Vadão, ex-técnico da seleção feminina, morre vítima de câncer aos 63 anos
O legado de Oswaldo Alvarez, o Vadão, vai deixá-lo eternizado como um dos principais técnicos da história recente do futebol brasileiro. Ele morreu no início da tarde desta segunda-feira em São Paulo. Aos 63 anos, lutava contra um câncer no intestino e estava internado no Hospital Albert Einstein desde a semana retrasada.
Vadão foi um revolucionário do futebol. No início da década de 90, o então preparador físico assumiu o Mogi Mirim e encantou o Brasil com o lendário Carrossel Caipira, inspirado na Holanda da Copa de 1974. Com Rivaldo, Leto e Válber confundindo adversários, o Mogi lançou Vadão para a galeria dos grandes técnicos.
Além de projetar Rivaldo nacionalmente no Mogi Mirim, ele seria responsável por apresentar a todos outro jogador que se tornaria melhor do mundo: Kaká, que estreou nos profissionais do São Paulo pelas mãos de Vadão na conquista do título do Rio São Paulo de 2001.
Em 2001, revelação Kaká comanda São Paulo na conquista do Torneio Rio-São Paulo
Vadão também fez história no Athletico-PR (campeão da Seletiva da Libertadores em 99) e também passou por Corinthians, Vitória, Bahia, Sport, Goiás, XV de Piracicaba, entre outros.
Mas a principal identificação foi em Campinas, onde, apesar de toda a rivalidade, conseguiu ser unanimidade no Guarani e também na Ponte Preta.
Foram cinco trabalhos no Guarani, com 204 jogos (o terceiro que mais dirigiu o time na história), e quatro na Ponte Preta. Ficou conhecido na cidade como "Mister Dérbi" por não ter perdido nenhum clássico, independentemente do lado.
Pelo Guarani, o mais marcante foi aquele que ficou conhecido como "Dérbi do Século", em 2012, quando as equipes se enfrentaram na semifinal. Ele ainda salvou o Bugre do rebaixamento em 1997, conquistou o acesso à Série A em 2009 e foi vice-campeão paulista de 2012.
Do lado da Ponte, o dérbi histórico foi a quebra do tabu em 2002, quando a Macaca não vencia o rival fazia 15 anos. Em outra passagem, ele chegou a levar a Ponte à liderança do Brasileirão por cinco rodadas em 2005. Por essas campanhas que Vadão tem o reconhecimento das duas torcidas.
Foi também em Campinas, pelo Guarani em 2017, o último trabalho em clube antes de iniciar a segunda passagem pela seleção feminina de futebol.
Mais que títulos e resultados, Vadão conquistou o respeito e a admiração de quem trabalhou com ele durante a carreira. Um reconhecimento que vai muito além das quatro linhas e que é do tamanho do coração de Vadão.
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