TIMES

Por Matheus Aquino e Pedro Alves — João Pessoa


Para a cultura brasileira, o futebol é mais do que uma paixão que corre nas veias; ele flui como um forte sentimento de amor, estabelecendo uma conexão única entre clube e torcedor que se assemelha a um matrimônio. Como em qualquer relacionamento, apelidos entre os cônjuges são criados. E em equipes, uma rica lista de alcunhas confere a identidade de cada time.

Com isso em mente, o ge preparou um cardápio com alguns dos mais curiosos e diferentes apelidos que adornam os times brasileiros.

Torcida do Brasil de Pelotas — Foto: Tiago Winter/GEB

Centro-Oeste

Distrito Federal

Nessa unidade federativa do Centro-Oeste brasileiro, encontramos alcunhas que refletem a característica de vanguarda de sua principal cidade, que é Brasília.

Alguns clubes, por exemplo, chamam bastante atenção pelas suas alcunhas, como o Legião FC, que é o Time do Roqueiros, em homenagem a banda Legião Urbana, ou o Samambaia, que é de um bairro humilde da capital federal e é chamado de Primo Pobre.

  • Legião Futebol Clube (Brasília) — Time do Roqueiros
  • Samambaia (Brasília) — Primo Pobre
  • Canaã EC (Brasília) — Vento Forte do Cerrado
  • Formosa Esporte (Brasília) — Forasteiro Atrevido

Terra da agropecuária e sua rica diversidade ecológica, Goiás também reserva uma mistura curiosa de alcunhas, desde o Dragão, do tradicional Atlético-GO, até a Xata, da Anapolina. Outros clubes também detém apelidos peculiares, como o Santa Helena, que é o Fantasma do Sudoeste, e o Trindade, que carrega consigo o apelido de Tacão.

  • Atlético-GO (Goiânia) — Dragão
  • Anapolina (Anapolina) — Xata
  • Goiás (Goiânia) — Esmeraldino
  • Santa Helena EC (Santa Helena de Goiás) — Fantasma do Sudoeste
  • Trindade AC (Trindade) — Tacão

Atlético-GO 82 anos, CT do Dragão, Urias Magalhães — Foto: Paulo Marcos

Mato Grosso

A rica fauna mato-grossense também inspira as alcunhas dos clubes do Mato Grosso. Tradicional time de futebol do estado, o Operário-VG detém um apelido um tanto quanto peculiar: o Chicote da Fronteira. Assim como o Poconé, que ostenta o apelido de Puro Sangue Pantaneiro.

  • Cuiabá (Cuiabá) — Dourado
  • Operário-VG (Várzea Grande) — Chicote da Fronteira
  • Poconé (Poconé) — Puro Sangue Pantaneiro

Mato Grosso do Sul

Com enorme biodiversidade e a maior planície alagável de todo o mundo, o Mato Grosso do Sul também reserva algumas alcunhas peculiares, como o do Coxim, que é o Jaús Furiosos, e o do Sete de Dourados, que embora já esteja em seu nome, é o Sete.

  • Coxim (Coxim) — Jaús Furiosos
  • Sete de Dourados (Dourados) — Sete

Sete de Dourados em ação, no Douradão, em 2018 — Foto: Noé Farias/Arquivo Pessoal

Sudeste

Espírito Santo

Um pouco diferente dos clubes do Centro-Oeste, os times capixabas estão mais ao lado das alcunhas amigáveis. O Real Noroeste, que enfileirou títulos estaduais nos últimos anos, é o Merengue Capixaba.

Já a Desportiva Ferroviária, de Cariacica, é conhecida como o Time que sabe fazer amigos, enquanto o Rio Branco de Venda Nova é o Brancão Polenteiro.

