Por Memória Globo

Alex Carvalho/Globo

Produção

As gravações de 'Amor Eterno Amor' começaram em Carrancas, interior de Minas Gerais. Não houve muitas intervenções nas locações para que fossem preservadas as características originais do local.

Bastidor de gravação da novela 'Amor Eterno Amor', 2012 — Foto: Alex Carvalho/Globo

O trabalho na Ilha de Marajó, no Pará, começou antes mesmo do início das gravações, quando houve uma pré-visita à região para a escolha das locações e pesquisas.

Optou-se por gravar nas cidades de Alter do Chão e Soure, onde havia igarapés, seringais, praias fluviais e lagoas. Na região, a equipe gravou com uma manada de 600 búfalos soltos num campo alagado.

As viagens mobilizaram uma equipe de aproximadamente 100 profissionais, entre diretores, assistentes, produtores e atores.

Foram despachadas uma tonelada e meia de equipamentos para os mais de 20 dias de gravação no Pará. Só o figurino foi responsável por enviar 24 malas com mais de meia tonelada de roupas, usadas por Miriam (Letícia Persiles), Carlos/Rodrigo (Gabriel Braga Nunes), Valéria (Andréia Horta), Fernando (Carmo Dalla Vecchia), Pedro (André Gonçalves), Jacira (Carol Castro), Gracinha (Daniela Fontan), Josué (Raphael Viana), Tobias (Erom Cordeiro), Carmem (Vera Mancini) e Zé da Carmem (Pedro Paulo Rangel).

Figurino e Caracterização

Em 'Amor Eterno Amor', os esmaltes, compondo com o tom do figurino, ganharam importância na criação do visual das personagens. Também se investiu em saias longas, anabelas de salto alto, óculos de sol com armação redonda e shamballas, ou seja, pulseiras coloridas. Um mosaico com cores, tecidos e texturas foi montado para representar nos figurinos as ideias da autora.

Figurino de Cassia Kis em 'Amor Eterno Amor', 2012 — Foto: João Miguel Júnior/Globo

Valéria (Andréia Horta) usava shortinhos, tops, tanto estampados quanto floridos. Era um figurino bem sensual, que exprimia a segurança da personagem. Ela era uma pin-up brasileira. Quando chegou ao Rio de Janeiro, aderiu ao estilo carioca, mas sem abandonar os trejeitos do Pará. A barriguinha de fora e a saia soltinha deram lugar a vestidos, tops e jeans justíssimos. Além disso, a marajoara repicou o cabelo e passou a usar maquiagem mais forte. Já Jacira (Carol Castro), vestia muitas rendas, tricô, crochê, tecidos e texturas mais naturais.

Rogério Gomes (Papinha), Letícia Persiles e Gabriel Braga Nunes durante gravação de 'Amor Eterno Amor', 2012 — Foto: Alex Carvalho/Globo

Em Marajó, Miriam (Letícia Persiles) usava roupas claras, algumas garimpadas em brechós, muitas pulseiras shamballas coloridas e colares com pedrinhas pequenas. As espadrilhas, sapato com o solado revestido de corda, e bolsas grandes em couro cru, também compunham o visual da personagem. Miriam usava cabelo curto e maquiagem em tons neutros.

Melissa (Cassia Kis), grande vilã da trama, usava o que tinha vontade, tanto em termos de cores quanto de texturas, estampas e modelos. Vestia-se de acordo com cada situação: em um dia, podia estar toda brilhosa e, em outro, toda em cinza. Abusava de brilhos, mesmo durante o dia, estampas coloridas, saltos altíssimos e acessórios gigantes. Caneca com sangue escorrendo, óculos extravagantes, capa de celular de coelho, robe, perucas e anel de bruxa estavam entre os acessórios da vilã. Muitos dos itens foram sugeridos e providenciados pela própria atriz. O anel porta-veneno, por exemplo, foi comprado pela atriz, numa loja de itens de bruxaria, em Amsterdã, na Holanda. Já a caneca escorrendo sangue foi comprada por Cassia Kis no The Globe, teatro de Shakespeare, em Londres.

Cassia Kis em 'Amor Eterno' Amor, 2012 — Foto: Alex Carvalho/Globo

Verbena (Ana Lucia Torre) tinha um estilo clássico, bem leve e maternal. Não tinha nada de perua. As roupas eram longas, confortáveis, em tons bem neutros, como branco e cinza claro. Colares de cristal e joias completavam seu figurino.

