Geromel é homenageado pelo Grêmio após jogo: "Gratidão por todos"
O encerramento da temporada do Grêmio ocorreu de maneira melancólica, embora um retrato fiel do ano. O 3 a 0 sofrido para o Corinthians e a atuação abaixo da crítica não eram o cenário que Pedro Geromel merecia para a partida de aposentadoria. Menos mal que os mais de 40 mil gremistas fizeram a festa do tamanho do defensor.
É verdade que o Grêmio pouco tinha a se preocupar no Brasileirão, visto que a vaga na Sul-Americana caiu no colo quase sem esforço, pelos resultados paralelos. Mas o desempenho mostrou que é preciso modificar o trabalho e fazer mudanças para 2025.
Grêmio 0 x 3 Corinthians | melhores momentos | 38ª rodada | Brasileirão 2024
A primeira destas alterações, ainda em dúvida, é a permanência ou não de Renato Portaluppi, que evitou cravar o futuro na entrevista coletiva. O presidente Alberto Guerra também evitou esmiuçar as intenções para a próxima temporada.
O campo grita que é preciso fazer correções no trabalho, mas isso será tratado na manhã desta segunda-feira, em reunião entre o presidente e o técnico. Existe a possibilidade de uma renovação, que só se sustenta pela história de Renato como ídolo. O trabalho em 2024, mesmo com o atenuante das dificuldades pela enchente, foi ruim. A derrota para o Corinthians é mais um exemplo claro disso.
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Renato pode, claro, reverter esse cenário em 2025. Mas parece difícil para uma equipe que tomou três gols com facilidade no domingo e soma mais de 100 gols sofridos nos últimos dois Brasileiros, ambos com o técnico no comando.
A avaliação precisa ir além da enchente. A tragédia trouxe dificuldades imensas para o Grêmio, é verdade. Jogar fora de casa realmente foi um prejuízo pesado para o Tricolor. Toda a justificativa dada por Renato tem validade. No entanto, não explica tudo.
O Grêmio, por exemplo, iniciou a fase de grupos da Conmebol Libertadores com dificuldades e desempenhos fracos. Classificou-se com um esforço tremendo, inclusive jogando fora da Arena. As eliminações nas oitavas de Copa do Brasil e no torneio continental ocorreram no detalhe, nos pênaltis. O que significa que, com um pouco mais de organização e ajustes, poderia ter avançado.
As derrotas dentro da Arena precisam ser lembradas. Os jogos com o Corinthians e Atlético-MG, por exemplo, mostraram fragilidade. Contra o Galo, o Grêmio ainda foi muito bem mesmo com um jogador a menos, mas sucumbiu no segundo tempo e levou a virada após abrir 2 a 0 no placar. O empate com o Juventude, sendo dominado em casa, é outro exemplo.
Geromel merecia um melhor cenário para a bonita despedida. Os mais de 42 mil gremistas ovacionaram o ídolo, que ao menos não se furtou de celebrar a carreira vitoriosa mesmo com o pênalti cometido em Yuri Alberto. Todas as homenagens são válidas, afinal, o capitão se destacou entre os zagueiros do clube mesmo aos 39 anos. A ponto de se lamentar a opção pela aposentadoria.
A tentativa de Renato com Diego Costa e Braithwaite outra vez não funcionou. A dupla pouco se encontrou em campo, e o time melhorou minimamente no segundo tempo, com a presença de Cristaldo no meio-campo, embora nada de excepcional.
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Esse é outro fator que mostra uma fragilidade do trabalho. Inúmeros jogadores com reconhecida qualidade individual, inclusive que já haviam mostrado no próprio Grêmio, não conseguiram render em 2024. Coletivamente, o time mostra dificuldades e concede espaços a todos os adversários. Todo rival consegue entrar na área e finalizar em abundância no gol gremista.
Tantos problemas expõem a realidade gremista de 2024. Resta saber qual serão as ações do Grêmio para resolvê-los.
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