Iolanda e Raimundo: uma relação delicada
Quase todos os operários da Fundição Hauser moram em um cortiço na Lapa, com influências italianas e nordestinas. Vivem felizes apesar da falta de dinheiro. Amélia (Bianca Bin) mora em um dos cômodos com Raimundo Fonseca (Domingos Montagner), conhecido como Mundo, e o padrinho, Apolônio (Luis Gustavo). A família divide o espaço com Iolanda (Carolina Dieckmann), o pai dela, Venceslau (Reginaldo Faria), Toni (Thiago Lacerda) e sua mulher, Gaia (Ana Cecília Costa).
Operário na Fundição Hauser, Mundo é idealista e justo. Um dos líderes da causa operária, ele sonha com um Brasil com menos desigualdade social. É irmão de Amélia (Bianca Bin) e a defende com unhas e dentes. Apaixonado por Iolanda, Mundo resiste à ideia de casar com Iolanda por temer que a vida em família atrapalhe sua luta. Já Iolanda sonha com o matrimônio. Secretária de Ernest Hauser (José de Abreu) na fábrica, a moça também desperta a paixão de seu patrão.
Iolanda e Mundo vão passar por muitos percalços para viver esse amor. O primeiro deles acontece logo após a secretária aceitar o pedido de Ernest para acompanhá-lo durante um suposto jantar de negócios. O líder operário desconfia do convite e vai tirar satisfações com o patrão na mansão. Mundo é preso por agredir fisicamente o milionário, que não esconde suas verdadeiras intenções por Iolanda. A moça, então, pede demissão da fábrica e Ernest acaba retirando a queixa na delegacia. A intenção do empresário é conquistar a confiança do filho Franz (Bruno Gagliasso), já que Mundo é cunhado de seu herdeiro.
O dono da Fundição Hauser não desiste de ter sua ex-secretária como esposa e trama de novo contra Mundo. Ernest anuncia que vai aumentar a carga horária de seus funcionários. Liderados por Mundo, os operários protestam no escritório do milionário. Numa ação combinada com o próprio empresário, Benito (Anthero Montenegro) atira em Ernest. Mundo leva a culpa da tentativa de homicídio e os trabalhadores são perseguidos. O líder operário é preso e passa dez anos na cadeia.
Cena em que Iolanda (Carolina Dieckmann) se casa com Ernest (José de Abreu), contra a sua vontade.
Iolanda é obrigada a se casar com Ernest por causa de seu pai. Venceslau aposta a casa e a filha em um jogo de cartas com o empresário, e perde tudo. Em seguida, o contador da Fundição Hauser sofre um infarto e precisa de atendimento médico especializado. Para conseguir dinheiro e pagar as despesas do hospital, a moça se casa com o milionário.
Mundo fica atordoado com a notícia do casamento, mas os dois acabam se rendendo a paixão. Iolanda promete ao líder operário que vai abandonar Ernest. Ao sair da penitenciária, Mundo se aproxima de sua vizinha, a vedete Dália (Tania Khalill). Mas, mesmo casada, Iolanda e o operário acabam se entendendo. O casal tenta escapar, mas é flagrado pelo empresário, que impede a fuga. A ex-secretária descobre que está grávida. Ernest fica furioso ao saber que o filho não é seu, mas não diz nada a Iolanda.
O empresário vai conspirar, pela terceira vez, contra Mundo, que ingressa na vida política. Com a ajuda de Manfred (Carmo Dalla Vecchia), ele contrata capangas para matar Mundo. Apesar de ficar ferido gravemente, o plano da dupla não dá certo. Iolanda passa mal, perde o bebê e decide contar para Mundo que ele era o pai da criança. Ele não perdoa a omissão da amada e eles se afastam. O tempo passa e Iolanda o ajuda a desmascarar Ernest. Mundo é eleito deputado federal, Iolanda abandona Ernest e volta para os braços do antigo namorado.
