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Por GloboEsporte.com — Mogi Mirim, SP


Vadão, ex-técnico da seleção feminina, morre vítima de câncer aos 63 anos

Vadão, ex-técnico da seleção feminina, morre vítima de câncer aos 63 anos

Na semana em que perdeu um dos principais responsáveis pela sua projeção nacional, Oswaldo Alvarez, o Vadão, o Mogi Mirim também vive um outro tipo de luto.

O Sapo do Carrossel Caipira de Vadão e Rivaldo no início da década de 90 agora é um clube que coleciona marcas inglórias como a de quinta-feira, 28 de maio de 2020, quando completará dois anos sem uma partida oficial em meio a uma interminável crise e com o Estádio Vail Chaves penhorado.

A última vez que o Mogi entrou em campo foi em 28 de maio de 2018 para disputar a última rodada da primeira fase da Série C do Brasileiro. Já eliminado, venceu o Prudentópolis por 2 a 1 no Major Levy Sobrinho, em Limeira, já que estava impedido no Vail Chaves, interditado desde aquela época.

Mogi Mirim não disputa um jogo oficial desde maio de 2018 — Foto: Marcelo Gotti / MMEC

O Mogi passou 2019 afundado em problemas extracampo, com uma disputa interminável pelo poder, e ficou sem calendário. Na última divisão do futebol paulista e sem divisão a nível nacional, o clube voltaria à ativa com a participação na Segundona, mas o início da competição foi adiado devido à pandemia do coronavírus. A estreia estava marcada para 19 de abril.

A derrocada do Mogi começou quando o pentacampeão Rivaldo deixou a presidência e passou o comando para Luiz Henrique de Oliveira, em julho de 2015.

De lá para cá, o Sapo acumulou cinco rebaixamentos em menos de três anos:

  • caiu da Série B para a Série C do Brasileiro em 2015;
  • da Série A1 para a Série A2 do Paulista em 2016;
  • da Série A2 para a Série A3 do Paulista e da Série C para a Série D Brasileiro em 2017;
  • e da Série A3 para a Segundona em 2018.

A sequência de vexames ainda esteve acompanhada de alguns W.O em protesto aos salários atrasados.

Rivaldo ao lado de Luiz Henrique de Oliveira — Foto: Marcelo Gotti/ Mogi Mirim

Enquanto tentava formar o elenco a partir de peneiras em que cobrava uma taxa de inscrição ao interessados, o grupo de Luiz Henrique de Oliveira lidava com um impasse sobre a legitimidade de representar o clube.

Luiz Henrique de Oliveira chegou a ser destituído pela assembléia de sócios em 9 de setembro de 2019, mas nunca acatou a decisão. Os sócios, então, elegeram João Bernardi como presidente interino para concluir o mandato de Luiz Henrique até 31 de dezembro.

O registro das atas foi determinado por um juiz em primeira instância, que também ordenou que Luiz Henrique deixasse o clube em 5 dias úteis a partir de uma ação de reintegração de posse que os sócios entraram. Mas uma decisão em segunda instância estabeleceu que o registro das atas aguardasse a conclusão de todo o processo, deixando tudo em aberto.

Paralelo a isso, Luiz Henrique de Oliveira fez uma assembleia e se reelegeu, enquanto o grupo de sócios fez outra, aclamando Celso Semenghini como presidente. Diante do imbróglio na Justiça, o Cartório não aceitou nenhuma das duas atas, o que, judicialmente, deixa o Mogi sem um presidente.

Durante a gestão de Luiz Henrique de Oliveira, o Mogi também passou a sofrer inúmeros processos trabalhistas. São mais de 100 ações que, somadas, dão quase R$ 10 milhões. Os dados fazem parte de um levantamento do jornal O Popular. Como garantia, a Justiça Trabalhista penhorou o Vail Chaves em 14 de agosto de 2019. Desde então, o estádio do Mogi corre o risco de ir a leilão.

Estádio Vail Chaves está penhorado devido a dívidas trabalhistas — Foto: Jefferson Barbosa / EPTV

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