Pecuária
Por — São Paulo

Com o segundo maior rebanho bovino do país, a pecuária do Pará pode gerar uma receita adicional bilionária se tiver o gado bovino totalmente rastreado. Um estudo da Bain Company e da The Nature Conservancy (TNC) mostra que a rastreabilidade pode ampliar as exportações de carne bovina do Estado, reduzir o mercado informal e aumentar a produtividade.

Leia mais

De acordo com o estudo, a rastreabilidade individual obrigatória pode aumentar o valor da produção pecuária anual no Pará em até US$ 1 bilhão nos próximos três a cinco anos, além de reduzir perdas com eventuais interrupções por questões sanitárias.

“Para chegar a esses valores, analisamos várias alavancas que o setor pode ter, como incentivos fiscais. Nosso trabalho não é só checar o valor que poderia ter, mas quais mecanismos estimulam o produtor a adotar a rastreabilidade”, disse Carlos Libera, sócio da Bain & Company.

Em relação à demanda internacional, a projeção de crescimento no mix de exportação de carne bovina seria da ordem de 4% a 10%. A produção pecuária, por sua vez, avançaria de US$ 115 milhões a aproximadamente US$ 230 milhões.

O estudo estima ainda um aumento de 3% a 8% no preço de venda da arroba do boi, que poderia aumentar o valor da produção de gado no Estado em cerca de US$ 70 milhões a US$ 160 milhões, tendo como base os resultados de 2023.

De acordo com o sócio da Bain, a gestão mais próxima da cadeia produtiva reduz a informalidade e torna os animais mais produtivos, com aumento do índice de prenhez das fêmeas, por exemplo.

“Uma queda de 50% a 80% da parcela de carne vendida para o mercado informal poderia aumentar o valor da produção de gado de US$ 200 milhões a US$ 330 milhões”, estimou.

A produtividade dos bovinos na região, segundo o estudo, pode ser ampliada entre 5% e 10% devido ao melhor manejo do gado rastreado e pode aumentar o valor da produção em US$ 112 milhões a US$ 224 milhões

Rebanho rastreado até 2026

O governo do Pará lançou em setembro deste ano o Sistema de Rastreabilidade Bovídea Individual do Pará (SRBIPA), que pretende identificar individualmente todo rebanho do Estado até o ano de 2026.

Segundo dados da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará), o Estado tem 24,84 milhões de cabeças, segundo maior rebanho do país, distribuídas em cerca de 165,9 mil propriedades rurais.

Enquanto o programa do governo estadual está em desenvolvimento, a maior parte das iniciativas de rastreabilidade existentes no Pará até então são baseadas em dados do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e das Guias de Trânsito Animal (GTAs), e são promovidas pela iniciativa privada.

“Implementar esse programa de rastreabilidade em um Estado como um Pará representa uma oportunidade de trazer valor para o Estado em escala e mostrar para o mundo que é possível produzir sem desmatar na Amazônia”, comentou Melissa Brito, chefe de estratégia de conversão zero de Commodities da TNC.

Mais recente Próxima Frigoríficos devem enfrentar aperto nas margens em 2025
Mais do Globo Rural

Entre as informações solicitadas estão área plantada, sistema de plantio e previsão de colheita

Produtor de soja de Goiás deve cadastrar lavoura até o dia 17 de janeiro

Já os embarques de carne de pato aumentaram 1,3% no último ano

Exportações de carne de peru caíram 8,1% em 2024

Australiano domina três touros e vence pela primeira vez na temporada

Peão brasileiro completa 1.000 montarias de oito segundos na PBR

Café moído teve alta de 40% em 2024 e preço deve subir mais em 2025

O café deve seguir em alta em 2025? Veja o que dizem especialistas

Reajustes nas estimativas de colheita dos EUA e condições climáticas na América do Sul influenciam as cotações dos grãos

Soja, milho e trigo iniciam a semana em alta em Chicago

Foi confirmada a morte de três búfalos pela doença

Febre aftosa coloca Alemanha em alerta

Açúcar opera em baixa, enquanto algodão mostra estabilidade

Café e cacau iniciam semana em alta na bolsa de Nova York

A situação tem gerado interesses divergentes entre produtores

Colheita da mandioca é retomada nas regiões produtoras

Preços continuam registrando comportamentos distintos dentre as regiões

Oferta e qualidade de feijão aumentam no início do ano

Nem o início da colheita da safra verão tem sido suficiente para conter as valorizações

Preço do milho sobe no mercado interno com aquecimento da demanda