Ernest não consegue aceitar a situação e, influenciado por Dália, denuncia o casal que acaba preso por adultério. Os dois são liberados após pagarem fiança, mas a moça é processada e absolvida. Após conseguir o desquite, Iolanda e Mundo se casam. Ela descobre que não pode mais ter filhos e o casal adota um bebê. Juntos, participam de todos os acontecimentos políticos do Brasil do século 20.
O cabaré Pacheco Leão
Reinam plumas, paetês e diversão no Cabaré Pacheco Leão, comandado por Arlindo (Marcos Caruso) e sua esposa, Miquelina (Rosi Campos). O lugar é ponto de encontro de quem gosta de música e dança de qualidade. Na primeira fase da trama, nos anos 30, a estrela da vez é a vedete Lola Gardel (Letícia Spiller) que, apesar da beleza e do rebolado, é considerada meio ultrapassada. Os anos 40 trazem uma novidade chamada Aurora Lincoln (Mariana Ximenes), recém-chegada de Paris com seu partner Joel (Marcelo Médici).
As vedetes moram na pensão de dona Conceição (Cláudia Missura), uma mulher engraçada e avarenta. Dália (Tania Khalil), Cristina (Giovanna Ewbank), Matilde (Fabiula Nascimento), Serena (Simone Gutierrez), Elisa (Guta Ruiz) e Zilda (Aninha Lima) sofrem com suas mesquinharias. Dona Conceição tem uma ajudante, sua sobrinha Creontina (Luana Martau), uma divertida moça do interior.
Lola é uma dançarina veterana e tem um caso antigo com Manfred (Carmo Dalla Vecchia). Ela ama o vilão, colabora com as suas armações, mas é sempre humilhada por ele. O segredo – e também o maior arrependimento de sua vida- é ter dado a Manfred o paradeiro dos operários que foram presos pela polícia após a suposta tentativa de assassinato de Ernest Hauser (José de Abreu). Famosa entre os rapazes, Lola passa a ser cortejada pelo operário Fabrício (Ricardo Pereira). Ela aceita os convites do rapaz, os dois começam a namorar até que Fabrício descobre que Lola ajudou Manfred a entregar seus colegas de trabalho e termina o relacionamento com a artista.
Lola ainda tem outro problema em sua vida: Aurora. Após fazer sucesso em Paris, a vedete brasileira chega da França e vai atrás de Décio (Miguel Rômulo), antigo namorado que lhe deu um calote. Logo, ela é convidada a trabalhar no Cabaré Pacheco Leão. Lola fica enciumada com a presença da artista e as duas se tornam rivais. Aurora é ousada e protagoniza um dos espetáculos mais audaciosos da casa. Apresenta Fever em sua estreia com direito a balanço, dança em cima da mesa, banho de taças de champagne e labaredas no palco.
Cena em que Aurora Lincoln (Mariana Ximenes) se apresenta, pela primeira vez, no Cabaré Pacheco Leão.
Aurora se envolve com Manfred, antigo caso de Lola, e a rivalidade entre as duas piora. O relacionamento não dura muito. A vedete se apaixona por Davi (Leandro Lima), um ex-pracinha que perdeu o movimento das pernas. A moça incentiva o rapaz a fazer fisioterapia e ele volta a andar. Os dois se casam, mas o relacionamento acaba logo. Davi descobre que a dançarina arrumou seu emprego de gerente-geral do clube por meio de Décio. Além disso, paga seu salário.
Aurora se envolve com Fabrício e Lola com Davi. As duas descobrem que estão grávidas de seus antigos parceiros e entram em trabalho de parto ao mesmo tempo. Ambas se esbarram no hospital e trocam farpas. Após o nascimento dos filhos, as vedetes voltam a se acertar com seus companheiros do passado e selam a paz entre elas. Aurora continua como vedete do cabaré, mas, após do terceiro filho, abandona tudo para cuidar da família ao lado de Davi. Os dois têm cinco filhos. Lola vai com Fabrício e os filhos para Portugal, onde ele se exila depois do golpe de 1964.
Triângulo amoroso
Toni (Thiago Lacerda), que é descendente de italianos, trabalha na Fundição Hauser e mora no cortiço com Gaia (Ana Cecília Costa) no início da trama. Ele integra o movimento operário com Mundo (Domingos Montagner) e é apaixonado pela namorada. Gaia é uma mulher forte, determinada, destemida, e uma das melhores amigas de Amélia (Bianca Bin). Os dois se casam e ela fica grávida de um menino.