  • Desportiva Ferroviária (Cariacica) — Time que sabe fazer amigos
  • Real Noroeste (Águia Branca) — Merengue Capixaba
  • Rio Branco (Vitória) — Capa-Preta
  • Rio Branco de Venda Nova (Venda Nova do Imigrante) — Brancão Polenteiro
  • Tupy (Vila Velha) — Índio Canela Verde

Minas Gerais

Terra dos grandes Atlético-MG e Cruzeiro, Minas Gerais tem uma variedade folclórica e até mesmo enigmática de alcunhas. Com teor de determinação, a Caldense carrega consigo o alegre Arriba Caldense. A Ituiutabana é a Véia, o Nacional é conhecido no estado como o Time do Sapato, e o Tupynambás é o Caça Fantasma.

  • Caldense (Poços de Caldas) — Arriba Caldense
  • Ituiutabana (Ituiutaba) — Véia
  • Nacional (Uberaba) — Time do Sapato
  • Tupynambás (Juiz de Fora) — Caça Fantasma

Camisa retrô da Caldense — Foto: Renan Muniz/Caldense

Rio de Janeiro

Território de quatro dos principais clubes do futebol brasileiro, as agremiações do Rio de Janeiro reservam alguns apelidos mais simples. Maior campeão do estado, o Flamengo é carinhosamente chamado de Mengão, enquanto que seu rival Fluminense é apelidado de Pó de Arroz.

Já o Vasco carrega orgulhosamente o título de Gigante da Colina, que é um símbolo fundamental de sua importância histórica.

  • Flamengo (Rio de Janeiro) — Mengão
  • Vasco (Rio de Janeiro) — Gigante da Colina

Pó de arroz em jogo do Fluminense em 2017 — Foto: André Durão

Estado recheado de clubes, São Paulo detém uma diversidade de alcunhas diferentes e peculiares. Um dos mais icônicos é o apelido do Água Santa, que é o Netuno. O Francana é a Feiticeira, o Grêmio Catanduvense é a Bruxa, e o tradicional Juventus-SP é conhecido como o Moleque Travesso. Assim, evidenciando a variedade de alcunhas presentes em território paulista.

  • Água Santa (Diadema) — Netuno
  • Bragantino (Bragança Paulista) — Massa Bruta
  • Comercial (Ribeirão Preto) — Bafo
  • Francana (Franca) — Feiticeira
  • Grêmio Catanduvense (Catanduva) — Bruxa
  • Juventus-SP (São Paulo) — Moleque Travesso
  • Nacional (São Paulo) — Ferrinho
  • Noroeste (Bauru) — Norusca
  • Portuguesa Santista (Santos) — Briosa
  • Primavera (Indaiatuba) — Fantasma da Ituana
  • Santo André (Santo André) — Ramalhão
  • Taboão da Serra (Taboão da Serra) — Cão Pastor
  • Taubaté (Taubaté) — Burro da Central
  • XV de Piracicaba (Piracicaba) — Nhô Quim

Sul

Paraná

As alcunhas dos clubes paranaenses representam competição e força, acima de tudo, como o Athletico-PR, que é o Furacão. Seu principal rival, o Coritiba, é carinhosamente chamado de Coxa. Já o Operário-PR carrega consigo a imponência do Trem Fantasma.

  • Athletico-PR (Curitiba) — Furacão
  • Coritiba (Curitiba) — Coxa
  • Maringá (Maringá) — Dogão
  • Operário-PR (Ponta Grossa) — Trem Fantasma
  • Paranavaí (Paranavaí) — Vermelhinho do Fim da Linha

Registro recupera foto histórica da torcida do Trem Fantasma — Foto: Arquivo/Diego Uczak

Rio Grande do Sul

Mais apenas do que um jogo de futebol, a herança do futebol está enraizada na cultura do Rio Grande do Sul. Tradicional clube do estado, o Brasil de Pelotas é conhecido como Xavante, e o Novo Hamburgo é o Nóia. Já o São José-RS é apelidado de Zequinha, que representa amigavelmente o apelido do clube.

Santa Catarina

Em Santa Catarina, por fim, os clubes capturam a essência da região. O Barra, por exemplo, é conhecido como o Pescador. O Camboriú, é tido como o Terror da Baixada, e o Caxias é o Gualicho.

