“Tínhamos uma ideia de fazer uma série sobre trabalho escravo, mas acabamos descobrindo prostituição infantil”. Acompanhado do produtor Francisco Regueira e do repórter-cinematográfico Alberto Fernandez, o repórter Paulo Renato Soares viajou ao Pará para apurar uma denúncia sobre crianças que eram exploradas sexualmente, com o consentimento das mães.
A série Meninas do Brasil flagrou aliciadores que faziam a ponte entre homens interessados em sexo com menores e famílias dispostas a vende-las, no pequeno município de Portrel. O trabalho foi resultado de uma parceria entre Jornal da Globo e Fantástico, que se estendeu por cinco meses de investigação. Foi exibido primeiro no Fantástico, no dia 31 de maio de 2009, em uma reportagem de 14 minutos. E no Jornal da Globo, em duas partes nos dias seguintes, contando com uma nova edição, outras cenas e informações.
Em depoimento ao Memória Globo, Paulo Renato lembra: “Foi um trabalho difícil. O Chico descobriu que era possível comprar uma adolescente na Ilha do Marajó. Falamos com igreja, ONGs, Ministério Público e juízes, e a gente chegou lá até aquele lugar. Consegui localizar o aliciador, o entrevistei, falei com a mãe da menina mais uma vez e montamos a reportagem”. A reportagem foi exibida em 14 minutos no Fantástico e foi transformada em série para o Jornal da Globo. Naquele ano, Meninas do Brasil venceu o Prêmio Tim Lopes de Jornalismo Investigativo.
Estreia da série “Meninas do Brasil” com reportagem de Paulo Renato Soares sobre a exploração sexual de meninas menores de idade no Brasil, Jornal da Globo, 01/06/2009.