Durante um protesto dos operários no escritório de Ernest Hauser (José de Abreu) contra o aumento da carga horária de trabalho, o empresário sofre um falso atentado e a polícia passa a perseguir os funcionários da fábrica. Com a ajuda de Amélia, Gaia dá a luz a Giuseppe (Xande Valois) e é presa junto com Toni, a amiga e Mundo, líder operário e irmão de Amélia.
Gaia é deportada para a Lituânia e sofre ao ter o filho retirado ainda bebê de seus braços. O menino, que se chama Giuseppe, é entregue para uma casa de adoção a mando de Ernest. O casal Laura (Claudia Ohana) e Valter (Leopoldo Pacheco) adota a criança, que recebe o nome de Tavinho. O tempo passa e Getúlio Vargas assina o decreto que concede anistia a todos os presos políticos. Amélia, Toni e Mundo são soltos depois de 10 anos.
Toni desiste da luta operária depois de perder a mulher e o filho. Ele acredita que Gaia morreu. O ex-operário se apaixona por Hilda (Luiza Valdetaro) sem saber que ela é uma Hauser.
Cena em que Gaia (Ana Cecília Costa) volta para o Brasil, após anos presa na Lituânia, reencontra seus amigos e afirma para Hilda (Luiza Valdetaro) que lutará para recuperar o amor de Toni (Thiago Lacerda).
Certo dia, Ernest flagra o casal junto e Toni fica chateado com a namorada. Os dois fazem as pazes e Hilda decide fugir da mansão para se casar e investir na carreira de cantora. Juntos, eles adotam Peteleco (João Fernandes).
Os dois vivem felizes até que Toni descobre que Gaia está viva e de volta ao Brasil. A lituana faz questão de comunicar a Hilda que lutará pelo amor de seu ex. Gaia e Toni passam a procurar pelo filho e descobrem que ele vive com Laura. Eles se reaproximam e acabam revivendo o passado. Hilda não perdoa a traição do companheiro e sai de casa. Toni e Gaia se tornam novamente um casal. Hilda investe na carreira artística e faz sucesso como cantora.
Toni sente ciúmes de Hilda ao vê-la acompanhada do cantor Aderbal (Armando Babaioff) e decide reconquistar o amor dela. Gaia descobre que tem uma grave doença e pouco tempo de vida. A lituana procura Hilda e aconselha que ela aceite Toni de volta e o perdoe pela traição. Além disso, pede para a cantora cuidar do pequeno Giuseppe (Xande Valois) como se fosse seu filho. Toni procura por Hilda e eles reatam o relacionamento. Hilda se torna uma das cantoras mais queridas do país. Toni abre uma rede de supermercados chamada Família Baldo e ainda cria a Fundação Gaia de apoio ao trabalhador.
A vingança
Filha de Heitor Zampari (Ísio Ghelman), inimigo e ex-funcionário de Ernest Hauser (José de Abreu), Sílvia Zampari (Nathalia Dill) deseja vingar a morte do pai, que foi acusado injustamente de ter matado a mulher do patrão. A jovem finge ser designer de joias para se infiltrar na fábrica e na poderosa família Hauser. Sílvia é uma mulher solitária que nunca mostra seu verdadeiro caráter para ninguém e vai participar de diversas armações ao lado de Manfred.
Após Amélia (Bianca Bin) pedir a separação a Franz (Bruno Gagliasso), Sílvia se aproxima do jovem. O casal se separa porque Amélia está presa injustamente e Franz acredita que ela tem ligações com o Partido Comunista. Sílvia seduz o rapaz e ele a pede em casamento. A designer tenta destruir a amizade entre Franz e seu irmão Viktor (Rafael Cardoso), mas ela mesma trai seus planos ao se apaixonar por Viktor.
Cena em que Sílvia (Nathalia Dill), diante do túmulo de seu pai, jura se vingar da família Hauser.