  • Barra (Balneário Camboriú) — Pescador
  • Camboriú (Balneário Camboriú) — Terror da Baixada
  • Caxias (Joinville) — Gualicho
  • Fluminense (Joinville) — Bailarinos do Itaum
  • Marcílio Dias (Itajaí) — Marinheiro

Camboriú em ação na Série D — Foto: @lvfotoesporte

Norte

Acre

Abrindo a região Norte, temos no Acre uma homenagem noturna. O Andirá, da cidade de Rio Branco, capital acriana, é o Morcegão.

  • Andirá (Rio Branco) — Morcegão

Pará

No Pará, terra do Remo e do Paysandu, quem teve mais criatividade em termos de alcunha foi o Tapajós, lá de Santarém. Time é carinhosamente chamado de Boto da Amazônia, em alusão a um animal aquático bastante comum na região.

  • Tapajós (Santarém) Boto da Amazônia

Apresentação folclórica já homegaeou mascote do clube — Foto: Weldon Luciano/GloboEsporte.com

Tocantins

No Tocantins, uma das mais jovens unidades federativas do país, o Gurupi, da cidade de mesmo nome, é o Camaleão do Sul.

  • Gurupi (Gurupi) — Camaleão do Sul

Amapá

O Oratório tem como alcunha um animal pouco utilizado para o futebol. O clube, que é da capital, Amapá, é conhecido como a Orca Demolidora.

  • Oratório (Macapá) — Orca Demolidora

Nordeste

Paraíba

Na Paraíba, o maior campeão do estado, o Botafogo-PB, de João Pessoa, tem uma das alcunhas mais legais do país. O clube é chamado de Belo pelos seus torcedores. Já o Sousa faz uma homenagem aos seus habitantes bem antigos da cidade de mesmo nome. O clube é carinhosamente apelidado de Dinossauro.

  • Atlético-PB (Cajazeiras) — Trovão Azul
  • Botafogo-PB (João Pessoa) — Belo
  • Sousa (Sousa) — Dinossauro

Vale dos Dinossauros, em Sousa, tem pegadas conervadas — Foto: Divulgação

Pernambuco

Estado com muita tradição no futebol, Pernambuco tem uma das mais interessantes alcunhas do país. É a do Ypiranga-PE, de Santa Cruz de Capibaribe, cidade importante no comércio de roupa da região Nordeste. Por isso, o clube pernambucano é a Máquina de Costura do Interior.

  • Ypiranga-PE (Santa Cruz do Capibaribe) — Máquina de Costura
  • Central (Caruau) — Patativa
  • Serrano-PE (Serra Talhada) — Jumento de Aço

Ypiranga-PE tem uma máquina de costura também no escudo — Foto: Daniel Xavier

Alagoas

Em Alagoas temos um importante super-herói internacional. É o Hulk, que é um dos apelidos do Coruripe, clube da cidade de mesmo nome. Já o Dimensão Capela, de Capela, homenageia a cultura católica. O clube é o Padre.

  • Coruripe (Coruripe) — Hulk
  • Dimensão Capela (Capela) — Padre

O Hulk é tradicional nos jogos do Coruripe no Gérson Amaral — Foto: Divulgação/Facebook do Coruripe

Sergipe

Um dos tradicionais clubes do estado é o Itabaiana, uma das maiores forças do interior. O Itabaiana é carinhosamente chamado de Tremendão.

  • Itabaiana (Itabaiana) — Tremendão

Na Bahia temos alcunhas bem interessantes. Uma delas é o Jegue, um dos apelidos do Jacobina, da cidade de mesmo nome. O clube homenageia o simpático animal tão comum na região.

  • Juazeirense (Juazeiro) Cancão de fogo
  • Jacobina (Jacobina) — Jegue
  • Flamengo-BA (Guanambi) — Beija-flor do Sertão

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