Produção
As gravações de 'Amor Eterno Amor' começaram em Carrancas, interior de Minas Gerais. Não houve muitas intervenções nas locações para que fossem preservadas as características originais do local.
O trabalho na Ilha de Marajó, no Pará, começou antes mesmo do início das gravações, quando houve uma pré-visita à região para a escolha das locações e pesquisas.
Optou-se por gravar nas cidades de Alter do Chão e Soure, onde havia igarapés, seringais, praias fluviais e lagoas. Na região, a equipe gravou com uma manada de 600 búfalos soltos num campo alagado.
As viagens mobilizaram uma equipe de aproximadamente 100 profissionais, entre diretores, assistentes, produtores e atores.
Foram despachadas uma tonelada e meia de equipamentos para os mais de 20 dias de gravação no Pará. Só o figurino foi responsável por enviar 24 malas com mais de meia tonelada de roupas, usadas por Miriam (Letícia Persiles), Carlos/Rodrigo (Gabriel Braga Nunes), Valéria (Andréia Horta), Fernando (Carmo Dalla Vecchia), Pedro (André Gonçalves), Jacira (Carol Castro), Gracinha (Daniela Fontan), Josué (Raphael Viana), Tobias (Erom Cordeiro), Carmem (Vera Mancini) e Zé da Carmem (Pedro Paulo Rangel).
Figurino e Caracterização
Em 'Amor Eterno Amor', os esmaltes, compondo com o tom do figurino, ganharam importância na criação do visual das personagens. Também se investiu em saias longas, anabelas de salto alto, óculos de sol com armação redonda e shamballas, ou seja, pulseiras coloridas. Um mosaico com cores, tecidos e texturas foi montado para representar nos figurinos as ideias da autora.
Valéria (Andréia Horta) usava shortinhos, tops, tanto estampados quanto floridos. Era um figurino bem sensual, que exprimia a segurança da personagem. Ela era uma pin-up brasileira. Quando chegou ao Rio de Janeiro, aderiu ao estilo carioca, mas sem abandonar os trejeitos do Pará. A barriguinha de fora e a saia soltinha deram lugar a vestidos, tops e jeans justíssimos. Além disso, a marajoara repicou o cabelo e passou a usar maquiagem mais forte. Já Jacira (Carol Castro), vestia muitas rendas, tricô, crochê, tecidos e texturas mais naturais.
Em Marajó, Miriam (Letícia Persiles) usava roupas claras, algumas garimpadas em brechós, muitas pulseiras shamballas coloridas e colares com pedrinhas pequenas. As espadrilhas, sapato com o solado revestido de corda, e bolsas grandes em couro cru, também compunham o visual da personagem. Miriam usava cabelo curto e maquiagem em tons neutros.
Melissa (Cassia Kis), grande vilã da trama, usava o que tinha vontade, tanto em termos de cores quanto de texturas, estampas e modelos. Vestia-se de acordo com cada situação: em um dia, podia estar toda brilhosa e, em outro, toda em cinza. Abusava de brilhos, mesmo durante o dia, estampas coloridas, saltos altíssimos e acessórios gigantes. Caneca com sangue escorrendo, óculos extravagantes, capa de celular de coelho, robe, perucas e anel de bruxa estavam entre os acessórios da vilã. Muitos dos itens foram sugeridos e providenciados pela própria atriz. O anel porta-veneno, por exemplo, foi comprado pela atriz, numa loja de itens de bruxaria, em Amsterdã, na Holanda. Já a caneca escorrendo sangue foi comprada por Cassia Kis no The Globe, teatro de Shakespeare, em Londres.
Verbena (Ana Lucia Torre) tinha um estilo clássico, bem leve e maternal. Não tinha nada de perua. As roupas eram longas, confortáveis, em tons bem neutros, como branco e cinza claro. Colares de cristal e joias completavam seu figurino.