O irmão mais novo de Franz quer ser artista plástico e, durante sessões de pintura com Sílvia, não resiste aos encantos da moça. Viktor pede para Sílvia assumi-lo, mas ela resiste. Franz descobre que seu irmão tem um caso com a designer e deixa de falar com Viktor. Sílvia fica grávida e diz que o filho é de Franz, mas Viktor a pressiona e ela garante que o filho é dele. Heitor nasce, Franz perdoa o irmão e fica feliz ao saber que não é o pai da criança. Ernest ameaça lutar pela guarda de Heitor quando descobre que o menino é seu neto.
Sílvia e Viktor fogem com medo de Ernest. Ela conta para o pintor que é filha de Heitor Zampari (Ísio Ghelman). O rapaz fica furioso, mas a perdoa. Após investigações sobre a morte da mãe de Viktor, Sílvia consegue a confissão de Salvador (Élcio Romar), um ex-empregado de Ernest. Segundo ele, Ernest assassinou a esposa. Manfred (Carmo Dalla Vecchia) deseja guardar as provas de Sílvia contra o milionário e sabota o carro da designer. O veículo de Sílvia explode e todos pensam que ela morreu.
Bibiana (Dja Martins) e Eufrásio (José de Araújo) salvam Sílvia, que perde a memória. Manfred se aproveita da situação e manipula as lembranças da moça para que ela culpe Franz pelo acidente. Sílvia depõe contra o irmão de Viktor, mas se recupera e lembra-se de seu passado.
Sílvia e Viktor se casam numa cerimônia íntima na mansão Hauser. Amélia e Franz são padrinhos do noivo. Viktor ganha fama internacional como artista plástico e Sílvia transforma a joalheria numa referência do mercado de joias. O casal tem mais uma filha.
Galeria de fotos TRAMAS PARALELAS
Amor proibido
Discípulo de Ananda (Nelson Xavier), Sonan (Caio Blat) toma como missão procurar onde o mestre escolheu reencarnar. O monge budista tem premonições e segue pistas deixadas pelo líder religioso. Ele acredita que seu mestre reencarnou em uma criança no Rio de Janeiro. Ao lado de seus amigos, os monges Tempa (Ângelo Antônio) e Jampa (Fabio Yoshihara), Sonan viaja para o Brasil. Os três acabam na pensão de dona Conceição (Cláudia Missura), onde também moram as vedetes do Cabaré Pacheco Leão.
Cena em que Sonan (Caio Blat) interrompe o casamento de Matilde (Fabiula Nascimento) com Dr. Rubens (Marcos Damigo) e revela que abandonou o monastério para ficar com a moça.
Uma delas é Matilde (Fabiula Nascimento), moça de origem humilde que foi tentar carreira de artista no Rio de Janeiro. Ela é bondosa e gosta de ajudar os outros. Isso faz com que Sonan se aproxime dela. A relação entre os dois leva Matilde a se apaixonar pelo monge. Ela tenta lidar com a impossibilidade de concretizar seu amor, mas não consegue. A paixão fala mais alto e os dois acabam se beijando. Sonan resiste. O monge decide voltar para o Himalaia. Matilde fica triste e pede perdão ao religioso pelo amor que sente por ele. A vedete aceita o pedido de noivado de Dr. Rubens (Marcos Damigo) para esquecer Sonan. Essa atitude faz com que o monge desistade seu retiro espiritual e abandone o monastério para ficar com Matilde. Ele escreve uma carta para a vedete declarando o seu amor por ela, mas a confissão é interceptada por Serena (Simone Gutierrez), a melhor amiga da dançarina.
O tempo passa e a vedete está prestes a se casar com Dr. Rubens. O monge retorna para o Brasil e, com a ajuda de Pérola (Mel Maia), toma conhecimento do casamento de Matilde. Na data do matrimônio, ele interrompe a cerimônia e confessa que entregou seus votos para se casar com a artista. Os dois ficam juntos e têm um filho: Francisco. Ao lado dos amigos Tempa e Jampa, Sonan funda o primeiro templo budista no Brasil. Francisco, filho do casal, se torna um cientista.