A personagem Juliana (Marina Ruy Barbosa) era uma jovem antenada com a moda. A proximidade a esse universo se devia ao seu pai, Henrique Petrini (Murilo Grossi), dono da revista feminina Cena Contemporânea, onde ela era estagiária. A jovem usava maquiagem bem colorida e moderna.

Entre os personagens masculinos, Carlos/Rodrigo (Gabriel Braga Nunes) era um homem bem simples e rústico. Para representar o período em que morou na Ilha de Marajó, o figurino do personagem consistia basicamente em camisetas puídas no colarinho e calças jeans surradas. Mesmo após sua mudança para o Rio de Janeiro, ele continuou a se vestir de forma simples, despojada e sem ostentação.

Após se separar de Jáqui (Suzy Rêgo), Kleber (Marcelo Faria) mudou seu visual radicalmente: adotou o estilo surfista e deixou o vestuário de advogado restrito ao escritório. A mudança começou pela barba, que foi embora de vez.

Cenografia e Arte

Foi montado um circo para gravar as cenas em que Carlos/Rodrigo (Caio Manhente/Gabriel Braga Nunes) se apresentava no picadeiro. A estrutura de 330 m² foi coberta por uma lona confeccionada pelo ateliê de costura da Rede Globo. A arquibancada comportava um público de até 300 pessoas. O trabalho da equipe de produção de arte foi minucioso, para levar ao público a sensação de um espetáculo real, com direito a palhaços, malabaristas e o menino domador de feras. Estruturas metálicas, trapézios, carrinho de pipoca e outros objetos cênicos foram concebidos para passarem a imagem de um circo ultrapassado, puído e enferrujado, mas que, mesmo assim, era uma grande atração para o povoado.

Caio Manhente em 'Amor Eterno Amor', 2012 — Foto: Renato Rocha Miranda/Globo

Para a novela, foram construídas duas cidades cenográficas no Projac. Na primeira delas, foi erguido o edifício São Jorge, com 1,2 mil m2. Eram três andares com corredores voltados para uma área de convivência comum. A outra cidade cenográfica abrigou dois importantes cenários: a venda de Carmem (Vera Mancini) e a cabana de Carlos/Rodrigo (Gabriel Braga Nunes).

Os projetos recriaram, em 4,4 mil m2, os ambientes da Ilha de Marajó, com construções de palafitas de madeira, redes e decoração típicas da região.

Para decorar e ambientar a redação da revista feminina Cena Contemporânea, a equipe de produção de arte visitou inúmeras redações de jornais. Criada a marca, foram produzidas capas fictícias da revista, utilizadas como decoração numa das paredes da redação.

Curiosidades

'Amor Eterno Amor' foi a primeira novela da TV Globo a se passar na Ilha de Marajó, no Pará.

A escolha foi uma homenagem à mãe da autora Elizabeth Jhin, que era de Belém e sempre falava muito da região. Além disso, era também uma maneira de levar as pessoas a conhecerem essa parte pouco explorada do país.

Para a gravação da novela, foi utilizada uma câmera que captura em alta definição e em 24 quadros, garantindo qualidade de imagem, com mais profundidade e maior gama de cores.

Alguns atores da novela fizeram aulas de montaria – Andréia Horta, Erom Cordeiro e Raphael Viana – e de dança lundu – Daniela Fontan, Carol Castro, Letícia Persiles, Andréia Horta, Erom Cordeiro e Raphael Viana –, conhecimentos essenciais para as gravações no Pará.

Para escrever a novela, a autora Elizabeth Jhin inspirou-se nas histórias de crianças desaparecidas e na angústia vivida pelos familiares envolvidos nos casos.

Ações Socioeducativas

Verbena (Ana Lucia Torre) compartilhava a dor do desaparecimento do filho com diversas outras mães. Para ajudá-la, ela criou a Central das Crianças Desaparecidas, uma ONG que funcionava dentro da Construtora Prado Borges, empresa que Verbena herdou após morte do marido Augusto (Reginaldo Faria). A organização trabalhava ativamente na busca por crianças.

Ao final de cada capítulo da novela, exibiam-se fotos de crianças desaparecidas. O trabalho trouxe resultado, pois uma menina de 4 anos foi encontrada.

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