A personagem Juliana (Marina Ruy Barbosa) era uma jovem antenada com a moda. A proximidade a esse universo se devia ao seu pai, Henrique Petrini (Murilo Grossi), dono da revista feminina Cena Contemporânea, onde ela era estagiária. A jovem usava maquiagem bem colorida e moderna.
Entre os personagens masculinos, Carlos/Rodrigo (Gabriel Braga Nunes) era um homem bem simples e rústico. Para representar o período em que morou na Ilha de Marajó, o figurino do personagem consistia basicamente em camisetas puídas no colarinho e calças jeans surradas. Mesmo após sua mudança para o Rio de Janeiro, ele continuou a se vestir de forma simples, despojada e sem ostentação.
Após se separar de Jáqui (Suzy Rêgo), Kleber (Marcelo Faria) mudou seu visual radicalmente: adotou o estilo surfista e deixou o vestuário de advogado restrito ao escritório. A mudança começou pela barba, que foi embora de vez.
Cenografia e Arte
Foi montado um circo para gravar as cenas em que Carlos/Rodrigo (Caio Manhente/Gabriel Braga Nunes) se apresentava no picadeiro. A estrutura de 330 m² foi coberta por uma lona confeccionada pelo ateliê de costura da Rede Globo. A arquibancada comportava um público de até 300 pessoas. O trabalho da equipe de produção de arte foi minucioso, para levar ao público a sensação de um espetáculo real, com direito a palhaços, malabaristas e o menino domador de feras. Estruturas metálicas, trapézios, carrinho de pipoca e outros objetos cênicos foram concebidos para passarem a imagem de um circo ultrapassado, puído e enferrujado, mas que, mesmo assim, era uma grande atração para o povoado.
Para a novela, foram construídas duas cidades cenográficas no Projac. Na primeira delas, foi erguido o edifício São Jorge, com 1,2 mil m2. Eram três andares com corredores voltados para uma área de convivência comum. A outra cidade cenográfica abrigou dois importantes cenários: a venda de Carmem (Vera Mancini) e a cabana de Carlos/Rodrigo (Gabriel Braga Nunes).
Os projetos recriaram, em 4,4 mil m2, os ambientes da Ilha de Marajó, com construções de palafitas de madeira, redes e decoração típicas da região.
Para decorar e ambientar a redação da revista feminina Cena Contemporânea, a equipe de produção de arte visitou inúmeras redações de jornais. Criada a marca, foram produzidas capas fictícias da revista, utilizadas como decoração numa das paredes da redação.
Curiosidades
'Amor Eterno Amor' foi a primeira novela da TV Globo a se passar na Ilha de Marajó, no Pará.
A escolha foi uma homenagem à mãe da autora Elizabeth Jhin, que era de Belém e sempre falava muito da região. Além disso, era também uma maneira de levar as pessoas a conhecerem essa parte pouco explorada do país.
Para a gravação da novela, foi utilizada uma câmera que captura em alta definição e em 24 quadros, garantindo qualidade de imagem, com mais profundidade e maior gama de cores.
Alguns atores da novela fizeram aulas de montaria – Andréia Horta, Erom Cordeiro e Raphael Viana – e de dança lundu – Daniela Fontan, Carol Castro, Letícia Persiles, Andréia Horta, Erom Cordeiro e Raphael Viana –, conhecimentos essenciais para as gravações no Pará.
Para escrever a novela, a autora Elizabeth Jhin inspirou-se nas histórias de crianças desaparecidas e na angústia vivida pelos familiares envolvidos nos casos.
Ações Socioeducativas
Verbena (Ana Lucia Torre) compartilhava a dor do desaparecimento do filho com diversas outras mães. Para ajudá-la, ela criou a Central das Crianças Desaparecidas, uma ONG que funcionava dentro da Construtora Prado Borges, empresa que Verbena herdou após morte do marido Augusto (Reginaldo Faria). A organização trabalhava ativamente na busca por crianças.
Ao final de cada capítulo da novela, exibiam-se fotos de crianças desaparecidas. O trabalho trouxe resultado, pois uma menina de 4 anos foi encontrada.