos pelo homem, quando em excesso, causa prejuízos ambientais como a extinção local de espécies e o comprometimento de serviços ecossistêmicos, como controle de erosão e regulação do ciclo da água.
— Nos últimos dez anos, a perda da vegetação campestre no Brasil tem inclusive aumentado, configurando um cenário ambiental e uma tendência para os próximos anos muito preocupante — afirma Eduardo Vélez, pesquisador do MapBiomas Brasil.