Dia do Goleiro: Resende foge do padrão e tem clube rodeado de ex-goleiros trabalhando nos bastidores

Os profissionais estão espalhados em cargos administrativos e na comissão técnica. Um clube rodeado de goleiros em todo seu ecossistema não é muito comum e foge do padrão do futebol brasileiro.

Não à toa, entre tantos ex-jogadores que se tornaram técnicos, Rogério Ceni é o único ex-goleiro que trabalha na Série A do Brasileirão, treinando o Bahia. Emerson Leão, ídolo do Palmeiras como jogador, é outro exemplo que teve sucesso e foi campeão brasileiro pelo Santos em 2002.

Na região Sul Fluminense, no interior do Rio, Wilson Leite é a maior referência. Ele foi goleiro do Volta Redonda nos anos 80 e se tornou treinador, tendo conquistado o título da segunda divisão Carioca pelo Barra Mansa em 2014. Hoje, integra a comissão técnica do Voltaço.

De acordo com o diretor-executivo do Resende, Eduardo Gomes, os goleiros têm uma visão macro e são rápidos e resolutivos, qualidades que agora podem ser exploradas fora de campo.

Entre os ex-goleiros que trabalham no clube, o mais conhecido é o Arthur, que está eternizado na memória do torcedor alvinegro por marcar o gol do título da Copa Rio 2014. Hoje, ele exerce a função de auxiliar-técnico.

— Tive momentos marcantes como goleiro, mas estrear no Carioca, em 2010, e ganhar o primeiro título na Copa Rio de 2014, pelo Resende, são momentos que falo deles com brilho nos olhos. Hoje, estando do outro lado, fazendo parte de uma comissão, tenho um olhar mais global, de como funciona tudo que envolve o futebol em si. E tenho a certeza que a união da comissão, de toda equipe, é fundamental e importante para colher bons resultados - disse Arhur.

A lista é grande e conta até com jogadores com passagem pelo maior rival: Gatti, revelado pelo Cruzeiro, jogou no Volta Redonda entre 2013 e 2014; e Lugão, que apesar de ter encerrado a carreira no Resende, teve mais sucesso atuando pelo rival, onde foi vice-campeão carioca em 2005 e acabou se transferindo para o Fluminense.

— Em um jogo nas categorias de base, o goleiro da equipe faltou e eu fui pro gol. Ali, foi o meu momento, e, neste dia, nós vencemos e me saí bem. Gostei do desafio e segui na carreira. Quando decidi me envolver em outras áreas no futebol, resolvi me capacitar, busquei por cursos, e agarrei a oportunidade que o clube me ofereceu - contou Lugão, supervisor administrativo do Resende.