Programa de calouros apresentado por José Abelardo Barbosa de Medeiros, o Chacrinha, que estreou como 'A Hora da Buzina'. Passou a chamar-se 'Buzina do Chacrinha' em dezembro de 1970. Era transmitido do auditório da TV Globo em São Paulo, onde era exibido aos sábados. No Rio de Janeiro, era exibido nas noites de domingo, logo após o Casamento na TV (1967), apresentado por Raul Longras. A partir de julho de 1969, passou a ser transmitido depois do Programa Silvio Santos. Além do cenário, havia as dançarinas, conhecidas por Chacretes, que ajudavam a animar ainda mais o programa. No decorrer de 1970, tanto a Buzina do Chacrinha quanto o Programa Silvio Santos enfrentaram a forte concorrência do Programa Flávio Cavalcanti, da TV Tupi, na disputa pela audiência dominical.
Período de exibição: 09/07/1967 a 03/12/1972 | Horário: domingos, às 20h
Curiosidades
CENSURA
No dia 22 de setembro de 1969, A Hora da Buzina foi punido pela Censura Federal com 15 dias de suspensão. Segundo os censores a atração desrespeitou os artigos 12 e 18 do Decreto 61123, de 1° de agosto de 1969, que proibiam alterações em programas já aprovados pela Censura.
FIGURINOS E BORDÕES
O estilo do apresentador Chacrinha, o “Velho Guerreiro”, era inconfundível: para a plateia, jogava bacalhau e outros gêneros alimentícios; aos calouros eliminados, distribuía abacaxis, usando sempre uma buzina para pontuar sua atuação. Apresentava-se sempre fantasiado, com um figurino espalhafatoso que variava de uma baiana estilizada a uma roupa de mulher-maravilha.
Seus bordões eram conhecidos pelo Brasil inteiro. Entre eles, destacam-se: “Terezinha, uh uh!”; e “Roda, roda, roda e avisa!”. Este, inclusive, teria sido inspirado nas instruções que o diretor Régis Cardoso dava aos operadores, durante as gravações da novela Anastácia, a mulher sem destino (1967).
Chacrinha permaneceu na Rede Globo até 1972, quando se transferiu para a TV Tupi. Voltou dez anos depois, em 1982, para apresentar o programa dominical 'Cassino do Chacrinha'.
QUADROS E PERSONAGENS
Diversos quadros e atrações musicais fizeram parte do programa, entre as quais o Trono dos Lançamentos, em que cantores entravam na disputa e eram julgados como os demais calouros. O programa lançou e contribuiu para tornar populares cantores da Jovem Guarda, do Tropicalismo, entre outros.
O júri do programa era formado por diversas personalidades. Entre elas, o sisudo Pedro de Lara e a intempestiva Aracy de Almeida.
Assim como a Discoteca do Chacrinha, a Buzina também ficou conhecida pelos diversos concursos que promovia. Muitos eram inusitados, como o que premiava o penteado mais bonito, a Miss Vovó, ou ainda, o garçom mais simpático, a mais bela comerciária, a empregada doméstica mais bonita do Nordeste, entre outros.
No Concurso das Buzinadas, realizado semanalmente, Chacrinha concedia prêmios a quem acertasse o número de vezes que ele usaria sua buzina durante o programa.
FONTES
BARBOSA, Florinda e RITO, Lúcia. Quem não se comunica se trumbica, Rio de Janeiro, Editora Globo, 1996, p.65-139; MEMÓRIA GLOBO. 'Dicionário da TV Globo, v.1: programas de dramaturgia & entretenimento. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor, 2003'; ESQUENAZI, Rose. No túnel do tempo, um memória afetiva da TV brasileira, Porto Alegre, Artes e Ofícios Editora, 1993, p.37-9; RIXA. Almanaque da TV, Rio de Janeiro, Editora Objetiva, 2000, p.265-6; “Hoje na TV” In: O Globo, 1967/72; ANDRADE, Valério. “Depois da queda” In: Jornal do Brasil, 22/09/1970; “O velho guerreiro contra o dragão da grande chance” In: Jornal do Brasil, 10/10/1970; KUPFER, José Paulo. “O riso mais caro da TV” In: Revista Fatos & Fotos, 5/08/1967; REBOUÇAS, Ana Maria. “Vocês querem bacalhau?” In: Revista Manchete, 05/09/1968; SOUZA, Tárik de. “Entrevista: Chacrinha – ‘Jogo o meu nome numa buzina’” In: Revista Veja, 06/08/1969. |